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Mário Centeno afirma que zona euro está em "reforma coerente e completa"
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, disse esta sexta-feira à imprensa, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, que a zona euro está a implementar "uma reforma coerente e completa" e não aceita pressões externas e internas.
Presente nas Reuniões da Primavera do FMI e Banco Mundial em Washington, Mário Centeno garantiu à imprensa que, na função de presidente do Eurogrupo, está determinado em reforçar o "compromisso e foco da zona euro na conclusão da união bancária, da união de capitais e definição completa daquilo que vai ser o instrumento orçamental para a convergência e competitividade".
"Apenas uma reforma coerente e completa da zona euro, que estamos a implementar, pode garantir essas condições [de poder do euro], e é talvez a mensagem de esperança mais importante que eu, enquanto presidente do Eurogrupo, posso deixar", disse o ministro das Finanças português.
Mário Centeno reagiu assim às declarações do diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI e antigo ministro das finanças português, Vítor Gaspar, na quarta-feira, de que a ausência de medidas concretas para a implementação de uma autoridade orçamental europeia central é uma "fraqueza".
O acordo dos 27 países da União Europeia, em dezembro, sobre a reforma das instituições e a criação de um instrumento orçamental para a zona euro, é, segundo o presidente do Eurogrupo, além de um "embrião de uma dimensão orçamental na zona euro", também "uma decisão de uma transcendência política enorme" e "o pilar que estava em falta na união económica e monetária".
O presidente do Eurogrupo defendeu que "exatamente há um ano, muitos, muitos, mas mesmo muitos duvidavam de que conseguíssemos chegar àquela decisão que tomámos em dezembro".
Centeno rejeitou pressões externas e acrescentou: "Não nos devemos pressionar a nós próprios, nem ter demasiada complacência com estes processos".
Questionado sobre as previsões de abrandamento do crescimento económico da zona euro, Mário Centeno argumentou que ao longo de 18 meses têm-se acumulado incertezas com origens políticas na União Europeia, decorrentes de processos como o 'Brexit',
Ainda assim, continuou o presidente do Eurogrupo, "o conjunto da área do euro e da união económica e monetária está em crescimento", apesar de "disparidades entre países".
Centeno espera que o segundo semestre de 2019 seja de "recuperação" que, na visão do presidente do Eurogrupo, "está subjacente à previsão de todas as instituições internacionais, incluindo o FMI, para 2019 e 2020", depois da finalização de um acordo do 'Brexit' e decisões sobre um conjunto de tensões comerciais internacionais.
Trata-se de uma evolução que se previa "temporária", mas que tem mostrado ser "um pouco menos temporária" do que se esperava, comentou Centeno em relação ao período de abrandamento que se tem verificado na economia europeia.