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Macron: "Sem transferências, podemos esquecer o euro"

O ministro francês da Economia defende que a Zona Euro deve aprofundar a convergência de várias políticas, designadamente no domínio fiscal e social, e ao mesmo tempo dotar-se de um grande orçamento próprio.

Bloomberg
31 de Agosto de 2015 às 17:19
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Emmanuel Macron, o ministro francês da Economia, defende que a Zona Euro deve aprofundar a convergência de várias políticas, designadamente no domínio fiscal e social, e ao mesmo tempo dotar-se de um amplo orçamento próprio. Para quê? Para proteger os países mais vulneráveis de futuros choques e para co-financiar projectos de investimento pan-europeus.

Em entrevista ao jornal alemão "Sueddeutsche Zeitung", Macron não chega a referir a expressão "união de transferências" – tabu na Alemanha, e não só, onde não se aceita que o euro possa ser pretexto para transferências permanentes entre os orçamentos dos seus países. Mas Macron afirma que sem algum tipo de alocação de recursos financeiros dos mais fortes para os mais fracos a união monetária não subsistirá.


"Se os Estados-membros não estiverem prontos para qualquer tipo de transferências financeiras no seio da União Monetária, como tem sido o caso até agora, podemos esquecer o euro e a Zona Euro", adverte. "Não pode haver uma união monetária sem equalização financeira. Os mais fortes devem ajudar". Quanto à dimensão desse orçamento, "quanto maior, mais credível será", responde.


"O ‘status quo’ leva à auto-destruição", diz, porque as "forças centrífugas, políticas e económicas, são muito fortes". Emmanuel Macron defende, por isso, uma "refundação" da Zona Euro, assente em políticas económicas mais integradas, um orçamento comum e também uma maior capacidade de decisão do centro, defendendo a criação de um parlamento próprio e um comissário euro com "poderes alargados".

"Podemos começar já a preparar as modificações dos tratados da União Europeia", e implementá-las depois das eleições francesas e alemãs em 2017, diz o ministro francês. "Em 2018 ou 2019, a Europa estaria sobre uma nova e melhor base".

  

A entrevista de Macron surge após propostas feitas pelo presidente francês François Hollande em Julho, mas não faz qualquer referência à polémica sugestão de que o aprofundamento e reforma da Zona Euro deva ser realizado por uma "vanguarda" de países.

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