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Macron apela à renovação da França e refundação da Europa
No seu discurso, o candidato centrista, à frente nas projecções na primeira volta das eleições em França, sublinhou o "chumbo" dos eleitores aos dois grandes partidos que governaram França nos últimos 30 anos.
O candidato que as projecções dão como vencedor da primeira volta das eleições presidenciais em França comprometeu-se este domingo à noite com a "renovação" política da França e disse que é preciso uma "refundação" da Europa.
"Não há várias Franças, apenas uma: a França dos patriotas, numa Europa que protege e que teremos de refundar," afirmou Emmanuel Macron em Paris, perante os seus apoiantes, pedindo que continuem ao seu lado para "ir mais além" e "reunir todos os franceses".
"O país atravessa um momento único na sua história, marcado pelo terrorismo, por desafios económicos e sociais. E respondeu da melhor forma, votou de forma maciça. Decidiu pôr-me à frente na primeira volta deste escrutínio", afirmou, garantindo: "Nunca estarei longe de vós e precisarei sempre de vós".
Macron manifestou a vontade de ser o "presidente de todo o povo francês, o presidente de todos os patriotas" e agradeceu a dois dos candidatos derrotados da noite, François Fillon e Benoît Hamon, o facto de terem apelado ao voto a seu favor na segunda volta.
O candidato referiu-se ainda à "cólera" dos eleitores franceses, que este domingo afastaram de responsabilidades executivas "os dois partidos que governaram [França] durante mais de 30 anos". E disse querer ser um presidente que, face à ameaça dos nacionalistas, "protege, transforma e constrói."
O desafio, para Macron, é romper com o sistema "que foi incapaz de levar para a frente o nosso país desde há 30 anos", argumentou, reclamando a uma nova página na vida política, "para que cada um de nós possa encontrar o seu lugar em França, na Europa".
Comprometeu-se depois com uma "maioria de governo de transformação, nova, com novos rostos, novos talentos" em que cada cidadão "terá o seu lugar".
"O povo de França exprimiu-se. (…) Reconheço a honra e a enorme responsabilidade deste desígnio", afirmou, manifestando a necessidade de reunir "ainda mais franceses, reconciliar a nossa França para ganhar daqui a 15 dias e, amanhã, presidir ao nosso país," acrescentou.
"Deram os vossos dias, e quando não era suficiente deram as vossas noites. Devo-vos esta noite. Cabe-nos manter este apelo vibrante até ao fim e mais além", disse ainda, por entre palavras de ordem como "Vamos ganhar!" e "Macron Presidente!".