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Líder do Eurogrupo: "Esta noite foi o primeiro passo para construir confiança"

Atenas pediu aos parceiros europeus uma extensão do prazo dos empréstimo por seis meses, mas só foram concedidos quatro meses. Governo de Tsipras tem de entregar listas de reformas para o médio prazo até segunda-feira. Reformas finais vão ter de estar fechadas até final de Abril.

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Dijsselbloem: Greek Extension 1st Step in Building Trust
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O Eurogrupo foi "muito intenso", mas o seu resultado "foi muito positivo". Foi assim que Jeroen Dijsselbloem descreveu o terceiro encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro em duas semanas.

 

"Foi intenso porque foi sobre construir confiança com base no que já está acordado. Esta noite foi o primeiro passo para construir confiança. O trabalho feito nas últimas semanas compensou", declarou Jeroen Dijsselbloem após terminar o encontro em Bruxelas esta sexta-feira, 20 de Fevereiro.

 

A Grécia pediu seis meses de financiamento, mas o Eurogrupo decidiu conceder somente quatro meses. Os ministros consideram que este tempo é suficiente para preparar um plano posterior para a Grécia. Questionado sobre se este plano passa por um terceiro resgate, Dijsselbloem disse que nunca se falou sobre um terceiro resgate nas conversações.

 

Jeroen Dijsselbloem apontou que existem agora quatro datas cruciais. A primeira, entregar a lista de reformas para o curto prazo na segunda-feira em Bruxelas. A segunda, os parceiros europeus aprovarem as reformas, o que poderá acontecer na teça-feira. A terceira, os procedimentos nacionais. Submeter estes acordos aos 19 países do euro para aprovação nacional. A última, apresentar a lista final de reformas até final de Abril.

 

O líder do Eurogrupo sublinhou que existem três pontos que a Grécia deve respeitar imperativamente nos próximos meses. "A recuperação económica não pode ser colocada em perigo, a estabilidade orçamental não pode ser colocada em perigo, a estabilidade do sector financeiro não pode ser colocada em perigo".

 

Moscovici: Acordo alcançado "é bom para toda a Zona Euro"

 

O acordo de extensão dos empréstimos europeus à Grécia por um período de quatro meses alcançado esta sexta-feira em Bruxelas, na reunião extraordinária do Eurogrupo, é visto pelo comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, como "razoável".

 

Moscovici sublinhou que o acordo "não é ideológico", sustentando que "é bom para toda a Zona Euro e para todos os cidadãos europeus". As negociações que se seguiram à proposta grega, apresentada na quinta-feira, de prolongar os empréstimos europeus por seis meses, e que resultam do impasse que obrigou à terceira reunião do Eurogrupo em menos de 10 dias, serviram acima de tudo, elucidou Moscovici, para "construir confiança".

 

Ficaram ainda vários pontos por discutir, nomeadamente as medidas concretas que Atenas se propõe implementar para assegurar a sua própria sustentabilidade financeira no futuro. Como tal, Pierre Moscovici disse na conferência de imprensa que culminou o Eurogrupo que "isto é um processo", anunciando que, como tal, "vamos continuar as negociações".

 

Ainda assim, o político francês deixou uma mensagem de relativo optimismo, mostrando-se "confiante de que o resultado deste trabalho será positivo".

 

A Grécia terá agora de fazer a sua parte. E Moscovici deu alguns exemplos de áreas que terão atenção especial nas próximas conversações.

 

"Medidas para assegurar a sustentabilidade da dívida pública grega e o equilíbrio orçamental", começou por apontar Moscovici. Que elencou ainda a necessidade de "medidas que aumentem a competitividade da economia grega e de combate á evasão fiscal", um problema endémico no país. No entender de Moscovivi é fundamental assegurar que as autoridades helénicas apresentem medidas tendo em vista "a eficiência económica, a justiça social e a construção de confiança" no país.

 

Reforçando a ideia de que o acordo firmado é "equilibrado", o comissário europeu francês voltou então a deixar uma tirada optimista. "Não será fácil, mas mostrámos nos últimos dias que podemos chegar a um acordo comum". 

 

Questionado sobre qual o excedente orçamental privado (sem contar com a dívida) que a Grécia terá de cumprir, isto tendo em conta que segundo os compromisso actuais Atenas terá de conseguir um excedente de 3% em 2015, Moscovici disse apenas que "vamos examinar ulteriormente a situação do défice e do excedente primário" gregos.

 

Tudo indica, portanto, que esta meta terá sido deixada cair, até porque o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, anunciou entretanto que iremos tratar de "nos referir a um excedente primário apropriado", ou seja, que deverá passar a depender do comportamento registado pela própria economia helénica.   

 

Lagarde: "Empréstimo do FMI à Grécia expira em Março de 2016"

 

O acordo alcançado foi "muito profundo, denso" e requereu "muita energia e talento" para que fosse possível alcançá-lo.

 

"O trabalho pode começar", salientou a presidente do FMI, realçando estar "satisfeita" com a conclusão das discussões.

 

"As autoridades devem entregar a lista de reformas" na próxima segunda-feira. "E em conjunto" com as restantes autoridades "emitiremos" uma opinião sobre "se essa lista é extensiva o suficiente para ser um ponto de partida", adiantou Lagarde.

 

A responsável máxima do FMI esclareceu que o empréstimo do fundo à Grécia "não expira dentro de quatro meses. Expira em Março de 2016."

 

Regling: Foi alcançado um "acordo encorajador"

 

Klaus Regling considerou o "acordo encorajador". O presidente do MEF disse estar "feliz por as autoridades [gregas] reiterarem o seu compromisso perante todos os credores", salientando que o reembolso da última tranche estará assim pronto para ser feito depois da última avaliação do programa grego terminar com "sucesso".

 

(Notícia actualizada às 21h46 com mais informações)

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