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José Tavares: "Desigualdade na Europa precisa de ser reavaliada"

Professor da Universidade Nova apresentou resultados de um estudo que compara índices de desigualdade entre Estados Unidos e União Europeia. Diferenças não são assim tão grandes.

Bruno Simão
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Os níveis de desigualdade de rendimento na Europa são maiores do que normalmente se assume e uma das razões para isso é forma como esta é medida. Se em vez de uma média ponderada dos índices de desigualdade nacionais for considerada a desigualdade de rendimentos entre todos os cidadãos da UE sem olhar ao país, a desigualdade entre europeus dispara e aproxima-se da norte-americana, mostrou José Tavares, professor da Universidade Nova, num artigo apresentado numa conferência internacional sobre reformas estruturais organizada pelo Banco de Portugal.

 

As conclusões, que o Negócios avançou em primeira mão na quinta-feira, vinham acompanhadas de outra comparação: as diferenças de rendimento entre países da UE é muito maior que a verificada entre estados dos Estados Unidos. 

 

"Se desenhar uma política para os 25% mais pobres dos EUA, apanha a mesma população na Califórnia ou no Luisiana" ou noutros estados, mas se o fizer na Europa, irá estar a concentrar-se nos países do Sul, explicou o professor. "A UE é muito diferente", afirmou dando um exemplo: "em políticas direccionadas aos 10% mais pobres da UE [excluindo as economias de Leste], portugueses, gregos e espanhóis têm probabilidades duas a três vezes superiores de serem beneficiados".

 

Perante estes dados, o economista defende que "a desigualdade na Europa tem de ser reavaliada" na sua dimensão e implicações. O trabalho, que assina com Mário Centeno (Banco de Portugal e ISEG), Álvaro Novo (Banco de Portugal) e Francesco Caselli (London School of Economics) evidencia a necessidade de a Europa desenhar políticas nacionais e europeias que tenham mais atenção à heterogeneidade das situações económicas.

 

Novos instrumentos nacionais e europeus, uma maior noção de cidadania comum, instrumentos que facilitem a convergência e as migrações têm de ser prioritários no desenvolvimento na construção europeia, suportam os autores.

 

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