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François Fillon diz estar alinhado com uma França "mais à direita que nunca"

François Fillon, favorito nas primárias do centro-direita francês, considerou hoje o seu posicionamento ideológico mais em sintonia do que o do seu rival, Alain Juppé, com um país que "está mais à direita que nunca".

Reuters
22 de Novembro de 2016 às 13:00
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"Alain Juppé apresentou um programa que me parece distanciado do centro de gravidade da direita, mas também do país, que está mais à direita que nunca", assinalou Fillon, numa entrevista divulgada hoje no diário Le Figaro.

 

O ex-primeiro-ministro François Fillon impôs-se no domingo na primeira volta das primárias do centro-direita francês com mais de 44% dos votos e posiciona-se como favorito para ser o candidato conservador às presidenciais de 2017. O também ex-chefe de Governo Alain Juppé ficou em segundo lugar com 28,5%.

 

Na entrevista, Fillon (chefe do executivo entre 2007-2012) rejeita os argumentos de Juppé, que se apresenta como a melhor opção para unir um amplo espetro político e impedir a ascensão da Frente Nacional, cuja líder, Marine Le Pen, é apontada em todas as sondagens como a favorita para vencer a primeira volta das presidenciais.

 

"Para evitar que os extremistas cheguem ao poder fazem falta resultados reais e rápidos", porque "se não se aceitar tomar medidas radicais, a situação do país continuará a piorar", disse.

 

Fillon também respondeu às críticas do rival acerca do seu programa económico, classificado de excessivamente liberal e capaz de generalizar os protestos sociais e bloquear o país.

 

Já hoje, Alain Juppé alertou que o programa de François Fillon bloqueará a sociedade francesa devido à reação que provocarão as suas reformas "excessivas".

 

"Esse programa (de Fillon) é demasiado duro e provocará bloqueios na sociedade francesa", disse, numa entrevista à rádio Europe 1, adiantando que o seu é "um programa ambicioso, mas realista".

 

Para Fillon, "é o 'status quo' que irrita os franceses" e não se deve confundir as posições de "alguns sindicatos" com as da rua, pelo que disse estar preocupado com o diálogo social, mas não se deixar "impressionar por um certo número de corporativismos".

 

Alain Juppé contrapõe que o programa de Fillon fará aumentar o défice para 4,7% do Produto Interno Bruto, quando o compromisso de França é colocá-lo abaixo dos 3% em 2017.

 

Segundo uma sondagem do instituto Odoxa divulgada hoje pela rádio France Info, Fillon ganhará a segunda volta das primárias no próximo domingo com 65% dos votos, obtendo Juppé 35%.

 

O inquérito foi realizado antes de Nicolas Sarkozy prometer o seu apoio a Fillon na segunda volta, por considerar que tem o programa mais próximo do seu.

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