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Draghi vê inflação a crescer na Zona Euro e leva juros da dívida e euro a subir

O presidente do BCE antevê uma subida "relativamente vigorosa" da taxa de inflação na área do euro. Mario Draghi diz ainda que a evolução do mercado laboral está a contribuir para impulsionar os salários.

# Porque Desce - Desde 2012 que Mario Draghi consta da lista dos Mais Poderosos. A um ano de ser substituído no cargo que lhe dá poder na Europa e num momento em que o Banco Central Europeu caminha para a normalização da política monetária, a influência do BCE tenderá, agora, a diminuir. Ainda assim, Draghi mantém-se muito poderoso, tanto que só desce um lugar face ao ano passado. A forma como vai conduzir a estratégia no próximo ano pode ser decisiva para o legado que vai deixar.
Clodagh Kilcoyne/Reuters
24 de Setembro de 2018 às 15:21
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Os efeitos da aguardada intervenção de Mario Draghi no Parlamento Europeu não se fizeram esperar, com os juros das dívidas públicas dos países da moeda única e o euro a registarem fortes subidas depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE) ter antecipado que a taxa de inflação na Zona Euro apresentará daqui para a frente uma subida "relativamente vigorosa". 

O economista italiano antecipa ainda que a evolução do mercado laboral contribuirá para impulsionar os salários que, por sua vez, vão influenciar em alta os preços nos consumidores. É que a redução generalizada das taxas de desemprego aliada ao crescimento económico, embora agora mais moderado, faz com que haja menos trabalhadores à procura de emprego e maior criação de novos postos de trabalho, o que potencia aumentos salariais.

"A inflação subjacente deverá crescer mais ao longo dos próximos meses na medida em que um mercado laboral mais apertado está a potenciar o crescimento dos salários", afirmou Draghi em declarações feitas no Comité para os Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

A inflação continua persistentemente aquém do objectivo definido pelo BCE, fixado em torno dos 2%. O BCE estima que a taxa de inflação na Zona Euro vai permanecer em torno de 1,7% até 2020.

Com estas declarações, Draghi reforçou a convicção existente nos mercados de que o BCE deverá, já em 2019, decretar o primeiro aumento dos juros em largos anos no bloco do euro, onde a taxa de juro de referência permanece em mínimos históricos. O BCE já anunciou que os juros vão continuar inalterados no futuro próximo. Os analistas antecipam que o primeiro aumento do custo do dinheiro possa surgir no último trimestre do próximo ano.

No entanto, a instituição liderada por Draghi já iniciou a normalização da política monetária, com a diminuição do montante mensal de activos adquiridos no mercado de dívida, um programa que terminará em Dezembro.

As palavras de Mario Draghi tiveram reflexo imediato nos mercados, com o euro a avançar para máximos de 14 de Junho contra o dólar, estando nesta altura a apreciar 0,43% para 1,1799 dólares.

Também os juros das dívidas públicas reagiram em alta. A "yield" associada às "bunds" germânicas com prazo a 10 anos avança 4,4 pontos base para 0,506%, estando assim em máximos de 12 de Junho.

Também a taxa de juro correspondente aos títulos soberanos lusos a 10 anos cresce 2,3 pontos base para 1,893%, enquanto a "yield" associado às obrigações transalpinas com a mesma maturidade sobe 8,5 pontos base para 2,915%.

A subida mais expressiva dos juros italianos surge numa semana decisiva em Roma, já que até à próxima sexta-feira o executivo transalpino anunciará as metas orçamentais para 2019.


(Notícia actualizada às 15:45)

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