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Draghi garante que "ainda não é hora" de retirar estímulos nem de declarar sucesso

O presidente do BCE garante que a retirada de estímulos à economia só acontecerá quando a inflação for "duradoura, auto-sustentável, e para toda a Zona Euro".

Reuters
10 de Maio de 2017 às 16:02
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O presidente do Banco Central Europeu (BCE) reconheceu esta quarta-feira, 10 de Maio, que a economia da Zona Euro está a ficar mais forte, embora admita que os estímulos extraordinários da autoridade monetária ainda não fizeram totalmente o seu trabalho.

 

"A recuperação económica evoluiu de frágil e desigual para uma retoma firme e ampla", afirmou Mario Draghi, no parlamento holandês, citado pela Bloomberg. Ainda assim, o responsável considera que "é muito cedo para declarar sucesso".

 

Numa altura em que os membros do banco central começam a equacionar como e quando vão anunciar uma retirada gradual dos estímulos à economia, o presidente do BCE passou uma mensagem cautelosa, que contrasta com o optimismo demonstrado pelo membro do conselho executivo Yves Mersch, esta segunda-feira. Numa conferência realizada no Japão, Mersch assinalou que "a recuperação da Zona Euro está a ganhar cada vez mais tracção" e que "a confirmação de uma perspectiva de crescimento muito mais equilibrada está ao alcance".

 

Apesar de reconhecer que os dados recentes confirmam "que a economia da Zona Euro está a ficar cada vez mais sólida e que os riscos diminuíram", Draghi sublinha que "as pressões inflacionárias subjacentes continuam a manter-se subjugadas e ainda têm de mostrar uma tendência ascendente convincente".

 

Em resposta a questões colocadas pelos deputados holandeses, o presidente do BCE garantiu que só haverá alterações nas orientações e taxas de juro quando a subida da inflação for suficientemente sólida para se manter sem os estímulos monetários.

 

"A nossa política monetária foi bem-sucedida. A questão é: ‘É hora de sair ou hora de pensar sobre a saída ou não?’ Essa hora ainda não chegou", assegurou. "Isso só acontecerá quando a inflação for duradoura, auto-sustentável, e para toda a Zona Euro".

 

No Parlamento holandês, Mario Draghi também defendeu a autoridade monetária das acusações de que o BCE contribuiu para o adiamento das reformas nos países mais frágeis da moeda única e de que acentuou as disparidades económicas na região, lembrando que foram criados 4,5 milhões de empregos desde o início das políticas não convencionais do banco central.

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