A transição da Alemanha para as energias renováveis encareceu os custos de geração eléctrica do país e isso está a ter um impacto nas exportações, segundo concluiu a consultora IHS num estudo citado pelo “Financial Times”.

As exportações de 2013 teriam ficado 15 mil milhões de euros acima do nível que se verificou, segundo concluíram os autores do estudo que se basearam num modelo que relaciona os custos energéticos e a produção com destino à exportação. Entre 2008 e 2013 o impacto nas exportações já ascende a 52 mil milhões de euros.

A Alemanha é a maior economia da Zona Euro e uma das mais competitivas no mundo mas os seus custos energéticos superam os dos cinco principais parceiros comerciais do país.

Cerca de 30 mil milhões de euros foram perdidos em exportações nas indústrias que mais dependem do consumo de energia, como a do papel, química e farmacêutica, produtos minerais e metais não preciosos, diz o relatório, referindo-se ao período de 2008 a 2013.

As pequenas empresas foram afectadas de forma mais do que proporcional ao seu consumo de energia porque, ao contrário das grandes empresas, não têm oportunidade de negociar isenções dos custos extraordinários da transição para as energia renováveis.

O investimento estrangeiro na Alemanha acelerou durante os últimos anos e tem vindo a substituir parte do investimento proveniente do próprio país, revela ainda o documento. Os custos energéticos são um factor a contribuir para este efeito de substituição, refere.

Entre 1995 e 2013 foram investimentos 12,3 mil milhões de euros com origem no estrangeiro, sendo que 9,7 mil milhões eram atribuíveis à desvantagem alemã no custo da energia.