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Centeno quer Fundo de Recuperação com maturidades longas. Não recusa dívida a 100 anos

Em entrevista à Bloomberg TV, Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, defende que o Fundo de Recuperação para a União Europeia tem de ter "definitivamente maturidades longas". Dívida a 100 anos não está excluída.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, deixou cair o objetivo de alcançar um excedente orçamental em 2020.
Pedro Nunes/Reuters
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Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, defende que o Fundo de Recuperação que terá de ser criado para ajudar a União Europeia a sair da crise tem de permitir "definitivamente maturidades longas" no financiamento dos Estados-membros. E não recusa que possa ser emitida dívida a 100 anos. O também ministro das Finanças português falou sobre o tema em entrevista à Bloomberg TV, esta sexta-feira.

"A acumulação de dívida exige que este fundo possa espalhar os custos ao longo do tempo, por isso precisamos de maturidades longas, definitivamente", defendeu, numa entrevista esta manhã à Bloomberg TV.

Questionado sobre se a resposta poderá ser emitir dívida perpétua – como defende Espanha – ou dívida a 100 anos, Centeno não recusou a ideia. "Não sei se 100 anos é o prazo certo, só sei que temos que encontrar uma resposta comum para dispersar os custos ao longo do tempo. Não podemos ter uma segunda vaga desta crise muito grave", defendeu o presidente do Eurogrupo. 

Centeno argumentou que o fundo a criar terá de ter "dimensão" para poder responder a todas as insuficiências que estão a ser criadas, tanto em investimento, como em rendimentos, por causa da perda de empregos e de rendibilidade nas empresas. E reconheceu que por enquanto, e sem o fundo criado, a resposta dada pelos Estados-membros "tem sido um pouco assimétrica". Daí que seja preciso que os países encontrem uma forma de "ir todos juntos".

O presidente do Eurogrupo aproveitou, ainda assim, para sublinhar que considerando os estabilizadores automáticos dos vários Estados-membros, as garantias estatais mobilizadas e as medidas discricionárias decididas, a resposta da União Europeia já atinge os 4 biliões de euros. Agora, trata-se de somar meios para a recuperação, que terão de estar enquadrados no próximo quadro financeiro plurianual e cuja proposta comum deverá ser apresentada pela Comissão Europeia, notou. O objetivo é que o acesso ao financiamento seja "frontloaded", ou seja antecipado, e que esteja "disponível este ano".

A fragmentação atual põe em risco o euro, perguntou a jornalista da Bloomberg TV, no final da entrevista, pedindo uma resposta de "sim ou não". "Vamos evitá-la vamos fazer o que for preciso, por isso a minha resposta é não", disse Centeno.
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