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Centeno espera "importantes decisões" hoje sobre orçamento para a Zona Euro
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, espera que sejam hoje tomadas "importantes decisões" sobre o instrumento orçamental para a convergência e competitividade na zona euro, numa reunião no Luxemburgo que antevê longa.
"Temos importantes decisões para tomar no contexto do instrumento orçamental para a zona euro, em particular nas suas dimensões de governação e de financiamento. Este instrumento, tenho-o dito repetidas vezes, é muito importante para o sucesso económico da área do euro, e nós devemos dedicar-lhe toda a atenção para que em 2021 ele possa estar totalmente operacional", disse, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro.
Mandatado pelos líderes europeus, o Eurogrupo prossegue hoje, no Luxemburgo, as discussões em torno do novo instrumento orçamental, após o acordo sobre as suas linhas gerais alcançado em junho passado, mas que deixou em aberto várias questões importantes, como as do financiamento e capacidade.
Na cimeira do euro celebrada em junho passado em Bruxelas, os chefes de Estado e de Governo solicitaram ao Eurogrupo "que informe rapidamente sobre as soluções adequadas para o financiamento", apontando que "estes elementos devem ser acordados como uma questão prioritária, de modo a que se possa definir a dimensão do instrumento orçamental no contexto do próximo quadro financeiro plurianual", o orçamento da UE 2021-2027.
À entrada para a reunião de hoje, Centeno destacou que "a agenda não se resume" ao instrumento orçamental, havendo "outros tópicos em agenda, em particular Portugal", no quadro do relatório, divulgado na véspera, da décima missão de acompanhamento pós-programa, que decorreu entre 14 e 19 de junho passado, em Lisboa.
"Portugal vai ser hoje debatido no Eurogrupo no contexto do relatório que as instituições elaboraram da monitorização pós-programa da economia portuguesa. Esperamos boas notícias, porque boas notícias é o que temos tido sobre a economia portuguesa nos últimos semestres, nos últimos anos, e isso será seguramente revelado na avaliação e na análise que será feita no Eurogrupo de hoje", declarou.
Questionado sobre se, realizadas as eleições legislativas, no passado domingo, com a vitória do PS, já poderia confirmar se continuará como ministro das Finanças nos próximos quatro anos, Centeno escusou-se a fazê-lo, remetendo os anúncios da formação do novo executivo para Lisboa.
"O Presidente da República indigitou ontem [terça-feira] o primeiro-ministro cessante e novo primeiro-ministro, António Costa, para fazer Governo, e dessa matéria falaremos em Portugal", limitou-se a dizer.