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União Europeia vai avaliar situação em Gibraltar

Espanha e Bruxelas acordaram que uma comissão, incumbida de avaliar a situação na fronteira, será enviada para o local “tão rápido quanto possível”. Rajoy aceita a comissão mas pede à UE que controle o branqueamento de dinheiro em Gibraltar.

19 de Agosto de 2013 às 17:26
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O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, conversaram esta segunda-feira sobre o tema Gibraltar. De acordo com o El País, num comunicado divulgado pela Comissão Europeia, os dois líderes europeus acordaram o envio de uma comissão comunitária, “tão rápido quanto possível”, encarregue de “examinar, in loco, as questões relacionadas com o controlo e movimento de pessoas e bens na fronteira” entre Espanha e Gibraltar.

 

O jornal espanhol ABC garante que, durante a conversa telefónica, Rajoy, apesar de aceitar uma missão de avaliação, pediu a Barroso que as autoridades europeias alarguem a avaliação às actividades ilícitas que se verificarão no Rochedo. Mariano Rajoy considera que a União Europeia (UE) deve controlar se as normas europeias sobre branqueamento de dinheiro e tráfico estão a ser cumpridas. Madrid mostrou a sua preocupação com a evasão fiscal que decorre com apoio das autoridades gibraltinas, voltando a justificar o estreitar das regras de passagem na fronteira com a necessidade de “lutar contra tráficos, como o de tabaco”.

 

A Comissão Europeia, para além de instar o governo espanhol ao diálogo e respeito pelas regras europeias, pretendeu esclarecer Madrid da ilegalidade de uma eventual taxa de passagem de 50 euros a todos os turistas e habitantes de Gibraltar, que entretanto havia sido aventada por responsáveis espanhóis. Um porta-voz da Comissão garante que “qualquer imposto ou portagem, cobrado na fronteira, assente na passagem seria ilegal”.

 

Porém, um comunicado entretanto posto a circular pelo Ministério da Agricultura espanhol, revela que “Durão Barroso em nenhum momento levantou a questão da taxa de passagem”, na conversa com Rajoy.

 

Durão Barroso, que na passada sexta-feira se havia encontrado com David Cameron, primeiro-ministro inglês, chama para a Comissão Europeia o papel de mediador deste conflito diplomático, que se arrasta há semanas, iniciado com a colocação, por parte das autoridades de Gibraltar, de grandes blocos de cimento, nas águas em torno do grande penhasco, atitude encarada pelo governo de Espanha como uma forma de boicote aos pescadores espanhóis. 

 

Em Bruxelas, um porta-voz da autoridade europeia, Olivier Bailly, confirmou a conversa telefónica mantida entre Barroso e Rajoy, tendo ainda revelado que o teor desta foi muito “similar” ao diálogo de sexta-feira com Cameron. Esclareceu que Barroso transmitiu a ambos que “há elementos do direito europeu que têm de ser respeitados” e “espera que ambas as partes o respeitem”.

 

A hipotética criação de uma taxa de passagem foi inicialmente falada pelo ministro espanhol dos Assuntos Exteriores, José Manuel García Margallo, que na altura avisou que “o recreio” tinha terminado. Posteriormente as autoridades espanholas classificaram o incremento das medidas de controlo na fronteira, como preventivas, dado o crescimento do tráfico de tabaco na zona.

 

Cameron pediu a Barroso que apressasse a ida da comissão de análise. Soraya Rodríguez, porta-voz do PSOE, maior partido da oposição, pede “diálogo” entre as partes. Enquanto ninguém parece ceder e com o escalar das reacções e crescimento da tensão diplomática, a Comissão agarra, agora, as rédeas do conflito, tentando minimizar ao máximo as consequências de uma situação em que dificilmente todos poderão sair a ganhar. 

 

(Notícia actualizada às 18h54 com mais informações)

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