O porto de Gibraltar recebeu esta segunda-feira a aguardada fragata inglesa, HMS Westminster, procedente do porto de Portsmouth, de onde zarpou na última terça-feira, acompanhada por dois barcos de apoio, com destino ao Médio Oriente para participar no exercício militar denominado “Operação Cougar 13”, de acordo com vários órgãos da imprensa espanhola.

Esta chegada, aos mares que circundam a baía de Gibraltar, acontece um dia depois de uma manifestação de pescadores espanhóis, ao largo do Rochedo, contra as medidas das autoridades deste território britânico. Mas a partida na última terça-feira, em pleno avolumar da tensão entre os dois países, apesar das garantias dadas por Downing Street de que se tratava somente de um exercício militar programado e comunicado há meses, acabou por intensificar o clima de tensão e escalar o tom das declarações dos responsáveis políticos dos dois rivais.   

Na verdade a HMS Westminster atraca na península de Gibraltar num momento em que o conflito diplomático ganha novos contornos e intervenientes. Depois de na passada sexta-feira Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, ter conversado com o primeiro-ministro inglês, David Cameron, esta segunda-feira foi a vez de o português conversar com Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha.

A Comissão Europeia vai analisar a situação desencadeada depois de Gibraltar ter construído uma baía artificial, que impede a passagem dos armadores espanhóis, que passa pelo incremento das medidas de controlo, por parte das autoridades espanholas, aos movimentos de pessoas e bens junto à fronteira com Gibraltar. Rajoy, na conversa com Barroso, pediu que as autoridades europeias tenham atenção e analisem as actividades ilícitas relacionadas com branqueamento de capitais, fiscalidade e contrabando.

A HMS Westminster possui uma tripulação de 185 tripulantes, pesa  4.900 toneladas, está equipada com 32 misseis antiaéreos, oito misseis contra navios, dois torpedos anti-submarinos e pode atingir até 28 nós de velocidade.