A União Europeia de Radiodifusão (UER) pediu ao Governo de Samaras para “reconsiderar” a decisão de encerrar o canal público de rádio e televisão, bem como para “restabelecer o seu sinal”.

“Numa carta que vamos entregar esta tarde ao ministro grego das Finanças, Yannis Stournaras, pedimos ao Governo para reconsiderar a sua decisão”, afirmou o presidente da UER, Jean-Paul Philippot, numa conferência de imprensa na sede da ERT em Atenas, esta sexta-feira, cita a AFP.

Por seu lado, Yannis Stournaras classificou esta manhã, no parlamento helénico, a decisão de encerrar a ERT como “imperativa” e “corajosa” e assegurou que a substituta da ERT abrirá o mais brevemente possível, facto que também já foi reiterado por Samaras.

Durante o seu discurso, Stournaras disse ainda que a nova emissora vai custar menos aos contribuintes. A ERT necessita, em média, de cerca de 300 milhões de euros anuais para funcionar e é financiada em 88% pelos contribuintes gregos, segundo as afirmações do porta-voz governamental aquando comunicou o encerramento da estação pública. O financiamento da ERT é cobrado mensalmente aos gregos, através da factura da electricidade, à qual são adicionados 4,30 euros.

O ministro grego deixou também um aviso aos funcionários da ERT que ainda ocupam as instalações: caso danifiquem material, que é propriedade do Estado helénico e se encontra sob a tutela do Ministério de Stournaras, vão ser responsabilizados pelos estragos, refere a Bloomberg.

Os protestos contra o encerramento da ERT continuam com o prolongamento da greve, mas agora só dos meios de comunicação. O sindicato dos jornalistas decidiu na noite desta quinta-feira prolongar a greve convocada pelas duas maiores estruturas sindicais gregas até à próxima terça-feira, dá conta o “Ekathimerini”. Desta forma poucos devem ser os meios de comunicação a produzir informação, em sinal de solidariedade para com os 2.600 funcionários da ERT.

Na próxima segunda-feira, o primeiro-ministro Antonis Samaras vai reunir-se com os líderes da sua coligação governamental para discutir a situação política da Grécia, cuja estabilidade foi abalada com os acontecimentos relativos à ERT.