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UE "unida na necessidade de reforçar laços" com Estados Unidos

A União Europeia mostrou-se unida sobre a necessidade de reforçar os laços com os Estados Unidos, depois da vitória de Donald Trump nas presidenciais, disse no domingo à noite a chefe da diplomacia dos 28, Federica Mogherini.

19.ª Federica Mogherini (União Europeia)
É a chefe da diplomacia na União Europeia. Subiu da 36.ª posição com o acordo com o Irão que pôs fim ao embargo económico àquele país, que se comprometeu a pôr fim ao programa nuclear. A Forbes conta, ainda, com o seu papel na crise da Ucrânia, nas dos migrantes e no conflito Israelo-palestiniano.
Reuters
14 de Novembro de 2016 às 00:42
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"Posso dizer que há unidade entre os 28 quanto à necessidade, em primeiro lugar, de continuar a trabalhar no reforço das relações transatlânticas", declarou a Alta Representante da UE para a Política Externa à imprensa, depois do jantar informal de chefes da diplomacia, que antecede o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, esta segunda-feira em Bruxelas.

"A UE e os Estados Unidos são parceiros e vão continuar a ser parceiros, e no que nos diz respeito, tendo como base os nossos valores, princípios e interesses", acrescentou.

Mogherini disse que os responsáveis europeus "partilharam ideias, mas todos estiveram de acordo em ser preciso conhecer as políticas da próxima administração" norte-americana, que "ainda devem ser definidas".

A responsável italiana sublinhou que os ministros defenderam "a necessidade de reforçar a unidade europeia em algumas questões-chave que serão ainda mais cruciais nos próximos meses".

Federica Mogherini destacou o trabalho no sistema multilateral.

Para a UE "é extremamente importante trabalhar na aplicação do acordo sobre alterações climáticas, mas também na não-proliferação e na protecção do acordo nuclear iraniano", questão que responde também a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, disse.

A chefe da diplomacia europeia sublinhou que a UE "vai continuar a trabalhar com a actual administração" norte-americana, mas "vai também preparar o terreno para a mudança em Janeiro".

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar posse a 20 de Janeiro.

"Unidade e consenso sobre a necessidade de desenvolver estas duas vias: investir numa associação forte UE-Estados Unidos, que é preciso proteger e manter, mas também reforçar as políticas e acções europeias de forma independente", resumiu.

A responsável afirmou esperar visitar "em breve" Washington e também receber o futuro secretário de Estado norte-americano "num Conselho de Assuntos Externos".

Mogherini referiu também a cooperação e "a partilha" da responsabilidade entre Estados-membros na questão da imigração. Sobre a relação com a Rússia, afirmou que a UE vai manter a mesma posição de recusa da anexação da península ucraniana da Crimeia, ao mesmo tempo que serão desenvolvidos "compromissos selectivos" em assuntos como a luta contra o terrorismo ou a crise na Líbia.

"Não é branca e preta" a relação com a Rússia, sublinhou.

Todos os Estados-membros estiveram representados, à excepção do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, que recebe esta manhã, em Paris, o próximo secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou Federica Mogherini.

Em relação ao chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, que também não esteve presente, Mogherini considerou "ser normal" para um país que decidiu abandonar a UE "não estar interessado na discussão do futuro das relações com os Estados Unidos".
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