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UE rejeita dar acesso privilegiado ao mercado financeiro da UE aos bancos britânicos

Segundo várias fontes europeias, Bruxelas considera que retirará benefícios de uma "city" londrina menos poderosa, pelo que recusa negociar um acordo comercial separado que garanta acesso privilegiado aos bancos britânicos ao mercado financeiro da União Europeia.

Reuters
31 de Janeiro de 2018 às 22:19
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Os negociadores da União Europeia responsáveis pelas conversações com o Reino Unido acerca do Brexit recusam assegurar um acesso privilegiado dos bancos britânicos ao mercado financeiro do bloco europeu uma vez concretizada a saída britânica da União.

 

De acordo com a agência Reuters, que cita diplomatas envolvidos nas negociações, existem diferenças entre as duas partes quanto ao tipo de acesso que os bancos britânicos devem ter relativamente aos mercados financeiros da UE. A Reuters cita um diplomata que afiança que "sobre os serviços financeiros, [o Reino Unido não poderá ficar perto] do acesso que é atribuído a um Estado-membro ou através do Espaço Económico Europeu".

 

Já o Financial Times escreve que, da parte de Bruxelas, se considera que será benéfico para a União Europeia enquanto um todo que a "city" de Londres perca influência e poder. O FT escreve que os negociadores europeus rejeitam atribuir uma figura de "equivalência" ao Reino Unido no acesso aos mercados financeiros da União, defendendo, ao invés, o tratamento equivalente ao de um país terceiro, como aquele de que beneficiam os Estados Unidos.

 

Este jornal britânico cita um outro diplomata que sustenta que o Brexit implica a saída do mercado único europeu, pelo que no futuro "poderá haver somente um acordo muito menos ambicioso" do que as condições actuais que permitem a Londres ser o centro de serviços financeiro da União.

 

Também o site Politico noticia esta recusa da parte de Bruxelas, mas salienta que o assunto não foi ainda formalmente discutido pelos responsáveis europeus de forma a consubstanciar uma posição negocial. Ou seja, estas notícias referem-se a uma intenção ainda enquanto ponto de partida e não a uma posição definitiva.

 

No entanto, a posição expressada, ainda em Dezembro, pelo chefe da missão negocial europeia, Michel Barnier, apontava já para alguma inflexibilidade de Bruxelas: "Não existe nenhum acordo único comercial que esteja aberto aos serviços financeiros. Isso não existe", atirou então Barnier já depois de fechado o acordo sobre os termos do divórcio do Brexit que abriu a porta à segunda fase das negociações.

 

Para o Reino Unido é determinante garantir acesso aos mercados financeiros da União - e impedir a saída em massa de instituições financeiras da capital inglesa na sequência do Brexit e consequente saída do mercado único europeu – porque este sector garante não só o maior contributo para as exportações britânicas, como é a maior fonte de receitas fiscais.

 

Esta segunda-feira, a UE adoptou as directivas que deverão nortear o período de transição para o Brexit – entre 29 de Março de 2019 e 31 de Dezembro de 2020 -, recusando aceder à intenção britânica que pretendia garantir um direito de objecção a novas leis e regulamentos que venham a ser adoptados pela União.

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