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Trabalhistas apontam dedo a May e acusam-na de falta de autoridade

Com um apoio cada vez mais escasso dentro do próprio partido, a primeira-ministra britânica enfrenta acusações dos trabalhistas de que não conseguirá garantir o período de transição para o Brexit.

Peter Nicholls/Reuters
13 de Novembro de 2017 às 08:38
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Os trabalhistas acusam a primeira-ministra Theresa May de não ter apoio dentro do Partido Conservador para garantir o período de transição de dois anos que a governante propôs para suavizar a saída da União Europeia e sugerem que trabalhe com a oposição.

Segundo a Bloomberg, Keir Starmer, porta-voz do Partido Trabalhista para questões relacionadas com o Brexit, escreveu a Theresa May para lhe comunicar que há "uma maioria" no Parlamento que defende um período de transição de dois anos, no qual o Reino Unido permaneceria dentro do mercado único da UE depois de 2019, enquanto decorressem as negociações sobre a futura relação com o bloco regional.

"Nas últimas semanas, tornou-se cada vez mais claro que sozinha não tem autoridade para garantir um acordo de transição com a Europa e tomar as medidas necessárias para proteger os empregos e a economia", escreveu Starmer na carta, citada pela agência noticiosa.

Esta terça-feira, a legislação sobre a saída da UE regressa ao Parlamento, onde enfrentará centenas de propostas de alterações, que serão debatidas durante oito dias. O debate decorre numa altura em que a primeira-ministra tem uma posição cada vez mais frágil, e uma maioria muito curta, mesmo com o apoio dos unionistas da Irlanda do Norte.

Theresa May perdeu dois ministros nos últimos dias, e 40 deputados apoiam o seu afastamento da liderança do Partido Conservador, menos oito do que seria necessário para desencadear uma votação, segundo o The Sunday Times.

Além disso, como avançou o The Mail on Sunday, este domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, e o ministro do Ambiente, Michael Gove, escreveram um memorando conjunto para May, advertindo que o governo não está a trabalhar o suficiente no que respeita ao Brexit, e insistindo num período de transição que deveria durar no máximo dois anos.
 

Em entrevista à BBC, Gove recusou-se a discutir o conteúdo da carta, mas sinalizou a disponibilidade para aceitar pagamentos mais elevados à UE se for esse o preço a pagar por um bom acordo com o bloco regional. "May e David Davis [negociador do Brexit] devem ter a flexibilidade que precisam para garantir esse bom acordo", afirmou.


À Sky, o negociador britânico da saída da UE, mostrou-se mais reticente dizendo que o público "não quer que eu chegue e simplesmente ofereça milhares de milhões".

"Em cada negociação, cada lado tenta controlar o calendário", disse Davis. "O verdadeiro prazo, naturalmente, é Dezembro", acrescentou o responsável, referindo-se à cimeira agendada para 14 de Dezembro, onde os líderes da UE vão decidir se o Reino Unido fez progressos suficientes para passar à próxima fase das negociações.

Do lado europeu, já se admite um adiamento da cimeira, para dar mais tempo ao Reino Unido, ainda que a possibilidade de não se alcançar qualquer acordo também seja considerada. Ao jornal francês Le Journal du Dimanche, o responsável das negociações europeias do Brexit, Michel Barnier, avisou que toda a gente deve começar a preparar-se para um "não acordo" em relação ao Brexit. "A ausência de um acordo é cada vez mais evocada em Londres", alertou. 

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