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Theresa May sobre o Brexit: “Não fazer um acordo é melhor do que fazer um mau acordo”
A primeira-ministra britânica, Theresa May, discursou esta sexta-feira, 2 de Março, em Londres, a propósito do “Brexit”. Um discurso que, segundo a imprensa internacional, demonstrou uma visão confiante e optimista por parte da líder britânica.
Theresa May discursou esta sexta-feira, o intuito era dar a conhecer "factos concretos" da saída do Reino Unido da União Europeia, assim como possíveis consequências.
Foi durante o discurso que a primeira-ministra britânica advertiu que "não fazer um acordo é melhor do que fazer um mau acordo". Embora admita lutar por um bom acordo para o Reino Unido, a governante assegurou que nem Londres nem Bruxelas vão "obter tudo o que querem", mas rejeitou categoricamente que o Reino Unido queira beneficiar das vantagens de pertencer à União sem as desvantagens da sua saída, cita a Lusa.
Por outro lado, a primeira-ministra britânica admite que o Reino Unido quer manter a regulamentação semelhante à praticada na União Europeia, isto para que os produtos oriundos do país britânico possam circular sem taxas ou outros entraves. No entanto, Bruxelas exige que sejam respeitadas as quatro liberdades de circulação (pessoas, bens, serviços e capitais) do mercado único. Já o Reino Unido não aceita a livre circulação de pessoas.
A governante acrescentou também no discurso em Londres que deseja continuar a fazer parte de algumas agências europeias, como as reguladoras de medicamentos ou da segurança aérea e que o Reino Unido está disposto a pagar para se manter membro.
Theresa May deixa ainda a mensagem de que é importante conseguir um bom acordo também para as pequenas empresas britânicas e fazer com que consigam expandir o mercado de exportações por todo o mundo.
O Brexit vai implicar igualmente que o Reino Unido e a União Europeia passem a ter um menor acesso aos respectivos mercados: "Vamos sair do mercado único, a vida vai ser diferente", salientou Theresa May.
A primeira-ministra britânica esclareceu ainda que não pretende seguir o "modelo canadiano" ou o "modelo norueguês" de relação com a UE, mas sim seguir "o acordo mais abrangente possível" que permita "abarcar mais sectores e com mais cooperação do que qualquer outro acordo de comércio livre existente no mundo", cita a Lusa.
A partir deste discurso, segundo a Reuters, a primeira-ministra britânica destacou cinco pontos que vão guiar o "Brexit": Primeiro, o acordo deve respeitar o referendo; em segundo lugar, o novo acordo com a UE deve durar para não terem de se voltar a sentar à mesa das negociações; em terceiro, deve-se proteger o emprego e a segurança das pessoas; em quarto lugar, criar uma democracia que vá de encontro ao que o Reino Unido quer ser: "uma democracia moderna, aberta, externa, tolerante e europeia"; e por último, voltar a unir e fortalecer a união do Reino Unido.
A governante admite que o Reino Unido e a UE vão continuar a "trabalhar juntos" para encontrar soluções. A primeira-ministra acredita que o seu país pode sair deste processo uma nação "mais forte e mais coesa" que pretende funcionar tanto para aqueles que votaram a favor da saída da União Europeia como para aqueles que votaram para o país permanecer na comunidade. Salienta ainda que é preciso um "pensamento ousado e criativo" para garantir o melhor acordo possível entre o Reino Unido e a UE, no entanto, destaca que "um bom acordo é do interesse das duas partes".
A primeira-ministra acrescentou ainda no discurso desta sexta-feira, que o povo britânico votou para "voltar a ter controlo sobre o seu dinheiro, as suas leis e as suas fronteiras". E deixa uma mensagem à Europa: "Sabemos o que queremos e entendemos os vossos princípios, temos o mesmo interesse em fazer isto certo, vamos continuar com isto".