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Theresa May disponível para solução transitória que evite o "precipício" no Brexit

A primeira-ministra britânica afirmou perante membros de uma confederação patronal que está disposta a negociar um acordo de transição que evite um cenário de "precipício" aquando da saída do Reino Unido da UE.

Peter Nicholls/Reuters
21 de Novembro de 2016 às 14:17
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Theresa May prefere negociar uma solução transitória para o Brexit que evite deixar o Reino Unido próximo de um "precipício" que prejudique a economia britânica aquando da concretização da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

 

Em declarações feitas esta segunda-feira, 21 de Novembro, durante uma conferência de uma Confederação da Indústria Britânica (CBI), a primeira-ministra do Reino Unido tentou assim passar uma mensagem de tranquilidade ao sector empresarial do país.

 

"Queremos chegar a um acordo que seja o melhor para o Reino Unido e que sirva os melhores interesses das empresas britânicas", afirmou citada pela agência Bloomberg.

 

De acordo com o Financial Times, Theresa May respondeu ao repto feito antes da sua intervenção pelo presidente da CBI, Paul Drechsler, que além de avisar que "as empresas estão, inevitavelmente, a considerar o cenário de precipício", acrescentou que para "muitas empresas a questão não se prende com um Brexit ‘duro’ ou ‘suave’, mas um Brexit tranquilo".

 

"As pessoas não querem um precipício, querem saber como é que as coisas irão para a frente", afirmou Theresa May que afiança saber que as pessoas querem evitar esse cenário mais negativo.

 

Agora segundo declarações reproduzidas pela agência Lusa, Theresa May defendeu ainda que o sector empresarial deve aproveitar "as oportunidades" decorrentes do Brexit.

 

Já sobre a imigração para o país, um dos factores que mais terá contribuído para a vitória do Brexit no referendo realizado em Junho, a governante disse querer "um acordo rápido para os nacionais europeus no Reino Unido e para os britânicos no estrangeiro".

 

A sucessora de David Cameron já anunciou que pretende invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa – que estipula a saída de um país-membro da UE – no final de Março do próximo ano. Só então será desencadeado o processo oficial de saída do Reino Unido do bloco europeu e cujo limite máximo é um período de dois anos.

 

Apesar da intenção de May em negociar uma solução transitória, esta ideia poderá não ter acolhimento junto das instituições europeias. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, tem reiterado que as conversações só serão iniciadas depois de invocado o artigo 50.

Por outro lado, de Bruxelas sem chegado a mensagem de que Londres não poderá beneficiar do mercado único europeu se não aceitar contemplar as quatro liberdades ligadas ao mesmo: liberdade de movimentos de pessoas, bens, serviços e capitais.

 

O Reino Unido quer fazer regressar a Londres prerrogativas em matéria de circulação de pessoas. Contudo ainda na semana passada o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, reiterava a ideia de que para ficar integrado no mercado único, o Governo terá também de aceitar a liberdade de circulação de pessoas no espaço europeu.

 

Se no final do período de dois anos definido pelo Tratado de Lisboa não houver ainda um acordo entre Bruxelas e Londres, as relações económicas entre o Reino Unido e os Estados-membros da UE passariam a ser enquadradas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

Entretanto, já esta segunda-feira o presidente do Tribunal de Justiça da UE, Koen Lenaerts, afirmou que toda a questão em torno do Brexit poderá acabar por ter de ser analisada no âmbito da jurisdição desta instituição.

 

Citado pelo Financial Times, Lenaerts considera que existem "muitas, muitas maneiras" de o Brexit acabar por ter de ser apreciado pelo Tribunal de Justiça até porque o percurso legal definido pelo artigo 50 "pode ser interpretado pelo nosso tribunal tal como qualquer outra cláusula legal da União".

Depois de o "leave" ter vencido o referendo de 23 de Junho com 52% dos votos (face aos 48% conseguidos pelo "remain"), o The Guardian refere-se esta segunda-feira que uma sondagem da Bertelsmann levada a cabo em Agosto mostra que 56% do eleitorado britânico é favorável à permanência no projecto europeu, que compara com os 49% verificados numa num estudo de opinião idêntico realizado em Março.

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