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Reino Unido obrigado a reafirmar estratégia para o Brexit depois de Governo falar a várias vozes

Londres sublinha que a livre circulação de pessoas entre a União Europeia e o Reino Unido termina em Março de 2019. Apesar de o ministro das Finanças ter sugerido que está em estudo um período de transição de até três anos no pós-brexit e em que pouco mudará.

Reuters
31 de Julho de 2017 às 15:04
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O governo de Theresa May veio esta segunda-feira, 31 de Julho, reafirmar que a livre circulação de pessoas entre a União Europeia e o Reino Unido termina a 31 de Março de 2019, quando se tornar efectiva a desvinculação de Londres do espaço dos 28.


O "ponto de ordem à mesa" impôs-se depois de, nos últimos dias, as declarações de vários ministros terem gerado confusão sobre a estratégia para o Brexit, numa altura em que a primeira-ministra se encontra de férias.


"A livre circulação acabará em Março de 2019," garantiu um porta-voz de Downing Street aos jornalistas, avança a Reuters. O mesmo responsável assegurou que dentro do Governo há uma convicção comum de que o Brexit decorra da forma mais tranquila possível.

"Outros elementos da imigração no pós-Brexit serão conhecidos a devido tempo. Será errado especular sobre o que é que virá ou sugerir se a liberdade de circulação se manterá como até agora," acrescentou o porta-voz do governo britânico. 


Um esclarecimento que chega depois de, na sexta-feira, o ministro das Finanças, Philip Hammond, ter dito que a saída da União Europeia não implicaria alterações imediatas na política de imigração, enquanto a sua colega do Interior, Amber Rudd, garantiu que o Brexit não gerará uma situação de saída precipitada do espaço europeu.


Já o ministro do Comércio, Liam Fox, deu conta da dificuldade em obter um consenso para manter a política de imigração em relação à União Europeia durante um período de transição.


"Haverá um processo entre a data de saída da União Europeia e a data em que os novos acordos entre Reino Unido e UE – que esperamos negociar – entrem em vigor. (…) Não posso adiantar-vos um período específico de tempo porque ainda não tive essa discussão. (….) Tem-se falado em um ano, dois, talvez três anos," afirmou Hammond no final da semana passada em declarações à BBC Radio 4.


Palavras que, segundo o The Guardian, confirmavam os vários relatos que, ao longo das últimas semanas, davam conta de que o Governo tinha concordado em estabelecer um período transitório de cerca de três anos para o Brexit, que terminaria antes das próximas eleições no país, marcadas para 2022.


O Financial Times refere que Hammond terá repetido a empresários esse cenário de um acordo de transição simples, que mantenha as condições de comércio com a União Europeia pelo menos nos dois anos seguintes ao Brexit, em condições semelhantes às que regem as trocas comerciais entre a EU e a Suíça ou a Noruega.


Além disso, Hammond terá dito também que o Reino Unido não pretende reduzir a carga fiscal para abaixo da média europeia de forma a manter a economia britânica competitiva, posição que, de acordo com a Reuters, representa uma contradição com o que tinha afirmado no início do ano.

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