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Quem é Jean-Claude Juncker?
Decano dos líderes europeus, Jean-Claude Juncker esteve 18 anos à frente do pequeno Grão-Ducado do Luxemburgo. É, a par de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha, o único político da União Europeia ainda em funções que assistiu ao nascimento do euro em Maastricht, em 1992.
Em Janeiro de 2013, e após quase oito anos em funções, abandonou a presidência do Eurogrupo (órgão que reúne os ministros das Finanças dos países do euro) com confessado alívio. "É uma missão muito difícil e estou feliz por não ter mais de a assumir".
Para trás deixou um cargo que inaugurou em 2005 por um mandato máximo de cinco anos que se foi alongando por falta de candidaturas alternativas consensuais. Foi substituído pelo ministro holandês das Finanças, Jeroen Dijsselbloem.
Jean-Claude Juncker esteve 18 anos consecutivos à frente do Governo do pequeno Grão-Ducado do Luxemburgo, onde quase um terço da população activa é portuguesa ou luso-descendente, tendo sido durante 24 anos também ministro das Finanças do seu país. É, a par de Wolfgang Schäuble, o único político executivo europeu que permanece no activo desde as negociações do "velho" Tratado de Maastricht, que transformou a CEE em União Europeia e definiu os critérios e o calendário para o lançamento do euro.
Europeísta convicto, é há muito tempo falado para suceder a Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia. "Tenho Portugal no coração", repetiu em Novembro de 2011 quando esteve em Lisboa em visita oficial. "Conheci Mário Soares muito antes de ele me conhecer. Até hoje, a polícia luxemburguesa procura quem partiu os vidros do Consulado de Portugal. E sei disso, porque quem os partiu fui eu!", confessou então este democrata-cristão de 59 anos.
Esta sexta-feira, 27 de Junho, teve início um longo percurso que lhe permitirá assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia, sucedendo a Durão Barroso que, ao fim de 10 anos, se tornou no político que mais tempo esteve em Bruxelas, igualando Jacques Delors.
Enfrentou a oposição do primeiro-ministro David Cameron e do primeiro-ministro húngaro Vicktor Orbán para que sucedesse a Barroso. Ambos alegaram que Juncker é um "homem do passado", excessivamente federalista.
Recorde aqui a entrevista que Jean-Claude Juncker concedeu ao Negócios a 7 de Maio de 2013.