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Passos Coelho desdramatiza cisão na escolha de Juncker
“Não vejo qualquer perigo” para o futuro da União Europeia pelo facto de Jean-Claude Juncker ter sido escolhido contra a vontade de dois membros, diz Passos Coelho.
O primeiro-ministro português considera que Jean-Claude Juncker tem toda a legitimidade para desempenhar o cargo de líder da Comissão Europeia e considera que a forte oposição do Reino Unido e da Hungria não representam qualquer perigo para o futuro da União Europeia.
Durante a conferência de imprensa que decorreu esta tarde em Bruxelas, após o encontro dos chefes de Estado dos 28 países da União Europeia, Pedro Passos Coelho foi questionado sobre os perigos que a escolha de Juncker pode representar para o futuro da União.
O seu homólogo britânico David Cameron terá dito, durante o almoço dos líderes europeus, que a nomeação do luxemburguês aumentaria a probabilidade de o Reino Unido sair da União Europeia. Mas o primeiro-ministro desdramatiza a situação. "Não vejo qualquer perigo".
"O facto de não ter sido nomeado por unanimidade não significa que a maioria qualificada não tenha sido largamente transposta", diz Passos Coelho. "Encaro com normalidade que não estejamos todos de acordo com o nome e o processo" de escolha, garante o primeiro-ministro, que lembra que Juncker "tem uma esmagadora maioria de apoio. Mais do que o mínimo que é uma maioria qualificada que o Tratado exige".
Segundo o primeiro-ministro português, é importante que, de seguida, "o Parlamento Europeu habilite o presidente da Comissão Europeia com uma legitimidade reforçada".
Novas sanções à Rússia em aberto
Passos Coelho referiu-se ainda à situação na Ucrânia, um país com o qual foi esta sexta-feira assinado um acordo de livre comércio, a par com a Geórgia e a Moldávia, para dizer que os líderes europeus expressaram o seu total apoio ao plano de paz apresentado pelo presidente do país.
"Não foi excluído que o Conselho Europeu extraordinário [agendado para 16 de Julho] possa regressar a esta matéria e tomar novas medidas de restrição relativamente à Rússia", adiantou o primeiro-ministro.