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Portugueses são os europeus que mais se queixam de desigualdade de rendimentos

Os portugueses são os europeus que mais consideram haver uma grande desigualdade de rendimentos no seu país. Portugal é também o país onde mais pessoas se vêem numa posição mais baixa da escala social.

Bruno Simão/Negócios
23 de Abril de 2018 às 14:00
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Em Portugal, 96% dos inquiridos consideram haver "diferenças demasiado grandes nos rendimentos auferidos", o valor mais elevado entre os 28 Estados-membros, revela o Eurobarómetro sobre "Justiça, desigualdades e mobilidade intergeracional", divulgado esta segunda-feira. 

Quase igual proporção (94%) defende que o Governo "deve tomar medidas para reduzir as diferenças nos níveis de rendimentos".

Atrás dos portugueses, os povos que mais se queixam da disparidade salarial são os alemães e os lituanos (ambos com 92%). Por contraste, os holandeses (59%), dinamarqueses (63%) e suecos (69%) são os que menos se queixam das diferenças de rendimentos. A média europeia é de 84%.

 

Percepção da posição na escala social

 

Os portugueses são também os europeus que se vêem a si mesmos como ocupando um lugar mais baixo na escala social, com uma resposta média de 4,7 numa escala de 1 a 10.

 

A média europeia é de 5,5 e os países com maiores valores são a Holanda (6,8) e Suécia (6,4).

 

Portugal é ainda o país onde os inquiridos colocam os seus pais numa posição mais baixa na escala social, com um valor de 4,4. A média da União Europeia (UE) situa-se nos 5,5 e a Holanda apresenta o valor mais alto (6,6) seguida da Finlândia (6,1).

 

"Berço de ouro", sorte e boas ligações essenciais para singrar na vida

 

Os portugueses são os europeus que dão maior peso às boas ligações como factor de progressão na vida profissional. Conhecer as "pessoas certas" é considerado "importante" ou "essencial" por 98% dos portugueses, o valor mais elevado entre os 28 países. A Dinamarca é o país onde este factor é menos valorizado, com um quinto dos inquiridos a considerar que "não tem importância".

 

Portugal ocupa o sexto lugar entre os países onde é considerado mais importante vir de uma família abastada para singrar na vida, com 77% dos inquiridos a apontar este factor como "importante" ou "essencial".

 

Os portugueses apontam também a sorte como um factor para ter sucesso na vida. A sorte é considerada "essencial" por 28% dos inquiridos, enquanto 68% diz ser "importante". Somando as respostas, a sorte é um factor a ter em conta para 96% dos portugueses, apenas atrás de búlgaros e eslovacos (ambos com 97%).

 


Portugueses são os que menos se sentem discriminados

Os portugueses são também os europeus que dizem menos ter sido alvo de discriminação. Em resposta à pergunta "Nos últimos 12 meses sentiu-se pessoalmente discriminado?", 91% dos portugueses respondem negativamente, o valor mais elevado entre os 28 países.

A média europeia foi de 83% e a Croácia, com 70%, é o país onde menos pessoas dizem não ter sofrido discriminação.



Imigração vista como positiva em cinco países, incluindo Portugal

 

A imigração é vista como positiva em cinco países da UE, incluindo Portugal, onde 50% dos inquiridos consideram que os imigrantes beneficiam o país.

 

Os maiores entusiastas da imigração são os suecos, com 69%, seguindo-se os irlandeses (68%), luxemburgueses (63%) e britânicos (56%).

 

Os dados do Reino Unido podem ser considerados algo surpreendentes à luz da decisão de Londres, após referendo, de abandonar a UE. Na campanha a favor do Brexit, a imigração foi um dos argumentos usados pelos defensores da saída da União.

 

O inquérito foi realizado em Dezembro de 2017, junto de mais de 28 mil cidadãos europeus, tendo em Portugal sido inquiridas 1.089 pessoas.

 

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