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Migrações: Bruxelas acena com 60 mil milhões de euros para travar migrações em África

Mais de 10 mil pessoas morreram desde 2014 ao tentar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo para chegar à Europa.

07 de Junho de 2016 às 18:13
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A Comissão Europeia lançou nesta terça-feira, 7 de Junho, uma nova iniciativa destinada a países africanos com o objectivo de reforçar a sua resposta à crise migratória. Inspiradas no recente acordo com a Turquia, as propostas de Bruxelas passam por oferecer ajuda financeira mais imediata para melhorar, nesses territórios, os controlos fronteiriços, agilizar o repatriamento de ilegais e apoiar a instalação de deslocados. A médio prazo, Bruxelas acena com a disponibilidade para intensificar projectos de investimento que possam ajudar a criar condições para a fixação das populações nos seus países de origem.


Mais de 10 mil pessoas morreram desde 2014 ao tentar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo para chegar à Europa, anunciou hoje mesmo a ONU. 
"Desde o início de 2014, quando começaram a aumentar as travessias de migrantes no Mediterrâneo, temos 10 mil mortos. Esta marca foi superada nos últimos dias", afirmou o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards.

Para já, Bruxelas identificou um conjunto de países considerados prioritários - Jordânia e Líbano, seguindo-se o Niger, Nigéria, Senegal, Mali e Etiópia, havendo planos ainda para estreitar a colaboração com a Tunísia e a Líbia - para os quais prometeu disponibilizar oito mil milhões de euros nos próximos cinco anos.

 

No mais longo prazo, a Comissão Europeia espera que, com empréstimos do BEI e iniciativas público-privadas, o investimento europeu nestes países possa ser reforçado em 60 mil milhões de euros.


A apresentação do reforço da cooperação com países terceiros foi feita pelo primeiro vice-presidente da Comissão, Frans Timmermans, e pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, no Parlamento Europeu, que está reunido em sessão plenária em Estrasburgo, França.

Citada pela Lusa, Mogherini sublinhou que face aos milhões de pessoas em movimento globalmente "apenas se pode agir em completa parceria", pelo que a Comissão propõe uma nova abordagem para "parcerias mais fortes com países-chave". "Precisamos sair da narrativa que tivemos até agora de que a crise de refugiados e migrantes é uma crise europeia, para passarmos a reconhecer que este não é um problema apenas para a Europa, é um fenómeno global".

Com este novo modelo, o executivo comunitário quer ainda combater o tráfico de pessoas e criar rotas legais de migração. "Propomos usar um misto de incentivos positivos e negativos para recompensar esses países terceiros dispostos a cooperar de forma eficaz", disse Frans Timmermans.

 

Segundo o executivo comunitário, as contribuições dos Estados-membros a nível diplomático, técnico ou financeiro "serão de uma importância fundamental para alcançar resultados". 

Os líderes dos principais grupos políticos do Parlamento Europeu  acolheram favoravelmente as propostas de Bruxelas, mas ouviram-se muitas dúvidas sobre a capacidade de angariar as verbas agora acenadas. Manfred Weber, do Partido Popular Europeu (PPE), lembrou que em Novembro do ano passado os líderes europeus prometeram em La Valleta (Malta) criar um fundo de apoio para Africa com 1,8 mil milhões de euros mas, até agora, os Estados-membros só comprometeram 82 milhões.

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