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Marcelo felicitou o novo Presidente alemão e convidou-o a visitar Portugal

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou o alemão Frank-Walter Steinmeier pela sua eleição como Presidente da República Federal da Alemanha, convidando-o a visitar Portugal para "estreitar" os laços que unem os dois países.

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
12 de Fevereiro de 2017 às 20:21
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"O Presidente da República endereçou a Frank-Walter Steinmeier calorosas felicitações por motivo da sua eleição como Presidente da República Federal da Alemanha", lê-se numa mensagem publicada no "site" da Presidência da República Portuguesa.

O social-democrata Frank-Walter Steinmeier foi eleito presidente alemão pelos membros do parlamento, em substituição de Joachim Gauck, antigo pastor dissidente da Alemanha de Leste. O antigo chefe da diplomacia alemã até final de Janeiro foi eleito por 931 votos, num total de 1.239 grandes eleitores, na Assembleia Federal.

Na mensagem enviada a Frank-Walter Steinmeier, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha "as excelentes relações bilaterais existentes entre Portugal e a Alemanha, países que partilham o mesmo destino europeu e a mesma visão de uma União Europeia como espaço de paz, estabilidade, segurança e prosperidade".

Marcelo Rebelo de Sousa aproveita para convidar o eleito Presidente alemão a visitar Portugal "com o objectivo de estreitar ainda mais os sólidos laços de amizade e respeito que unem a Alemanha a Portugal".

Steinmeier, de 61 anos, vai assumir a presidência, um cargo sobretudo com funções representativas, a 18 de Março.

Tido como "anti-Trump", Steinmeier surge nas sondagens alemãs como um político popular e na aceitação do mandato de cinco anos comprometeu-se em promover o diálogo e a democracia nestes "tempos tempestivos" e quando muitos cidadãos receiam que o mundo "se desfaça".
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