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Juncker diz que chegou a hora de fazer mais pela defesa comum europeia

O presidente da Comissão Europeia crítica a ineficácia e fragmentação europeia em matéria de defesa, o que agrava a despesa nesta área. Juncker considera que "chegou a altura de nos encarregarmos da nossa própria segurança".

Reuters
Negócios 06 de Junho de 2017 às 08:30
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Jean-Claude Juncker defende que a União Europeia dê passos em frente no sentido de uma defesa comum da região, num artigo de opinião publicado esta terça-feira, 6 de Junho, no jornal Público. O presidente da Comissão Europeia lembra que "uma Europa segura, livre e pacífica não é um dado adquirido" e sustenta que "a guerra não é uma coisa do passado", para defender que "chegou a hora de fazermos mais".

 

Recordando que a defesa comum tem "sempre feito parte do projecto europeu desde a sua concepção", Juncker classifica como "amplamente insuficiente" o esforço feito nessa frente. Até porque "a falta de cooperação em matéria de defesa e de segurança custa-nos, anualmente, entre 25 e 100 mil milhões de euros", diz o político luxemburguês aludindo ao exemplo dos Estados Unidos que têm uma política de defesa comum.

 

"Os Estados da UE têm muito a ganhar se partilharem veículos, normalizarem as munições e, sobretudo, se avançarem com investigação de forma conjunta em vez de separadamente", escreve Juncker que diz ser esse o motivo que levou a Comissão a propor um Fundo Europeu de Defesa".

 

Depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter afirmado, na sequência das visitas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, a Bruxelas, para um encontro da NATO, e à Sicília, para uma cimeira do G7, que a Europa tem de aprender e habituar-se a contar consigo própria, foi agora a vez de Juncker afirmar a importância de uma Europa mais coesa e de âmbito mais alargado, desde logo nas áreas da defesa e segurança.

 

Nesse sentido, elogiou a decisão por unanimidade tomada no mês passado por todos os Estados-membros com vista à criação da primeira Capacidade Militar de Planeamento e Condução de Operações, "um primeiro passo que tem de ser seguido por avanços mais significativos".

 

Juncker defende ainda que os Estados-membros da UE que integram a NATO não podem ver na Aliança Atlântica um escape à assunção de responsabilidades próprias: "a nossa cooperação com a NATO não pode continuar a ser um argumento, que utilizamos a nosso bel-prazer, contra esforços europeus autónomos".

 

"Desde há muito que nos tempos vindo a apoiar em demasia no poderio militar dos outros", acrescenta Juncker parecendo dar razão à argumentação utilizada por Trump de que os EUA vêm sendo prejudicados por custearem parte das responsabilidades europeias no sector da Defesa.

 

"Chegou a altura de nos encarregarmos da nossa própria segurança", conclui o presidente da Comissão Europeia.

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