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Hollande diz que a campanha eleitoral em França "cheira mal"

O presidente francês, François Hollande, quebrou hoje o silêncio sobre a campanha para as presidenciais, em que não é candidato, para alertar contra o populismo e o risco da simplificação.

O Presidente francês, François Hollande, lamentou a morte do ex-Presidente Mário Soares, salientando que a democracia portuguesa perdeu 'um dos seus heróis' e a França 'um amigo de sempre'. 'Com o desaparecimento de Mário Soares, a democracia portuguesa perdeu um dos seus heróis, a Europa um dos seus grandes líderes e a França, que o acolheu no exílio durante a ditadura de Salazar, um amigo de sempre', indicou um comunicado do Eliseu (sede da Presidência francesa) divulgado poucas horas depois do anúncio da morte do antigo chefe de Estado português. Na mesma nota, a Presidência francesa lembra o percurso político e o papel de Mário Soares na construção do projecto europeu. 'O combate pela liberdade e pela justiça guiou a sua vida. Teve a coragem de defender o seu ideal social em circunstâncias particularmente difíceis. O seu nome ficará sempre associado à Revolução dos Cravos [25 de Abril], mas também à construção europeia, na qual ele foi um dos obreiros mais empenhados', indicou. 'Primeiro-ministro por duas vezes nas décadas de 1970 e 1980, permitiu a Portugal aderir à comunidade económica europeia (CEE) em 1986. Presidente da República de Portugal durante dez anos, representou com [ex-Presidente francês] François Mitterrand e [ex-chanceler alemão] Helmut Kohl o grande impulso europeu', prosseguiu o mesmo comunicado.
A relação próxima que Mário Soares manteve ao longo da sua vida com França e a sua repercussão nas relações luso-francesas não foram esquecidas pelo Eliseu: 'O seu percurso, os seus combates, a sua relação pessoal com o nosso país lembram-nos a profundidade das ligações que unem França e Portugal'. Soares viveu no exílio em França, entre 1970 e a Revolução dos Cravos.
A Presidência francesa termina o comunicado com a apresentação de condolências à família e aos mais próximos de Mário Soares, mas também ao povo português.
12 de Abril de 2017 às 15:27
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"Esta campanha cheira mal [...] É superficial", afirmou o presidente socialista numa entrevista ao Le Point a publicar na quinta-feira e de que a imprensa francesa divulga hoje excertos.

 

Segundo a imprensa, Hollande está preocupado com o avanço do candidato da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, à custa do candidato socialista, Benoît Hamon, actualmente quinto nas sondagens, com menos de 10% das intenções de voto.

 

"Há um perigo face às simplificações, face às falsificações, que leva a que vejamos o espectáculo da tribuna em vez do conteúdo dos textos", disse, sem referir qualquer nome.

 

O presidente afirmou por outro lado que "a política precisa de renovação", na resposta a uma pergunta sobre o candidato independente, e ex-ministro no governo de Hollande, Emmanuel Macron, considerando que a iniciativa deste de criar um movimento político é "pelo menos audaz".

 

Hollande absteve-se, contudo, de apelar ao voto num candidato, limitando-se a afirmar que confia "na inteligência dos franceses".

 

As eleições presidenciais francesas realizam-se em duas voltas, a 23 de abril e a 07 de maio.

 

Nas sondagens mais recentes, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, lidera as intenções de voto, seguida de muito perto por Macron, enquanto Mélenchon surge em terceiro e o candidato da direita, François Fillon, em quarto.

 

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