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Gentiloni denuncia partidos que abandonaram Draghi como "irresponsáveis"

O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, defendeu esta quarta-feira que os partidos da coligação de unidade nacional que abandonaram o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, são "irresponsáveis" e arriscam-se a mergulhar o país numa tempestade.

Paolo Gentiloni é o comissário europeu para a Economia.
Olivier Hoslet/Epa
20 de Julho de 2022 às 22:24
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"O ballet dos irresponsáveis contra Draghi pode causar uma tempestade perfeita. Agora é o momento de amar Itália: meses difíceis estão pela frente, mas somos um grande país", escreveu o comissário europeu no Twitter, visando o Movimento Cinco Estrelas, o Força Itália e a Liga por rejeitarem apoiar a moção de confiança ao líder do governo transalpino.

Por sua vez, o francês Thierry Breton, atual comissário europeu do Mercado Interno, manifestou na terça-feira a preocupação de que Mario Draghi deixasse o executivo italiano após uma das formações do seu governo, o populista Movimento 5 Estrelas, ter desertado numa votação chave do Senado.

"Esta não é obviamente uma boa notícia. Temos muito respeito pelo notável trabalho do Presidente do Conselho Mario Draghi", afirmou Breton, em declarações prestadas em conferência de imprensa, continuando: "Quanto a todos os nossos países, nas sucessivas crises que estamos a atravessar e a crise energética, em particular, precisamos de continuidade governamental, pelo que esperamos que esta continuidade possa permanecer".

Considerado por muitos como o salvador da zona euro durante a crise financeira de 2012, quando era chefe do Banco Central Europeu, Mário Draghi tinha sido convidado a chefiar o governo italiano em fevereiro de 2021 para tirar o país da crise provocada pela pandemia de covid-19 e da quebra económica que esta provocara.

Draghi convenceu os principais partidos políticos, da esquerda à extrema-direita - excluindo o pós-fascista Fratelli d'Italia - a formar um governo de unidade nacional.

Ato contínuo, negociou com Bruxelas para conceder a Itália uma parte substancial do plano de recuperação europeu, iniciando o pacote de reformas exigido pela Comissão Europeia em troca, e tranquilizou os mercados, que estavam preocupados com a terceira maior economia da zona euro e, simultaneamente, uma das mais endividadas.

No entanto, o líder do governo italiano tem enfrentado os jogos políticos de uma democracia instável, marcada por sucessivos governos de curta duração.

Mario Draghi é também visto como uma garantia de seriedade e estabilidade pelos seus interlocutores europeus e como uma garantia para investidores e credores italianos.

Como consequência da atual crise política, o custo da dívida de Itália voltou a subir esta quarta-feira.


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