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Finlândia: A defensora da austeridade poderá finalmente deixá-la para trás
O ministro finlandês das Finanças admite que a economia está a dar sinais de progresso depois de vários anos de ajustamento, permitindo evitar mais austeridade.
Depois de anos marcados pelos cortes na despesa e aumento de impostos, a Finlândia poderá estar, finalmente, a colocar a austeridade para trás das costas, destaca a Bloomberg, num artigo publicado esta segunda-feira, 24 de Abril.
Segundo o ministro finlandês das Finanças, Petteri Orpo, a economia está agora a dar sinais de progresso, o que deverá permitir ao Governo evitar mais medidas de ajustamento.
"Deixámos, claramente, a recessão para trás", afirmou o governante numa entrevista concedida à agência noticiosa. "Adoptámos uma política económica previsível, e isso está a começar a dar resultados".
Segundo o Banco da Finlândia, a economia deverá registar um crescimento de 1,6% este ano - depois da expansão de 1,4% verificada no ano passado – suportada pelo crescimento das exportações e um aumento da confiança dos consumidores, mesmo numa altura em que o desemprego ainda ronda os 9%.
Em 2015, a economia saiu de uma recessão de três anos, depois de o Governo ter implementado uma série de medidas destinadas a corrigir as suas contas públicas, incluindo aumentos de impostos e um plano de cortes orçamentais de 4 mil milhões de euros até 2019.
Agora, o Executivo espera uma subida das exportações, impulsionada por investimentos nas indústrias da pasta e papel, automóvel e construção naval.
Em entrevista à Bloomberg, Orpo considerou que a reviravolta pode ser parcialmente atribuída a medidas que tornaram os produtos finlandeses mais competitivos internacionalmente. Entre elas está o acordo assinado entre o Governo e os sindicatos, no ano passado, para reduzir os custos laborais.
"Devemos manter a moderação salarial para não perdermos a vantagem que obteremos com o acordo laboral", afirmou.
Ainda que as medidas mais duras tenham ficado para trás, o governante admite que o país ainda precisa de fazer mais para voltar a crescer de forma sustentada e para o Governo cumprir as metas orçamentais. Nesse sentido, o Governo está a trabalhar em novas medidas para impulsionar a criação de emprego – aumentar a taxa de emprego de 68,9% para 72% é um dos objectivos do Executivo – incluindo uma melhor correspondência entre as vagas e aqueles que procuram trabalho.
"Não há uma medida única e inovadora para resolver o problema do desemprego. Em vez disso, temos de implementar várias medidas menores para reformar o sistema", concluiu Orpo.