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Expectativas baixas de acordo na UE: "As diferenças são muito grandes", diz Merkel

À entrada do encontro dos chefes de Estado da União Europeia, a chanceler alemã disse esperar "negociações duras" e baixou as expectativas de fechar um acordo para o plano de recuperação europeu.

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À entrada da cimeira de líderes europeus desta sexta-feira, o primeiro encontro presencial desde a pandemia de covid-19, a chanceler alemã Angela Merkel baixou as expectativas de ser encontrado um acordo para o plano de recuperação da União Europeia. "Não posso dizer que vamos encontrar um compromisso desta vez", disse a líder. "As diferenças são muito grandes", notou.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia estão reunidos em Bruxelas, a partir das 9h00 de Lisboa, com o objetivo de fechar um acordo sobre o Plano de Recuperação da União Europeia. A cimeira vai durar dois dias, mas as expectativas são baixas. "Espero por uma solução", disse Merkel, mas "as negociações serão duras", reconheceu. A chanceler garantiu ainda que a Alemanha trabalhará em conjunto com França para apoiar a proposta do presidente do conselho, Charles Michel.



Um pouco antes da chegada da chanceler, também à entrada para a cimeira, Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda, já tinha igualmente frisado as dificuldades de um consenso. "As hipóteses de fechar um acordo este fim de semana são inferiores a 50%", assinalou.

Já Emmanuel Macron, primeiro-ministro francês, frisou que "as próximas horas são absolutamente decisivas" e defendeu que este é um "momento de verdade e de ambição" para a Europa.

A declaração do primeiro-ministro português, António Costa, foi no mesmo sentido de sublinhar a urgência da tomada de uma decisão. "Cabe ao Conselho não adiar, não perder tempo, e tomar as decisões que rapidamente são necessárias para responder àquilo que é a urgência para a economia, para o emprego, para a recuperação económica da Europa", disse o chefe de Estado português.

"Não poderia haver mais em jogo. Se correr bem, podemos sair desta crise mais fortes", reforçou também Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.


Charles Michel apela à "coragem política"

"Hoje espera-nos uma negociação muito difícil", admitiu ainda Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu e o autor da proposta para o Plano de Recuperação que será avaliada pelos líderes esta sexta-feira. A proposta inclui uma revisão em ligeira baixa do quadro financeiro plurianual, mas adota o Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros inicialmente proposto pela Comissão Europeia.

Com projeções de uma recessão duríssima na União Europeia este ano, o sentimento de que será necessário trabalhar em conjunto para ultrapassar a crise é comum, mas as divergências sobre os mecanismos para apoiar os países, a forma como deve ser alocado o dinheiro europeu e o modo como o endividamento comum deve ser feito são ainda muitas.

"Não se trata apenas do dinheiro, trata-te também dos cidadãos, do futuro europeu e da nossa unidade e capacidade de resistir e, mesmo que seja difícil, estou convencido de que com coragem política será possível chegar a um acordo", apelou Charles Michel.
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