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Espanha disposta a trocar com Alemanha sede da nova agência europeia pela liderança do BEI
Espanha compete com a Alemanha, Itália, Polónia, Suécia e Dinamarca pela liderança do Banco Europeu de Investimento (BEI). Portugal apoia a candidatura castelhana. Para colocar a vice-presidente do executivo espanhol, Nadia Calviño, Madrid está disposta a abdicar da candidatura a sede da nova Autoridade para a Luta contra o Branqueamento e o Financiamento ao Terrorismo.
Espanha está disposta a abdicar da candidatura para a sede da nova Autoridade para a Luta contra o Branqueamento e o Financiamento ao Terrorismo (na sede inglesa AMLA), em troca da liderança do Banco Europeu de Investimento (BEI), segundo fontes conhecedoras do processo citadas pelo El Economista.
Na corrida pela sede da AMLA, Madrid compete com Frankfurt, na Alemanha, e Viena, na Áustria. As fontes referem que o governo liderado por Pedro Sánchez está disposto a ceder a agência em troca do apoio de Berlim à candidatura espanhola da liderança do BEI.
Desta forma, caso Berlim aceitasse, ficaria não só com a liderança do mecanismo único de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), que já está nas mãos da germânica Claudia Buch, como com o comando da agência europeia para a lavagem de dinheiro.
Na corrida pela liderança do BEI, Espanha apresentou o nome da atual vice-presidente do executivo espanhol Nadia Calviño.
Além de Espanha e Alemanha, Itália, Polónia, Suécia e Dinamarca — representada pela até agora comissária europeia para a Concorrência Marghrete Vestager — também já apresentaram os seus candidatos à liderança do banco.
Por cá, o Governo liderado por António Costa já fez a sua escolha e vai apoiar Nadia Calviño na corrida à liderança do BEI, avançou à Lusa na quinta-feira fonte ligada ao processo.
"Só posso agradecer o apoio decidido que o Governo português deu à minha candidatura ao BEI, que reflete o nosso alinhamento absoluto de postura dos dois governos em matérias europeias", declarou Nadia Calviño, falando à entrada para uma reunião informal dos ministros europeus das Finanças, na cidade espanhola de Santiago de Compostela, citada pela agência de informação.
"Partilhamos um lugar [na vice-presidência rotativa] no BEI e a nossa posição relativamente às instituições europeias está a 100% alinhada com o nosso país vizinho, país […] ainda mais vizinho estando aqui na Galiza", acrescentou.
O atual presidente do banco, Werner Hoyer, deixa o cargo no final do ano, pelo que os governantes têm até então de nomear um sucessor. Espera-se que a decisão final seja tomada em outubro, pelo Conselho de Governadores do BEI, constituído pelos ministros das Finanças de todos os países da UE.