Notícia
Comércio internacional e consumo interno sustentam PIB do Reino Unido
O instituto de estatísticas do Reino Unido confirmou o crescimento do PIB no país no terceiro trimestre em 0,5%. O comércio internacional deu um empurrão importante.
Na comparação homóloga, o PIB cresceu 2,3%.
No primeiro trimestre completo depois dessa decisão, a economia britânica, segundo a Bloomberg, mostra resistência.
Os gastos das famílias cresceram 0,7% face ao segundo trimestre e o investimento empresarial aumentou 0,9%. Este último dado, em particular, é visto pela Capital Economics como um atenuar dos receios de que o referendo iria por um travão ao investimento. Ainda assim face ao mesmo trimestre há um ano teve uma queda de 1,6%.
Apesar destes dados revelarem poucos efeitos do Brexit na economia, certo é que a projecção de crescimento para 2017 foi revista de 2,2% para 1,4%, mas foi revista em alta para 2016 para 2,1%. Para o próximo ano, o gabinete de estatísticas aponta para um menor investimento e mais fraca procura interna, devido a incertezas com o processo de saída e maior inflação devido à depreciação da libra. Nas mesmas projecções espera-se uma recuperação para 1,7% em 2018, 2,1% em 2019 e 2020 e 2% em 2021.
Nos dados que confirmam um crescimento de 0,5% no terceiro trimestre do ano, com o comércio internacional a dar um contributo importante. Depois de ter caído 0,8% no segundo trimestre, o saldo comercial contribuiu com um salto de 0,7%, com as exportações a subirem 0,7%, face à queda de 1% no segundo trimestre, e as importações a caírem 1,5%, depois do crescimento de 1,3% no trimestre anterior. Segundo a análise da Capital Economics, a melhoria nos inquéritos que medem as encomendas de exportações sugere que a queda da libra poderá ter um impacto positivo nas vendas ao exterior.
Segundo a Bloomberg este é mesmo o maior contributo do comércio internacional para o PIB desde o início de 2014 e o primeiro este ano.
Para a Capital Economics, numa nota assinada pela economista Ruth Gregory, o accionamento do artigo 50.º do Tratado de Lisboa pode trazer quedas no sentimento empresarial e consequentemente no investimento. Por outro lado, "o efeito negativo da queda da libra ainda não foi sentido, ainda que admitamos que os importadores e os retalhistas possam absorver alguma da subida do custo das importações".