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Centeno diz que há margem para melhorar regras orçamentais da UE

O ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, defendeu hoje em Lisboa que há margem para melhorar as regras orçamentais da União Europeia (UE), para que sejam mais transparentes e compreendidas pelas populações.

23 de Fevereiro de 2018 às 21:09
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"O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) é o nosso compasso de políticas. Precisamos de trabalhar no sentido de uma implementação muito inteligente do PEC e, olhando para o futuro, vejo margem para melhorar as regras orçamentais na Europa", afirmou Mário Centeno.

 

Numa conferência na Universidade Nova de Lisboa, o presidente do Eurogrupo defendeu que tornar as regras mais transparentes e perceptíveis para populações seria "muito positivo".

 

Para Mário Centeno, para reforçar o ciclo positivo da economia europeia "é preciso fazer com que a zona euro se torne mais forte de forma estrutural e ter uma calibração cuidadosa de políticas".

 

O ministro das Finanças defendeu a manutenção de 'almofadas' financeiras robustas, "caso o ambiente económico piore", o foco no aumento do investimento -- que "é um problema na zona euro" -- e um "'mix' de políticas nacionais, a nível orçamental e estrutural".

 

Além disso, Mário Centeno defendeu o aprofundar da união monetária para "prevenir crises futuras", através de uma união bancária e de uma união de mercados financeiros.

 

"Precisamos de paciência para implementar ambas, mas temos de ver que são cruciais para o nosso futuro na Europa", considerou o ministro.

 

Questionado pelos alunos sobre se o Eurogrupo vai mudar a postura do ministro, Mário Centeno defendeu que, como economista, é necessário ter "mente aberta" e "não ter medo de cometer erros", considerando que vai aprender "todo o tempo" do seu mandato como líder do fórum de ministros das Finanças da zona euro.

 

Já o economista André Sapir, que também participou na conferência, aconselhou prudência, apesar de a situação actual em Portugal ser positiva.

 

"Portugal tem um número de fraquezas, relacionadas com as qualificações e o capital humano", considerou, acrescentando que quando o país aderiu ao euro "foi arriscado", mas que na altura o mundo já era competitivo e continua a ser. "É uma batalha que nunca para", considerou.

 

Em resposta, o ministro das Finanças defendeu que "é importante para Portugal fazer parte do euro", recordando uma sondagem que concluiu que entre ganhar o Europeu de futebol, a Eurovisão e sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) foi este último evento que mais aumentou a auto-estima dos portugueses.

 

Mário Centeno e André Sapir encerraram a 3.ª edição do Economia Viva, um ciclo de conferências promovido por alunos da faculdade de economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE).

 

O ministro das Finanças não quis falar aos jornalistas à margem da conferência.

 

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