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Brexit: Negociações formais podem não arrancar na próxima segunda-feira
O ministro britânico com a pasta do Brexit admitiu que as negociações formais para a saída do Reino Unido da União Europeia podem não começar no próximo dia 19 como previsto. Nesse mesmo dia, o governo de Theresa May deve apresentar o seu programa político no parlamento.
No final de Maio, a Comissão Europeia revelou que esperava começar as conversações com Londres para a desvinculação do país da UE na semana iniciada a 19 de Junho. Esta segunda-feira, 12 de Junho, o ministro britânico com a pasta do Brexit, David Davis, admitiu que as negociações podem arrancar na próxima semana, mas não logo na segunda-feira, 19 de Junho, de acordo com a Reuters.
É que precisamente a 19 de Junho o governo de Theresa May, resultante das eleições realizadas na semana passada, vai apresentar o seu programa político no parlamento, segundo Davis. Neste sentido, o governante aponta, ainda assim, que as negociações devem ter o seu início algures na próxima semana.
"O meu secretário permanente está hoje em Bruxelas a falar com eles [Comissão Europeia] sobre os detalhes. Pode não ser na segunda-feira [que comecem as negociações] porque também temos o discurso da Rainha nessa semana e vou ter de discursar", afirmou, citado pela Reuters.
Na última sexta-feira, 9 de Junho, no rescaldo das eleições britânicas – que os conservadores de Theresa May venceram mas perdendo a maioria absoluta que tinham -, Michel Barnier, o negociador da UE para o Brexit, abriu a possibilidade de Bruxelas dar mais tempo a Londres para iniciar as negociações.
As negociações de saída do Reino Unido da União Europeia "devem começar quando o Reino Unido estiver pronto. O calendário e as posições da UE são claros. Unamos os nossos esforços para concluir um acordo", afirmou através da rede social Twitter, Michel Barnier, que antes tinha dito esperar começar as negociações na semana de 19 de Junho, escrevia então a Lusa.
Mercado único não deve estar em cima da mesa na próxima semana
A manutenção do Reino Unido no mercado único não deverá estar em cima da mesa nas negociações que vão ter lugar nos próximos dias. Esta é pelo menos a opinião de Graham Brady, membro do Partido Conservador, de acordo com a agência Reuters.
Tanto membros da oposição como membros do partido conservador consideram que Theresa May não tem mandato para negociar a saída do país do mercado único depois do desfecho eleitoral da semana passada, em que May perdeu a maioria absoluta.
O Partido Conservador não alcançou os 326 assentos necessários, dos 650 existentes, para ter maioria absoluta e, por isso, o resultado destas eleições traduz-se no chamado ‘parlamento pendurado’ (hung parliament), com nenhum partido a atingir a maioria.