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Brexit: Grandes bancos confirmam redução de actividade na City londrina

No rescaldo do anúncio de Theresa May, os presidentes de dois dos maiores bancos confirmaram que vão mesmo retirar pelo menos mil postos de trabalho de Londres.

Bloomberg
18 de Janeiro de 2017 às 18:41
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Dois dos maiores bancos europeus confirmaram nesta quarta-feira, 18 de Janeiro, a sua intenção de reduzir a respectiva actividade em Londres retirando cerca de mil trabalhadores, cada um, da City financeira, noticia a Reuters.


"Vamos mudar-nos dentro de dois anos quando o Brexit se consumar", disse à Reuters o presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, à margem da reunião anual do World Economic Forum que decorre em Davos, na Suíça. Em causa está a deslocalização de recursos que geram cerca de um quinto das receitas do banco, o que significará um milhar de postos de trabalho.


O presidente do UBS, Axel Weber, disse por seu turno à BBC que cerca de mil dos cinco mil funcionários do banco suíço sediados em Londres deverão ser afectados pelo Brexit.

O HSBC, o maior banco da Europa, está em vantagem sobre os seus principais rivais norte-americanos, já que tem uma grande subsidiária em Paris que detém a maioria das licenças necessárias a um banco de investimento. Em 2015, a divisão de banca e mercados globais do HSBC obteve lucros de 384 milhões de dólares no Reino Unido.


Já o UBS criou, em 2016, um banco em Frankfurt para consolidar a maior parte das suas operações europeias de gestão de património, devendo agora esta estrutura ser ampliada.

Frankfurt e Paris têm liderado as campanhas para atrair o negócio bilionário que está a ponderar sair da City. Lisboa tem atractivos, mas está sem estratégia. Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, garante ao Negócios que o governo está agora a trabalhar nesse sentido e quer captar investimentos instalados ou que estavam a caminho da City.


A primeira-ministra britânica anunciou nesta terça-feira que irá pedir o divórcio completo da União Europeia, incluindo a saída do mercado único no âmbito do qual foi criado um "passaporte" que permite às instituições financeiras venderem os seus serviços em toda a UE bastando-lhes estarem sediadas num único Estado. Theresa May disse querer, em contrapartida, negociar um novo acordo que permita à City continuar a funcionar como centro financeiro da UE, mas é muito incerto que o consiga.

Escreve a Reuters, que a melhor esperança da City, que foi sempre contra o Brexit, é que o governo consiga obter um acordo transitório segundo o qual, após o Brexit, as empresas financeiras continuariam durante largos anos a poder operar a partir do Reino Unido para toda a UE, na expectativa de que um acordo de acesso privilegiado possa ser alcançado num prazo mais distante.

"Gostaríamos de ver um acordo de transição anunciado o mais rapidamente possível", disse Mark Boleat, presidente da comissão de política e recursos da empresa que gere o centro financeiro, a City of London Corporation.

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