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Brexit: Decisão sobre negociações terá de ser tomada até domingo
"Tomámos um conhecimento claro das posições de cada um. Mantêm-se muito distantes", refere o comunicado da presidente da Comissão.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (na foto), anunciou esta quarta-feira que deverá ser tomada uma decisão acerca de um acordo pós-Brexit até domingo, sublinhando que as posições dos dois parceiros se mantêm "muito distantes".
"Concordámos que as nossas equipas de negociação deveriam reencontrar-se imediatamente de maneira a resolver as questões essenciais. Chegaremos a uma decisão até ao final do fim de semana", referiu Von der Leyen num comunicado, após um jantar de três horas com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
"Tomámos um conhecimento claro das posições de cada um. Mantêm-se muito distantes", refere o comunicado da presidente da Comissão.
Do lado britânico, fontes diplomáticas também deram conta de uma "discussão franca sobre os obstáculos significativos que se mantêm nas negociações", e frisaram que permanece "um fosso muito grande" entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), sendo "incerto se estas [diferenças] podem ser ultrapassadas".
"O primeiro-ministro [Boris Johnson] e Ursula von der Leyen concordaram em prosseguir as discussões nos próximos dias. O primeiro-ministro não quer deixar nenhum caminho para um acordo por percorrer. O primeiro-ministro e Von der Leyen concordaram que, até domingo, uma decisão firme deverá ser tomada sobre o futuro das negociações", referiram sublinham as mesmas fontes.
UE e Reino Unido tentam num derradeiro ‘sprint’ chegar a acordo sobre as relações futuras, já que a partir de 01 de janeiro de 2021 – data que coincide com o arranque da presidência portuguesa do Conselho da UE, no primeiro semestre do ano –, o Reino Unido, que abandonou o bloco europeu em janeiro de 2020, deixa de gozar do chamado período de transição, mantendo o acesso dos britânicos ao mercado único.
Na ausência de um acordo (‘no deal’), as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.