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Barnier e Rutte favoritos em Bruxelas para suceder a Juncker e Tusk
O francês Michel Barnier (na foto) e o holandês Mark Rutte são os favoritos a suceder a Jean-Claude Juncker e Donald Tusk nas presidências da Comissão Europeia e do Conselho Europeu em 2019, segundo uma sondagem hoje divulgada pela VoteWatch Europe.
O inquérito, levado a cabo pelo "think tank" (grupo de reflexão) especializado em assuntos europeus junto de mais de 1.000 pessoas pertencentes ao que a VoteWatch classifica como a "Bolha da União Europeia" em Bruxelas (entre funcionários das instituições, académicos e especialistas de "think tanks", representantes governamentais, organizações não-governamentais e jornalistas), aponta ainda o primeiro-ministro, António Costa, como um dos potenciais candidatos a presidir ao Conselho Europeu (que reúne os chefes de Estado e de Governo da UE).
Para os outros altos cargos da UE que deverão sofrer mudanças em 2019, na sequência das eleições europeias, o inquérito aponta ainda os alemães Manfred Weber e Jens Weidmann como os mais fortes candidatos às presidências do Parlamento Europeu e Banco Central Europeu.
De acordo com a sondagem, Barnier, actual negociador-chefe da UE para o 'Brexit' e pertencente à família política do Partido Popular Europeu (PPE), é o grande favorito a presidir à Comissão Europeia depois das eleições europeias de maio de 2019, com 37%, seguido da actual comissária dinamarquesa Margrete Vestager, com 15%, e da também francesa e actual directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, com 13%.
Quanto ao Conselho Europeu, a "bolha" de Bruxelas aposta no primeiro-ministro holandês, Rutte (dos Liberais), com 25%, neste caso com curta vantagem sobre o segundo nome mais apontado, a presidente lituana Dalia Grybauskaite, independente, mas próxima do PPE (20%), seguindo-se o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar (PPE), com 13%.
Nas "apostas" dos inquiridos de Bruxelas, o nome de António Costa surge em sétimo lugar entre os favoritos à presidência do Conselho Europeu, com 6%, a par do primeiro-ministro belga, Charles Michel, e ligeiramente atrás do romeno Klaus Iohannis (9%), do italiano Paolo Gentiloni (8%) e do luxemburguês Xavier Bettel (7%).
Para a presidência do Parlamento Europeu, actualmente ocupada pelo italiano Antonio Tajani (PPE), o grande favorito é o actual líder do PPE na assembleia, Manfred Weber (34%), seguido de longe pelo irlandês Mairead McGuinness, também do PPE (com 18%) e do belga Guy Verhofstadt, dos Liberais (17%).
Da Alemanha vem também o grande candidato a suceder a Mario Draghi na liderança do Banco Central Europeu (BCE), com 33% dos inquiridos a apontar o nome de Jens Weidmann, presidente do Deustsche Bundesbank, sendo seguido de Lagarde (23%), antecipando-se uma acesa disputa do posto entre Berlim e Paris.
De acordo com a VoteWatch, os países do sul da Europa estão à partida contra uma personalidade alemã à frente do BCE, mas o facto de Mário Centeno ter sido eleito para a presidência do Eurogrupo e de o espanhol Luis de Guindos ter sido recentemente nomeado para a vice-presidência do BCE (em substituição de Vítor Constâncio) poderão "flexibilizar" as posições destes Estados-membros.