Esta quarta-feira realizou-se a primeira deslocalização de refugiados que permaneciam nos campos de acolhimento situados na Grécia. As autoridades helénicas organizaram a viagem de 30 refugiados (quatro famílias sírias e duas iraquianas) para o Luxemburgo, um trajecto que será feito de autocarro.

Dos mais de 600 mil migrantes que este ano já chegaram através do Mar Egeu às costas gregas, estes são os primeiros 30 a serem relocalizados no âmbito do plano de distribuição definido pela Comissão Europeia. Citado pela BBC, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, designou este procedimento como "uma viagem para a esperança".

No entanto, Tsipras, que no passado fim-de-semana realçou a convicção de que o drama dos refugiados não é um problema que se resolva meramente através de dinheiro, lembrou esta quarta-feira, 4 de Novembro, que estes refugiados representam apenas uma pequena fracção do número total de 160 mil que a União Europeia se comprometeu a relocalizar.

Segundo dados da Comissão Europeia conhecidas esta quarta-feira e sem contar com os 30 hoje enviados pela Grécia para o Luxemburgo, desses 160 mil, até ao momento foram distribuídos apenas 116 refugiados. A lentidão até agora verificada neste processo contrasta com o ritmo crescente do afluxo migratório para solo europeu. Dados recentes das Nações Unidas mostram que em Outubro chegaram à Europa, somente por via marítima, mais de 218 mil migrantes e refugiados, praticamente o número verificado em todo o ano passado.

Os países mais afectados continuam a ser a Itália, devido à proximidade em relação ao norte de África, e a Grécia, penalizada pela proximidade da Turquia, o país que mais refugiados acolhe. Segundo Ancara, a Turquia mantém mais de 2 milhões de sírios nos seus campos de acolhimento. Além dos 30 refugiados hoje relocalizados a partir da Grécia, foram distribuídos 86 requerentes de asilo que estavam em solo italiano.