Notícia
Conselheiro do Kremlin demite-se e 100.000 russos perderam o emprego. Guerra continua, bolsas afundam e petróleo dispara
Acompanhe aqui minuto a minuto o conflito na Ucrânia e o seu impacto nos mercados.
Conselheiro do Kremlin demite-se por discordar de guerra na Ucrânia
O representante do Kremlin junto das organizações internacionais para questões sobre desenvolvimento sustentável, Anatoly Chubais, demitiu-se esta quarta-feira do cargo por discordar das ações militares da Rússia contra a Ucrânia.
O economista de 66 anos deixou o país e viajou para a Turquia, acompanhado pela esposa, e fontes citadas pela Reuters dizem que o mesmo não pretende regressar.
Este foi o primeiro protesto público por parte de um alto funcionário russo contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Este é o primeiro alto funcionário russo em exercício a demitir-se depois do início da in
vasão russa ao território ucraniano.
No passado dia 18, também em condenação desta guerra, Arkady Dvorkovich – que tinha sido vice-primeiro-ministro no governo de Dmitri Medvedev, demitiu-se do cargo da agência de inovação científica, a Fundação Skolkovo.
Saída de empresas na Federação Russa deixa 100 mil sem emprego
Cerca de 100 mil pessoas deixaram de trabalhar, na Federação Russa, depois de várias empresas terem terminado a atividade devido à invasão russa da Ucrânia, segundo fontes oficiais.
O número de pessoas em estado "inativo" é de 95.865, disse a vice-presidente do Conselho da Federação Russa (Senado), Galina Karelova, segundo a agência Interfax.
Ao mesmo tempo, 36.765 organizações, onde trabalham mais de oito milhões de pessoas, modificaram o regime laboral, avançou. "O maior número (de pessoas que perderam o emprego) observa-se em Moscovo, Samara, Kaluga e São Petersburgo", especificou.
Karelova indicou que o governo adotou medidas de apoio aos cidadãos, que já beneficiaram mais de 600 mil.
"Mobilizaram-se mais de 39 mil milhões de rublos (340 milhões de euros) para apoiar o mercado laboral do fundo de reserva do governo. A maior parte desta soma destina-se à criação de empregos temporários para trabalhadores em risco de despedimento e a organização de atividades sociais", disse.
O vice-primeiro-ministro russo, Alexandr Novak, disse hoje que "estão a ser elaboradas medidas para manter as empresas, cujos donos decidiram encerrá-las". Acrescentou que "os proprietários vão ter a opção de reiniciar a atividade ou vender a sua parte".
O presidente da câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, afirmou na semana passada que cerca de 300 empresas estrangeiras cessaram as suas atividades na capital russa depois da imposição das sanções pela invasão da Ucrânia.
Lusa
AIEA insiste na urgência de estabelecer acordo para evitar desastre nuclear
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a alertar hoje que é urgente estabelecer um acordo, entre russos e ucranianos, que permita fornecer assistência técnica e evitar desastres em Chernobyl e outras centrais nucleares da Ucrânia.
"A necessidade de evitar um acidente nuclear é mais premente a cada dia que passa", destacou, em comunicado, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
O responsável da agência nuclear da ONU tem manifestado, ao longo das últimas semanas, a disponibilidade para se deslocar pessoalmente à Ucrânia, para celebrar um acordo que permita o envio de técnicos da AIEA para o país que enfrenta uma invasão da Rússia.
A Ucrânia conta com 15 reatores nucleares e com a antiga central nuclear de Chernobyl, onde ocorreu o acidente mais grave da história da indústria nuclear.
Rafael Grossi garantiu que a agência está "pronta e apta para se mobilizar imediatamente e fornecer ajuda essencial para garantir a segurança nuclear na Ucrânia". "Espero poder concluir este acordo-quadro sem mais demoras. Não podemos perder mais tempo. Temos que agir agora", sublinhou o diplomata argentino.
As forças russas invadiram a Ucrânia e tomaram Chernobyl e Zaporizhzhya - a maior central nuclear da Europa. Estas duas instalações sofreram danos durante o ataque russos, bem como falhas de energia, ocorrências que o staff ucraniano conseguiu reparar mais tarde.
No comunicado divulgado esta quarta-feira, a AIEA informou que as autoridades ucranianas relataram incêndios florestais na proximidade de Chernobyl, algo comum nesta época do ano, adiantando que os bombeiros da região estão a tentar controlar.
O regulador nuclear ucraniano relatou também à agência da ONU que registou ligeiros aumentos nas concentrações de césio no ar em Kiev e em dois locais a oeste de Chernobyl. No entanto, segundo a mesma fonte, estes valores "não representam problemas radiológicos significativos".
Lusa
OMS confirma 64 ataques a unidades de saúde na Ucrânia
A Organização Mundial de Saúde já verificou 64 ataques à saúde desde o início da guerra a unidades de saúde na Ucrânia.
"A OMS já verificou 64 ataques à saúde desde o início da guerra e estamos a verificar novos ataques", disse, esta quarta-feira, o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Renault anuncia suspensão das operações na fábrica de Moscovo
O grupo automóvel francês Renault anunciou na noite de hoje suspender -- "a partir deste dia" -- as "atividades da fábrica" em Moscovo e avaliar "as possíveis opções relativas à sua participação" na sua subsidiária russa AvtoVAZ.
"Como resultado, o Grupo Renault é forçado a rever as suas perspetivas financeiras para o ano de 2022 com uma margem operacional do Grupo de cerca de 3%", contra os mais de 4% registados anteriormente, anunciou a multinacional num comunicado.
A Renault detém 69% da AvtoVAZ, que é líder de mercado russo com a sua marca Lada.
A decisão surge depois do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter exortado hoje as empresas francesas implantadas na Rússia a pararem de apoiar "a máquina de guerra" russa e a abandonarem a Rússia, referindo como exemplos as marcas Renault, Auchan e Leroy Merlin.
"As empresas francesas devem abandonar o mercado russo. Renault, Auchan, Leroy Merlin e outras devem parar de ser as patrocinadoras da máquina de guerra da Rússia", sustentou, na declaração transmitida à Assembleia Nacional Francesa. "Elas devem parar de financiar o assassínio de crianças e de mulheres, as violações...", insistiu, acrescentando que "todos devem lembrar-se de que os valores valem mais que os lucros".
A Rússia é também o segundo maior mercado do grupo automóvel Renault no mundo, a seguir à Europa. O fabricante francês está presente através do grupo AvtoVAZ, que interrompeu parte da sua produção em meados de março devido à falta de componentes, em consequência das sanções ocidentais impostas a Moscovo.
A Renault está ainda mais exposta por estar associada, na Rússia, ao grupo público russo Rostec, dirigido por Serguei Tchemezov, um aliado do Presidente russo, Vladimir Putin.
Lusa
Portugal concedeu mais de 20.000 pedidos de proteção temporária
Mais de 20.000 pedidos de proteção temporária foram concedidos até hoje por Portugal a pessoas que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo a última atualização feita à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O SEF precisa que os 20.167 pedidos de proteção temporária foram concedidos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
De acordo com o SEF, cerca de um terço dos refugiados ucranianos que chegam a Portugal e beneficiários da proteção temporária são menores.
O SEF tem uma plataforma 'online', em três línguas, para pedidos de proteção temporária por residentes ucranianos.
A plataforma 'SEFforUkraine.sef.pt' "possibilita a todos os cidadãos ucranianos e seus familiares (agregado familiar), bem como a qualquer cidadão estrangeiro a residir na Ucrânia, fazer 'online' um pedido de proteção temporária de um ano, prorrogável por dois períodos de seis meses", segundo o SEF.
No decorrer do processo para proteção temporária em Portugal, os cidadãos que a requeiram têm acesso aos números fiscal, de Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde, pelo que podem beneficiar assim destes serviços e ingressar no mercado de trabalho.
A plataforma contém ainda informação relativa aos demais aspetos de acolhimento e integração de pessoas deslocadas.
Os últimos dados da ONU indicam que mais de 3,6 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde a invasão russa.
Lusa
Zelensky terá pedido a Biden para não sancionar Abramovich. Ideia é facilitar negociações
Volodymyr Zelensky, o Presidente ucraniano, terá pedido ao homólogo norte-americano para deixar Roman Abramovich fora da lista de sanções contra a elite russa. A notícia é avançada pelo The Wall Street Journal, que refere que desta forma seria mais fácil chegar a bom porto nas negociações - nas quais o oligarca de origem russa marca presença.
No início das conversações entre a Rússia e a Ucrânia, foi pedido a Abramovich para servir de elo de ligação entre as duas partes. Abramovich consta da lista de sanções do Reino Unido, por exemplo, justificadas pelas ligações ao Kremlin.
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Bruxelas acredita que Rússia quer deixar ucranianos à fome
A Comissão Europeia acredita que a Rússia está a atacar deliberadamente as reservas de alimentos da Ucrânia para deixar a população do país à fome, disse hoje o responsável europeu pela Agricultura, Janusz Wojciechowski.
"É um método semelhante ao usado na década de 1930 pelos soviéticos na Ucrânia e no Cazaquistão, onde milhões de pessoas morreram à fome", disse o comissário, em conferência de imprensa, no âmbito da apresentação de um relatório que propõe medidas para salvaguardar a segurança alimentar, em risco devido à guerra na Ucrânia, e reforçar os sistemas alimentares na União Europeia.
Segundo o comissário, de nacionalidade polaca, os membros do Governo ucraniano com quem os 27 têm mantido contactos nos últimos dias relataram "muitos casos de ataques deliberados a infraestruturas agrícolas", o que, segundo considerou, pode ser interpretado como vontade "de criar fome como método de agressão".
A ONU estima que até 18 milhões de pessoas na Ucrânia serão afetadas por essa insegurança alimentar, incluindo cerca de 6,7 milhões de deslocados internos.
Sábado
Bolsas europeias caem com menos apetite pelo risco
As bolsas europeias cederam terreno esta terça-feira, numa altura em que o desvio das obrigações para as ações está a dar sinais de estar a diminuir. Isto enquanto os investidores continuam a pesar os riscos da guerra na Ucrânia e os elevados números da inflação.
O Stoxx 600 fechou a ceder 1,03%, para 453,92 pontos, invertendo assim dos ganhos da abertura e depois de cinco sessões seguidas em alta.
Apenas dois dos vinte setores representados no índice de referência europeu valorizaram e a energia foi o que teve melhor desempenho, num dia de forte subida dos preços do petróleo e do gás natural.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recuou 1,31%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,17%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,22%, o espanhol IBEX 35 perdeu 1,87% e o italiano FTSE MIB desceu 0,96%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,89%.
Brent nos 150 dólares?
Doug King, corretor do Merchant Commodity Fund, disse à Bloomberg que os preços do Brent poderão atingir os 150 dólares por barril até ao final do ano, numa altura em que o choque da oferta decorrente da guerra na Europa coincide com uma procura resiliente por parte de pessoas desejosas de voltarem a viajar depois da pandemia.
"O mundo tem poucas opções para bombear mais cride e não há grandes sinais de que o consumo esteja em risco", declarou.
"A procura por jet fuel está a retomar, as viagens estão a retomar. Acho que as pessoas estão com dinheiro e vão gastá-lo, por isso não antecipo uma destruição da procura a estes preços", acrescentou o trader de "commodities".
Petróleo dispara com queda de stocks nos EUA. Suspensão no Mar Negro também agita preços
Os preços do "ouro negro" estavam a negociar em alta mas reforçaram esse movimento depois da publicação dos dados sobre os inventários norte-americanos de crude na semana passada. Os stocks diminuíram em 2,51 milhões de barris, anunciou o Departamento da Energia dos EUA.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a disparar 5,42% para 121,74 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 4,95% para 114,68 dólares por barril.
Os preços estavam já a subir devido às notícias de que um importante terminar de exportação de petróleo no Mar Negro suspendeu os carregamentos, correndo o risco de se deparar com várias semanas de disrupção.
As exportações deste terminal poderão ser reduzidas na ordem de um milhão de barris por dia, desfalcando ainda mais o mercado europeu, refere a Bloomberg.
Enquanto isso, os líderes da União Europeia e da NATO vão reunir-se amanhã em Bruxelas para reforçarem a sua resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Juros das dívidas soberanas a aliviar
Os juros das dívidas soberanas estão a aliviar significativamente na Zona Euro, depois das subidas registadas na sessão anterior, em alguns casos regressando a valores de quase dois anos.
Os juros da dívida da Alemanha a dez anos, vistos como a referência para o bloco europeu, estão a aliviar 1,5 pontos base para 0,484%.
Já em Itália, os juros da dívida também a dez anos continuam acima dos 2%. Os juros italianos aliviam 1,2 pontos base, até uma taxa de 2,007%.
Na Península Ibérica, os juros de Espanha a dez anos recuam 2,3 pontos base para 1,393%. Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade aliviam 1,2 pontos base para 1,269%.
Ouro valoriza, a recuperar da queda da sessão anterior
O ouro está a valorizar esta quarta-feira, a recuperar das quedas vividas na sessão anterior, em que os juros das dívidas estiveram a subir.
Esta tarde, os ganhos do ouro estão a ser amparados pela situação na Ucrânia e pelos números da inflação em países como o Reino Unido. Perante a incerteza, os investidores procuram algum refúgio em ativos como o ouro.
O ouro está a valorizar 0,25% em Londres, com a onça a negociar nos 1.926,59 dólares. Na sessão anterior, este metal desvalorizou 0,73%, com o preço do ouro a cair até aos 1.921,69 dólares.
Nos restantes metais preciosos, destaca-se também a subida de 0,35% da prata, que está a cotar nos 24,87 dólares por onça. Já a platina recua 1,12% até aos 1.014,13 dólares por onça.
Nos metais de base, nota para o tombo de 10,26% do níquel, que está a cotar nos 28.159 dólares por tonelada.
Dólar ganha força com mais responsáveis da Fed a favor da subida de juros. Rublo a recuperar
O dólar está a ganhar força nesta altura, a somar 0,23% contra um cabaz de divisas rivais. A amparar a subida da "nota verde" está o facto de mais responsáveis da Fed, a Reserva Federal dos EUA, terem acompanhado Jerome Powell para continuar a subir as taxas de juro.
Já na Europa, tanto o euro como a libra esterlina estão a perder terreno contra o dólar. A moeda única está a cair 0,25% face ao dólar, para 1,1001 dólares. Assim, o euro está a aproximar-se de valor de 10 de março, quando ficou abaixo da fasquia de 1,10 dólares.
A libra esterlina está a recuar 0,39% face ao dólar, para 1,3210 dólares. A descida da divisa britânica acontece num dia em que foram conhecidos os números da inflação. Em fevereiro, a inflação no Reino Unido atingiu os 6,2%, o valor mais elevado em trinta anos.
Nota ainda para o rublo, com a moeda russa a ganhar força tanto perante o dólar como face ao euro. O rublo avança 6,93% face ao dólar e 8,14% contra o euro. Um dólar equivale agora a 98,1354 rublos e um euro a 107,53 euros.
O rublo começou a registar ganhos mais expressivos a partir do momento em que Putin avançou que pretende obrigar os países "hostis" a pagar pelo gás natural russo em rublos.
Gás natural dispara e atinge o valor mais alto em duas semanas. Rublo ganha força
O gás natural e também o rublo estão a subir, depois de a agência Interfax avançar que a Rússia quer que as compras de gás natural feitas por países "hostis" sejam pagas em rublos.
Nesta lógica da Rússia, países como o Reino Unido, Estados Unidos e ainda os países que compõem a União Europeia estariam nesta lista. Vladimir Putin acrescentou ainda que "é muito claro que não faz sentido para nós fornecer os nossos bens à União Europeia, EUA e receber pagamentos em dólares, euros e outras moedas", indica uma nota do Kremlin.
Depois disto, o gás natural está avançar: o "benchmark" disparou 19% e esta nos 117,64 euros por megawatt/hora, o valor mais elevado em duas semanas.
Também o rublo está a valorizar, estando já a somar 8% contra o dólar.
NATO vai enviar pela primeira vez ferramentas de defesa contra armas químicas e nucleares para a Ucrânia
A NATO vai enviar equipamentos de defesa contra armas núcleares e químicas para a Ucrânia, anunciou esta quarta-feira, Jens Stoltenberg, secretário-geral da organização.
Stoltenberg explicou que os aliados iriam concordar na reunião agendada para amanhã, em fornecer "apoio adicional" à Ucrânia, incluindo equipamentos de proteção contra "ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares" bem como ajuda contra ataques informáticos.
Esta é a primeira vez que a NATO envia instrumentos de defesa para a Ucrânia, que têm em vista o combate contra armas de destruição em massa.
"Estamos preocupados relativamente à utilização de armas químicas ou biológicas", alertou Stoltenberg, admitindo que "o recurso a armas químicas mudaria totalmente a natureza do conflito e tem consequências a longo prazo".
O discurso do secretário-geral da NATO surge depois de o presidente norte-americano, Joe Biden, ter afirmado que "há uma ameaça real" de a Rússia recorrer a armas químicas.
O Ocupante da Casa Branca chega por volta das 21h a Bruxelas, para estar presente amanhã na reunião com os aliados, de forma a debater presencialmente os próximos passos a serem dados no âmbito da invasão russa à Ucrânia.
Wall Street começa o dia no vermelho
Wall Street arrancou a sessão no vermelho, num dia marcado pelo disparo do preço do petróleo, à medida que a possibilidade de o Ocidente incluir o petróleo russo nas sanções parece cada vez mais certa. A pressionar a sessão estão ainda os discursos dos líderes da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O industrial Dow Jones começou o dia a perder 0,91% para 34.476,45 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência, o S&P 500, desvaloriza 0,65% para 4.483,15 pontos depois de nos últimos dias ter recuperado metade da queda registada desde janeiro. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Comoposite recua 0,92% para 13.990,63 pontos.
Entre os vários setores, a energia é quem lidera os ganhos (40,6%), enquanto o setor da tecnologia é o que mais perde (-12,76%).
A incerteza sobre o conflito na Ucrânia agravou-se, à medida que o Ocidente pondera aplicar mais sanções à Rússia e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy apela a mais pressão sobre o Kremlin.
Para além disso, o mercado está ainda a digerir o discurso de segunda-feira de Jerome Powell, durante o qual o presidente da Fed disse estar pronto para tomar "as medidas necessárias" para combater a elevada inflação, estando disposto a subir de forma mais intensa e mais vezes as taxas de juro, um pensamento reforçado pelos discursos posteriores do líder regional do banco central em St. Louis, James Bullard, e a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly.
"Acho que poderia muito bem haver uma recessão ou até pior", alertou Carl Icahn, fundador e presidente da Icahn Enterprises, em entrevista à CNBC.
Missão de paz da NATO? Kremlin adverte para "consequências irreparáveis"
O Kremlin alertou esta quarta-feira que o envio de uma missão de paz da NATO para a Ucrânia teria "consequências perigosas" e "irreparáveis", já que desencadearia um confronto direto entre as forças militares russas e os aliados do Atlântico Norte.
"Esta seria uma decisão bastante imprudente e altamente perigosa", frisou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma conferência de imprensa que ocorreu esta quarta-feira.
"Está a acontecer uma operação militar especial, e qualquer possível confronto entre os nossos militares e as forças da NATO pode levar a algumas consequências irreparáveis bastante claras", advertiu Peskov.
Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, quando questionado sobre esta possibilidade, durante uma aula por si lecionada no Instituto de Relações Internacionais de Moscovo, admitiu também que tal missão desencadearia "um confronto direto entre a Rússia e a NATO".
"Espero que eles [o Ocidente] entendam do que estão a falar", alertou Lavrov. "Este será um confronto direto entre as forças armadas da Rússia e da NATO que todos, não só tentaram evitar, mas disseram que não deveria ocorrer em princípio", acrescentou.
Na semana passada, a Polónia anunciou que iria apresentar uma proposta de envio de missão de paz dos aliados do Atlântico Norte, durante a reunião da NATO marcada para esta quinta-feira.
Rússia quer exigir que países “hostis” paguem gás natural em rublos, avança Interfax
A Rússia poderá obrigar a que os países que considera serem "hostis" façam o pagamento do gás natural russo recorrendo a rublos. Esta informação é avançada pela agência russa Interfax. A agência refere que a informação foi avançada por Vladimir Putin, o Presidente da Rússia.
Neste momento, a lista de países vistos pela Rússia como pouco amigáveis incluirá os Estados Unidos, Reino Unido e também os Estados-membros da União Europeia. Afinal, todos estes países têm sido bastante críticos da invasão feita pela Rússia à Ucrânia.
Leia a notícia completa aqui.
Bolsa de Moscovo volta a negociar esta quinta-feira após pausa que durava há semanas
A bolsa de Moscovo vai voltar a negociar a partir desta quinta-feira, 24 de março, após ter estado encerrada desde 28 de fevereiro. O encerramento da negociação de ações russas aconteceu depois de o índice de referência russo, o MOEX, ter afundado 45% a 24 de fevereiro, o primeiro dia de invasão da Rússia à Ucrânia.
Ao longo das últimas semanas, a bolsa de Moscovo tem estado encerrada, com o intuito de prevenir quedas mais acentuadas. Esta pausa transformou-se no período mais longo em que a bolsa da Rússia esteve encerrada na história moderna do país.
Leia a notícia completa aqui.
Putin tem planos para participar na próxima reunião do G20, diz embaixadora russa
Vladimir Putin tem planos para participar na próxima reunião do G20 na Indonésia, disse a embaixadora da Rússia na Indonésia, Lyudmila Vorobieva.
Citada pela Reuters, a embaixadora russa indica que a passagem de Putin pela reunião das 20 maiores potências "depende de muitas, muitas coisas, incluindo a situação da covid, que está a melhorar. Por agora a intenção dele (...) é a de participar". A reunião está marcada para novembro.
Estas declarações acontecem num momento em que países como os Estados Unidos e os aliados no Ocidente demonstraram vontade de impedir a participação da Rússia nesta reunião, como contestação à invasão da Ucrânia.
Até ao momento, a China tem demonstrado apoio à Rússia, com Pequim a mostrar desagrado à ideia de a Rússia não participar nesta reunião.
Onda de sanções do Ocidente apanhou Kremlin de surpresa, admite Lavrov
As escalada de sanções do Ocidente contra a Rússia, na sequência da invasão de Moscovo à Ucrânia apanhou o Kremlin de surpresa, admitiu esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
"Quando eles [o Ocidente] congelaram as reservas do Banco Central, ninguém, mesmo que estivesse a prever uma onda de sanções, poderia ter imaginado isto. É um roubo" disse Sergei Lavrov durante uma aula especial numa universidade russa.
O rublo renovou mínimos de 2003, depois de o Ocidente ter congelado as reservas estrangeiras russas. Um relatório do UBS, publicado no início de março, estimou que o banco central russo poderia ter nesta altura até 388 mil milhões de dólares congelados. O montante não levou, contudo, em conta as reservas de ouro do país.
Segundo os cálculos do UBS, o Banco Central da Federação Russa (CBR) possui cerca de 630 mil milhões de dólares em reservas.
Pequim contra saída da Rússia do G20
Pequim não quer que a Rússia saia do grupo das 20 maiores potências mundias, apelidado de forma abreviada de G20, uma sugestão avançada pelos Estados Unidos e os países aliados após a invasão da Ucrânia.
"A Rússia é um membro importante [do G20]", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, durante uma conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira em Pequim."Nenhum membro do G20 tem o direito de remover outros países [do grupo]", justificou.
Pequim tem tentado manifestar uma ideia de neutralidade no que toca à invasão da Ucrània, ainda que já tenha reconhecido "as preocupações de segurança Rússia" relativamente à possível adesão da Ucrânia à NATO.
Polónia vai expulsar 40 diplomatas russos. Países do Báltico pedem à UE que feche os portos ao Kremlin
A Polónia decidiu expulsar cerca de 40 diplomatas russos por alegada espionagem, informou o site Onet.pl, citando fontes anónimas do Governo liderado por Mateusz Morawiecki.
Segundo o site, o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco convocou o embaixador russo para uma reunião na manhã desta quarta-feira para comunicar esta decisão.
A notícia surge horas depois de Varsóvia ter revelado que deteve um funcionário do Registo Civil que, alegadamente, trabalhava para os serviços de inteligência russos.
Vários países da Europa Oriental já expulsaram uma série de diplomatas russos desde o início da invasão à Ucrânia, inclusivamente por alegadas violações da convenção de Viena.
Este acontecimento diplomático ocorre no mesmo dia em que os ministros dos Transportes da Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia pediram à União Europeia que bloqueie as estradas aos camiões de carga russos e bielorrussos e os portos aos navios com as mesmas nacionalidades, anunciou o Ministério dos Transportes da Lituânia em comunicado.
A entrada de navios russos já está bloqueada nos portos do Reino Unido.
Líderes europeus vão apoiar adesão da Ucrânia à UE, revela Draghi
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, anunciou esta segunda-feira que, na reunião de líderes europeus que arranca esta quinta-feira, irá reafirmar o seu apoio para que a Ucrânia entre na União Europeia (UE), ainda que reconheça que o processo de adesão será longo.
"O processo será longo e será necessário tempo para permitir uma integração real e funcional [da Ucrânia na UE]", explicou Draghi no parlamento italiano. "A posição da Itália é apoiar e encorajar a Ucrânia para um caminho que já começou", acrescentou o antigo líder do Banco Central Europeu.
A posição de Itália contrasta com outros países do bloco que defenderam que a Europa deve preocupar-se em ajudar a Ucrânia de forma prática, em vez de apoiar o país com a ideia simbólica de aderir à UE.
Stoxx 600 já apagou perdas da guerra. PSI com ganho mais tímido da Europa
A Europa arrancou a sessão no verde. Esta quarta-feira, as ações europeias seguem a subir pelo sexto dia, estendendo a sua maior sequência de vitórias desde novembro.
O "benchmark" europeu por excelência, o Stoxx 600, avança 0,07% para 458,03 pontos. Segundo os dados compilados pela Bloomberg (e como está demonstrado no gráfico abaixo), o índice já recuperou das perdas sofridas desde o início da guerra na Ucrânia.
Dos 20 setores que compõe o índice, apenas seis estão no vermelho. Saúde (0,34%) e alimentação (0,29%) lideram nos ganhos, já as "utilities" (-0,40%) e imobiliário (-0,33) comandam as perdas.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX sobe 0,23%, o alemão DAX cresce 0,29% e o CAC 40% ganha 0,34%. Londres sobe 0,50% e Amesterdão 0,46%, enquanto Milão soma 0,20%. Por cá, o PSI cresce 0,13%, apresentando o ganho mais tímido do bloco.
"O aumento [das cotações] das ações, a forma como recuperaram e a velocidade a que isso aconteceu nas últimas semanas foi surpreendente", comentou William Davies, diretor de investimentos da Columbia Threadneedle, em declarações à Bloomberg TV.
O especialista recorda que "não nos devemos esquecer que a capacidade de lucro subjacente das empresas em todo o mundo continua forte."
Já o ex-diretor executivo da Pacific Investment Management, Mohamed El-Erian, também em declarações à Bloomberg TV, não partilha desta visão e aconselha os investidores a aproveitarem este "rally" "para tirarem o dinheiro na mesa", já que na sua prespetiva, o aumento gradual dos preços acabará por afetar o crescimento, levando a economia à estagflação.
"Acho que o mercado ainda não considerou o que vai acontecer com a economia", advertiu o especialista.
Fed alivia juros na zona euro e nos EUA
Os juros das dívidas a dez anos estão a aliviar tanto na zona euro como nos EUA, refletindo o apetite dos investidores pelas dívidas soberanas, numa altura em que a Reserva Federal norte-americana (Fed) admite a possibilidade da aplicação de uma política monetária ainda mais agressiva, se tal for necessário.
A yield sobre as bunds germânicas a dez anos -- referência para o mercado europeu -- está a aliviar 0,8 pontos base para 0,488%, depois de ter alcançado pela primeira vez este ano o patamar dos 0,500% durante o dia de ontem, continuando a renovar máximos de fim de 2018. Desde o dia 31 de janeiro que os juros da dívida alemã estão em terreno posivito.
Já os juros da dívida italiana a dez anos caem 2,7 pontos base para 1,992%, enquanto a yield das obrigações francesas com a mesma maturidade desce 1,6 pontos base para 0,940%.
Na Península Ibérica, os juros sobre a dívida portuguesa a dez anos aliviam 2,1 pontos base para 1,261%. Desde sete de fevereiro que a yield das obrigações nacionais com esta maturidade estão acima de 1%, como não era visto desde 2019.
Já em Espanha, a yield da dívida soberana a dez anos alivia 2,1 pontos base para 1,395%.
Por fim, nos EUA, os juros sobre as obrigações com a mesma maturidade caem 1,1 pontos base para 2,372%.
Ouro e euro em queda. Dólar na linha de água
O ouro segue a desvalorizar, à medida que o apetite dos investidores se vira para as dívidas soberanas, um ativo-refúgio que remunera juros, ao contrário dos metais preciosos. Este movimento ocorre depois de tanto o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed) como outros líderes regionais do banco central terem apontado para a possibilidade de uma política monetária mais agressiva.
O metal amarelo está a perder 0,10% para 1.919,15 dólares a onça. A prata segue esta tendência, enquanto platina e paládio estão a subir.
Para além de Powell, que admitiu a possibilidade de subir as taxas de juro mais vezes e forma mais intensa do que o previsto se tal for necessário, a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly, assim como os líderes regionais do banco central James Bullard (St.Louis) e Loretta Mester (Cleveland) também demonstraram a sua predisposição para um política monetária mais agressiva, se tal for necessário para combater a elevada inflação. A Fed reune-se em maio.
"Os preços do ouro estão presos a uma corda bamba entre a escalada da guerra na Ucrânia e as expectativas de mais aumentos das taxas de juro", comentou Avtar Sandu, gestor de mátérias-primas da Phillip Nova Pte em Singapura, citado pela Bloomberg.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg -- que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais -- está na linha de água, a valorizar 0,02% para 98,50 pontos, enquanto o euro perde 0,05% para 1,1022 dólares.
Petróleo sobe diante da possibilidade de novas sanções contra a Rússia
O petróleo segue a valorizar um dia antes das reuniões da NATO e da UE sobre a crise na Ucrânia, na expectativa de que possam ser impostas mais sanções contra a Rússia.
O West Texas Intermediate (WTI) -- referência para o mercado norte-americano -- soma 0,74% para 110,09 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte -- referência para o mercado europeu -- valoriza 1,07% para 116,72 dólares por barril.
Os líderes da União Europeia e da NATO reunem-se esta quinta-feira para debater a crise na Ucrânia. Antes da viagem de Joe Biden, para este se encontrar com os aliados do Tratado do Atlântico Norte, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, já adiantou que os EUA e os aliados vão impor novas sanções a Moscovo.
Para além da conjuntura geopolítica que está a pressionar o mercado do petróleo, há um importante oleoduto com participação russa que pode ser forçado a reduzir remessas através de um terminal vital do Mar Negro, devido a danos causados por tempestades.
Nos EUA, os stocks de petróleo sofreram uma queda 4,3 milhões de barris na semana passada, segundo pessoas familiarizadas com os dados e contactadas pela Bloomberg.
"O mercado está definitivamente atento às discussões que estão a acontecer na Europa", comentou Daniel Hynes, estratega de commodities do Australia & New Zealand Banking Group Ltd. "Será um divisor de águas se a UE fortalecer as sanções para incluir o petróleo russo", acrescentou.
O analista alertou ainda para a propagação de novos casos de covid-19 na China, que tem levado à imposição de novos confinamentos e que pode também pressionar o mercado do ouro negro, pelo lado da procura.
"Os confinamentos na China estão a criar muita incerteza em relação à procura", disse Hynes. O país registou 4.594 novas infecções diárias no início desta semana.
Europa aponta para arranque de sessão no verde
Os futuros sobre os principais índices europeus apontam para o verde, dias antes das reuniões do Conselho Europeu e da NATO, enquanto os investidores digerem os discursos de vários representantes da Reserva Federal norte-americana (Fed) sobre a subida das taxas de juro.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 estão a valorizar 0,8%, enquanto os futuros sobre o britânico FTSE sobem 0,5%.
Os investidores estão expectantes sobre a reunião do Conselho Europeu que arranca esta quinta-feira, a par do encontro da NATO, onde se vai debater a crise na Ucrânia.
O mercado está ainda a digerir o discurso de segunda-feira de Jerome Powell, durante o qual o presidente da Fed disse estar pronto para tomar "as medidas necessárias" para combater a elevada inflação, estando disposto a subir de forma mais intensa e mais vezes as taxas de juro, um pensamento reforçado pelos discursos posteriores do líder regional do banco central em St. Louis, James Bullard, e a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly.
Na Ásia, as grandes protagonistas da sessão foram as ações japonesas, com o Nikkei a terminar o dia a subir 3%, impulsionado sobretudo pelos ganhos do Softbank (7,22%). O Topix avançou 2,33%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,33%, depois das ações da Xiaomi terem disparado 4,51%, após a empresa ter anunciado esta terça-feira uma recompra de ações a um preço agregado máximo de 1,28 mil milhões de dólares, de acordo com a CNBC. Por sua vez Xangai valorizou 0,34%.
Zelensky vai participar no encontro da NATO
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai participar por videoconferência na reunião da NATO, agendada para esta quinta-feira, onde fará um discurso e poderá "participar plenamente" nas negociações, anunciou o porta-voz presidencial Serhiy Nykyfotov na televisão.
O presidente irá reiterar as exigências da Ucrânia pelo fim dos "crimes da Rússia contra civis e a infraestrutura civil", garantiu Nykyforov. Joe Biden vai participar presencialmente neste encontro dos aliados do Atlântico Norte.
Do outro lado da guerra, o parlamento russo votou a favor do reforço de uma norma que "combate as notícias falsas" e que já proibiu várias reportagens sobre a guerra de serem publicadas em todo o país.
No palco do combate, cerca de 100.000 pessoas continuam presas na cidade cercada de Mariupol, sob constante bombardeamento russo, quase um mês após o início da invasão da Ucrânia pelas forças de Moscovo, disse hoje o Presidente ucraniano.