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O plano de paz da China para a Ucrânia em doze pontos

A proposta não deverá receber apoio por parte da Ucrânia e dos países ocidentais. Numa moção pelo fim da guerra, votada esta quinta-feira na ONU, Pequim absteve-se.

24 de Fevereiro de 2023 às 09:58
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Pequim marcou o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia com a apresentação de um plano de paz para a região, em doze pontos.

A proposta - que dificilmente receberá apoio de Kiev ou dos países ocidentais - surge um dia depois de a China ter optado pela abstenção numa resolução da ONU a apelar ao fim do conflito. A medida, aprovada com 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções, incluí a exigência da saída do exército russo de território ucraniano.

A proposta de Pequim - que vai ao encontro do que já vários diplomatas chineses manifestaram - é mais branda com Moscovo e não explica em que ponto ficam os territórios já anexados pela Rússia. A China propõe:

  1. O respeito pela soberania dos países
  2. O abandono da mentalidade da Guerra Fria
  3. O fim das hostilidades
  4. O regresso das conversações de paz
  5. A resolução da crise humanitária
  6. A proteção dos civis e dos prisioneiros de guerra
  7. A salvaguarda das centrais nucleares
  8. A redução dos riscos estratégicos
  9. O encorajamento às exportações de cereais
  10. O fim das sanções unilaterais
  11. A manutenção da estabilidade das cadeias de abastecimento
  12. A promoção da reconstrução pós-conflito
É pouco provável que os Estados Unidos e a Europa apoiem o documento, acredita Neil Thomas, analista sénior do grupo Eurasia, em declarações à CNN. "A proposta chinesa devia ter terminado no primeiro ponto, que pede o respeito pela soberania dos países. Esta guerra pode terminar já amanhã, se a Rússia parar de atacar a Ucrânia e retirar as suas tropas."

O presidente ucraniano assumiu que gostaria de uma maior aproximação da China à Ucrânia. "Gostaríamos de nos encontrar com a China", apontou Volodymyr Zelensky numa conferência conjunta com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz, em Kyiv, esta quinta-feira. 

"Claro que a Ucrânia gostaria de ver a China ao seu lado", sublinhou Zhanna Leshchynska, a principal diplomata de Kiev em Pequim, citada pela Bloomberg. "Neste momento, vemos que a China não está a apoiar os esforços ucranianos", mas "esperamos que eles também insistam com a Rússia para parar a guerra e retirar as suas tropas do território da Ucrânia".
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