Notícia
Johnson avisa que Putin não quer só a Ucrânia. Parlamento de Kiev pede integração "rápida" à UE . Mais de 3,3 milhões já fugiram
Acompanhe aqui o desenrolar do conflito na Ucrânia.
Papa visita crianças ucranianas internadas em hospital gerido pelo Vaticano
O papa Francisco visitou hoje o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, equipamento hospitalar gerido pelo Vaticano e onde estão internadas crianças que deixaram a Ucrânia devido à guerra.
A visita surpresa ocorreu cerca das 16:00 e entre as crianças ucranianas visitadas estavam também vítimas de ferimentos na sequência de bombardeamentos por parte da Rússia, descreveu a agência de notícias Efe.
O Vaticano disse que atualmente há 19 crianças ucranianas entre a sede em Roma e a do hospital na cidade de Palidoro, nos arredores da capital, enquanto as que chegaram desde o início da guerra são cerca de 50.
"O papa parou nas salas e visitou todos os pequenos presentes, antes de retornar ao Vaticano".
Francisco decidiu realizar esta visita após ter recebido hoje em audiência o Coro Antoniano, ao qual pediu para rezarem pelas crianças ucranianas.
Entre as crianças internadas há quatro meninas que foram acompanhadas por uma associação de voluntários e que sofreram ferimentos graves de guerra.
De acordo com o chefe de Cirurgia Plástica e Maxilofacial do hospital, Mario Zama, duas das crianças internadas sofreram amputação do membro superior e outras duas meninas sofreram traumatismo craniofacial bastante grave.
Esta visita ocorre depois de na sexta-feira, o papa Francisco ter condenado "o perverso abuso de poder" patente na agressão russa à Ucrânia e ter pedido ajuda para os ucranianos, atacados na sua "identidade, história e tradição" e que têm direito a "defender a sua terra".
As declarações do papa, numa mensagem enviada a um encontro de representantes católicos europeus na Eslováquia, são algumas das mais contundentes por si reveladas até agora sobre o direito da Ucrânia a existir enquanto Estado soberano e a defender-se da invasão da Rússia.
Primeiro-ministro japonês pressiona homólogo indiano a agir face a conflito
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em visita a Nova Deli, instou hoje o seu homólogo indiano, Narendra Modi, a mudar a sua posição relativamente à Rússia, mas na declaração conjunta absteve-se de condenar a invasão da Ucrânia.
Ao contrário dos restantes membros da aliança ‘Quad’ - Japão, Austrália e Estados Unidos - a Índia absteve-se na votação de três resoluções na ONU de condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia, limitando-se a pedir o fim da violência.
A Índia, que mantém laços estreitos com a Rússia desde a Guerra Fria, continua a comprar petróleo russo, a preços reduzidos, segundo a imprensa.
No final do encontro entre os dois governantes e perante a imprensa, Fumio Kishida disse ter tido discussões "substanciais" e reiterou o seu ponto de vista segundo o qual "a invasão da Rússia mina a ordem internacional e merecia uma reação firme".
Modi, por sua vez, não mencionou a Ucrânia e a declaração escrita conjunta limitou-se a um apelo à "cessação imediata da violência" e a dizer que "não há" outras opções além do caminho do diálogo e da diplomacia para a resolução do conflito".
Sem nomear nenhum país, o texto alarga a questão dos conflitos para a situação indo-asiática e "salienta a necessidade de todos os países procurarem a resolução pacífica dos seus conflitos de acordo com o Direito Internacional, sem ameaça, força ou tentativa de alterar unilateralmente o ‘status quo’".
O primeiro-ministro japonês prossegue a sua deslocação ao exterior com uma paragem no Camboja.
Antes da sua visita, a primeira à Índia de um primeiro-ministro japonês desde 2017, um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros nipónico disse que Tóquio estava "consciente" dos laços históricos entre Nova Deli e Moscovo e a situação geográfica da Índia.
"Mas, ao mesmo tempo, partilhamos valores fundamentais e interesses estratégicos. Então, naturalmente, haverá discussões francas sobre como vemos a situação na Ucrânia [...]", disse o responsável à imprensa, a coberto do anonimato.
No início de março, Kishida, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, não conseguiram convencer o chefe do Governo indiano a adotar uma postura mais dura relativamente à Rússia.
Numa declaração conjunta, o Quadrilateral Security Dialogue, geralmente conhecido por ‘Quad’, divulgou que os seus líderes "discutiram o conflito e a atual crise humanitária na Ucrânia e avaliaram suas consequências mais amplas", sem condenar a Rússia.
Segundo um relato dos serviços de Narendra Modi, este "sublinhou que o ‘Quad’ deve manter-se focado no seu objetivo principal, que é promover a paz, a estabilidade e a prosperidade na região do Indo-Pacífico".
Modi tem previsto falar com Scott Morrison na segunda-feira por videoconferência.
A Rússia é o maior fornecedor de armas da Índia, que também precisa do apoio do ‘Quad’ face à crescente influência da China na região.
As tensões entre Nova Deli e Pequim estão no seu ponto mais alto desde os confrontos em 2020 sobre a fronteira disputada nos Himalaias, que provocou pelo menos 20 soldados indianos mortos e quatro do lado chinês.
Os dois países reforçaram os seus dispositivos militares - para a Índia, em grande parte com equipamentos russos - e enviaram milhares de soldados adicionais para a zona.
Em relação à China, uma fonte de preocupação para o ‘Quad’, Modi e Kishida "reafirmaram a sua visão comum de uma região do Indo-Pacífico livre e aberta, livre de qualquer coerção", e na declaração conjunta pediram também "um retorno ao caminho da democracia" em Myanmar (antiga Birmânia) e condenaram "os desestabilizadores disparos de mísseis balísticos" pela Coreia do Norte.
DGS publica norma sobre vacinação de cidadãos estrangeiros em acolhimento temporário
A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou hoje uma norma que define as estratégias de vacinação de cidadãos estrangeiros que se encontrem em Portugal em situação de acolhimento, definindo como prioritária a cobertura vacinal contra o sarampo e a poliomielite.
"Portugal tem vindo a receber milhares de pessoas provenientes de países em conflito armado ou noutras situações muito desfavoráveis, tendo em curso um programa nacional de acolhimento a cidadãos no contexto de proteção temporária, no qual estão previstos cuidados de saúde. Uma das prioridades à chegada destes cidadãos a Portugal é a vacinação, no âmbito do Programa Nacional de Vacinação (PNV) e de outras estratégias vacinais nacionais", referiu a DGS.
A DGS considerou que "existe um maior risco de determinadas doenças evitáveis pela vacinação em países com baixas coberturas vacinais e perante conjunturas disruptivas, como o conflito armado, foram definidas prioridades de vacinação contra o sarampo e contra a poliomielite.
No entanto, recomendou também a cobertura vacinal contra a tuberculose, a covid-19 e a gripe sazonal.
"Estas recomendações cumprem o estipulado no Programa Nacional de Vacinação (Portaria 248/2017; Norma 18/2020), que determina que todas as pessoas presentes em Portugal têm o direito a ser vacinadas de acordo com o previsto no PNV 2020 (Norma 18/2020)", lê-se no documento.
Segundo a DGS, a "vacinação será efetuada após avaliação do estado vacinal, de acordo com a idade e eventuais patologias de risco ou circunstâncias especiais, devendo ser administradas todas as vacinas consideradas necessárias, sempre que possível".
A adesão a estas medidas será promovida junto destes cidadãos através de estratégias comunitárias e individuais de comunicação".
Metalúrgica em Mariupol praticamente destruída por exército russo
O exército russo destruiu quase por completo a fábrica da Azovstal, uma das maiores empresas de laminação de aço da Europa, instalada em Mariupol, no sul da Ucrânia, informou hoje o Ministério do Interior ucraniano.
"De acordo com as nossas informações, perdemos esse gigante económico. Uma das maiores unidades metalúrgicas da Europa foi destruída", disse o ministro do Interior, Vadym Denysenko, citado pela agência espanhola EFE.
Para Vadym Denysenko, "é inconcebível que Putin [presidente russo] tenha dado, pessoalmente, ordem para destruir toda a cidade" de Mariupol.
Segundo o ministro ucraniano do Interior, "o objetivo de Putin não é desmilitarizar a Ucrânia, mas desindustrializá-la".
"Teremos de reconstruir as nossas fábricas nas próximas décadas", lamentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
ONU confirma 847 civis mortos e 1.399 feridos até sexta-feira
No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabiliza 64 crianças mortas e 78 feridas.
A guerra na Ucrânia provocou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças, até ao final do dia de sexta-feira, anunciou hoje a ONU.
No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabiliza 64 crianças mortas e 78 feridas.
Os dados referem-se ao período entre 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e as 24:00 de sexta-feira (hora local), correspondendo a 23 dias de combates.
A agência da ONU para os direitos humanos acredita que os números reais de baixas civis, incluindo crianças, "são consideravelmente mais elevados, especialmente em território controlado pelo Governo" ucraniano, mais sujeito à ofensiva russa.
"A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma vasta área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de mísseis, e ataques aéreos e de mísseis", lê-se no relatório.
O ACNUDH adiantou que "a receção de informações de alguns locais onde têm ocorrido hostilidades intensas tem sido adiada e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração".
Referiu, em particular, as cidades de Mariupol e Volnovakha (na região de Donetsk), Izium (Kharkiv), Sievierodonetsk e Rubizhne (Lugansk), e Trostianets (Sumy), "onde há alegações de centenas de baixas civis" que não estão incluídas nos números divulgados hoje.
Segundo a agência da ONU, um aumento de vítimas entre dois relatórios diários não implica que corresponda a mortos e feridos ocorridos num período de 24 horas, porque o processo de verificação é demorado e pode demorar vários dias.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 24.º dia, provocou também um número por determinar de baixas militares e levou mais de 3,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para os países vizinhos.
As Nações Unidas calculam que o conflito originou ainda cerca de 6,5 milhões de deslocados internos, ou seja, pessoas que abandonaram o local habitual de residência, mas que permaneceram no país.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas.
A ONU considera que se trata da pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Presidência ucraniana apela à China para que condene "barbárie russa"
A presidência ucraniana apelou hoje à China para que se junte ao Ocidente na "condenação da barbárie russa" na Ucrânia.
"A China pode ser uma parte importante do sistema de segurança global se tomar a decisão certa de apoiar a aliança dos países civilizados e condenar a barbárie russa", escreveu Mykhailo Podoliak, conselheiro do presidência ucraniana e um dos participantes das negociações, numa publicação no Twitter.
O conselheiro da presidência ucraniana acrescentou, na mesma publicação, que esta é uma "hipótese" de a China se "sentar à mesa como iguais".
"O Ocidente deve explicar a Pequim como 1,6 biliões de dólares [comércio entre a China e os Estados Unidos e a União Europeia] difere de 150 bilhões de dólares [comércio entre a Rússia e a China]", salientou.
Esta sexta-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, também advertiu o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para as "implicações" e "consequências" para a China caso forneça "apoio material" à Rússia no "brutal" ataque deste país à Ucrânia, indicou a Casa Branca.
A reunião por videoconferência entre os dois líderes, a primeira que mantiveram desde novembro passado, esteve centrada na invasão russa da Ucrânia e decorreu durante duas horas, segundo a nota oficial.
Os dois dirigentes também assinalaram a sua vontade de "manter os canais de comunicação abertos".
Se por um lado Joe Biden não especificou as consequências para a China num eventual apoio à Rússia, por outro, o chefe de Estado norte-americano "detalhou" a Pequim as duras sanções económicas e financeiras já impostas pelo Ocidente ao regime de Vladimir Putin, salientou a Casa Branca.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 847 mortos e 1.399 feridos entre a população civil, incluindo mais de 140 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Guterres apela a que se evite o colapso do sistema alimentar global
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou hoje para as consequências da guerra na Ucrânia, apelando a que se evite o colapso do sistema alimentar global.
"A guerra na Ucrânia já está a interromper as cadeias de distribuição e a fazer os preços dos combustíveis, alimentos e transporte dispararem", escreveu o líder das Nações Unidas, numa publicação no Twitter.
Na mesma rede social, António Guterres afirmou que "devemos fazer todos os possíveis para evitar um furacão de fome e um colapso do sistema alimentar global".
O responsável das Nações Unidas acrescentou, numa outra publicação, também divulgada hoje, que "o sistema financeiro global foi projetado pelos ricos e poderosos para beneficiar os ricos e poderosos".
"Na sua lógica cruel sustenta as desigualdades, ao invés de fomentar o desenvolvimento. Todos os países merecem condições equitativas para libertar o potencial humano e construir economias fortes", sublinhou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Psiquiatras já sentem o impacto das notícias da guerra na saúde mental dos portugueses
O presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) alertou hoje que o impacto das noticias sobre a guerra na Ucrânia na saúde mental dos portugueses já se está a sentir na prática clínica.
"Ainda não há dados concretos, mas estamos a observar na prática clínica uma repercussão a esta exposição, nomeadamente nas questões relacionadas com a ansiedade e é importante, dentro da nossa comunidade, amizades e seio familiar, estar atento ao impacto nas pessoas", disse à Lusa João Bessa.
O especialista lembrou que estudos feitos durante os dois anos da pandemia, que trouxe igualmente um elevado grau de exposição a notícias negativas, sensação de risco e incerteza na população mostraram o efeito negativo na saúde mental.
"Estudo nacionais e internacionais mostraram um aumento prevalência de perturbações psiquiátricas, ansiedade e depressão", disse o responsável, acrescentando: "o facto de se estar agora a reviver uma situação de risco, agora relacionada com um conflito como esta guerra, vem trazer novamente essa carga e isso preocupa-nos".
Esta situação "preocupa-nos e é importante tomar medidas para ajudar a população e para ajudar uma previsível vaga de refugiados que já começaram a chegar ao país e que vão precisar também de respostas concretas no apoio a sua saúde mental", disse.
Johnson avisa que Putin não quer só a Ucrânia
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje ser vital que a invasão da Ucrânia pela Rússia fracasse e considerou que se o presidente russo, Vladimir Putin, for vitorioso, não irá parar apenas naquele país.
Johnson falava no discurso de encerramento do Congresso do Partido Conservador, na cidade inglesa de Blackpool, no qual abordou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, defendendo que a invasão das tropas russas foi motivada pelo "medo" de Putin de acabar com um país "livre e democrático" como o seu vizinho.
"A cada dia que passa da resistência heroica da Ucrânia, fica claro que Putin cometeu um erro catastrófico... Por que decidiu invadir um país totalmente inocente?", questionou.
O líder conservador assinalou que Putin "não acreditava realmente que a Ucrânia se juntaria tão cedo à NATO. Sabia perfeitamente que não havia planos de colocar mísseis em solo ucraniano".
"Acho que ele tinha medo da Ucrânia, porque na Ucrânia há imprensa livre e eleições livres", o que ameaçava a sua forma de governar o país.
Johnson classificou a invasão como "o início de uma nova era de intimidação na Europa Oriental" e considerou que o mundo está num "momento de viragem", em que é preciso "escolher entre a liberdade e a opressão".
LIVE: Prime Minister Boris Johnson at #CPSC22 https://t.co/98PObrJztR
— Conservatives (@Conservatives) March 19, 2022
"Na Rússia de Putin, é-se preso durante 15 anos apenas por chamar uma invasão de invasão. E, se protestar contra numa eleição, é-se envenenado ou baleado", acrescentou.
Para Johnson, "é precisamente porque a Ucrânia e a Rússia têm historicamente uma relação tão próxima que ele [Putin] estava aterrorizado com o efeito do modelo ucraniano sobre si e a Rússia".
O chefe do executivo de Londres também afirmou que "a guerra de Putin está destinada a causar prejuízos económicos ao Ocidente em próprio benefício".
"[Putin] sabe que a cada aumento de dólar no preço do barril de petróleo lucra milhares de milhões com a venda de petróleo e gás", acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Parlamento de Kiev pede à UE decisão "rápida e positiva" sobre adesão
O parlamento ucraniano pediu hoje à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu uma decisão "rápida e positiva" sobre o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), formalizado quatro dias depois da invasão russa.
"A decisão da UE sobre a integração europeia imediata [da Ucrânia] será um fator chave para dissuadir a agressão russa", disse o presidente do parlamento, Ruslan Stefanchuk, numa mensagem divulgada na rede social Facebook, citada pela agência Interfax-Ukraine.
The Parliament of have appealed to the @EP_President ?? @vonderleyen with a request to facilitate a swift and positive conclusion of the European Commission on Ukraine's membership in the . This decision will be a key factor in deterring Russian aggression
— Ruslan Stefanchuk (@r_stefanchuk) March 19, 2022
O pedido do parlamento teve o apoio da liderança do parlamento e dos representantes dos diferentes grupos parlamentares.
Stefanchuk argumentou que a adesão seria uma "recompensa justa para o povo ucraniano pela sua luta pela liberdade, democracia e valores europeus".
"Nem uma única nação, nem um único país que seja membro da UE pagou tal preço", acrescentou o líder do parlamento ucraniano, que tem 450 deputados.
Os Estados-membros da UE pediram à Comissão Europeia, no início deste mês, um estudo sobre a adesão da Ucrânia, embora sem unanimidade sobre a ideia de acelerar a candidatura, tal como solicitado por Kiev.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou o pedido formal para a entrada da Ucrânia à UE em 28 de fevereiro, quatro dias depois de a Rússia ter invadido o país.
No final do Conselho Europeu de Versalhes, em 11 de março, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que não haverá um procedimento de adesão acelerado para um país em guerra.
Macron, cujo país exerce atualmente a presidência semestral do Conselho Europeu, realçou, no entanto, que os líderes da UE deixaram claro na cimeira de Versalhes o "destino europeu" da Ucrânia.
A Rússia invadiu e anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, depois de o então Presidente pró-russo Viktor Ianukovich ter sido destituído por querer impedir a integração europeia do país.
Na mesma altura, eclodiu uma guerra separatista no Donbass, no leste da Ucrânia, com apoio de Moscovo, que provocou 14.000 mortos em oito anos, apesar da assinatura dos Acordos de Paz de Minsk em fevereiro de 2015.
Antes de anunciar a atual "operação militar especial" na Ucrânia em 24 de fevereiro, o Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no Donbass.
Putin utilizou como um dos argumentos para a invasão o alegado "genocídio" cometido pelo exército ucraniano contra os habitantes do Donbass, onde mais de 700.000 pessoas receberam passaportes russos nos últimos anos.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares na guerra em curso na Ucrânia, que entrou hoje no 24.º dia.
Até quinta-feira, a ONU tinha confirmado a morte de 816 civis, incluindo 59 crianças, mas alertou que os números reais "são consideravelmente mais elevados".
A guerra também levou mais de 3,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para países vizinhos, segundo a ONU.
As Nações Unidas calculam que o conflito provocou também cerca de 6,5 milhões de deslocados internos, ou seja, pessoas que abandonaram o local habitual de residência, mas que permaneceram no país.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas.
A ONU considera que se trata da pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Mais de 3,3 milhões já fugiram
Mais de 3,3 milhões de refugiados já fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, enquanto cerca de 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas internamente, anunciou hoje a ONU.
O ACNUR, a agência das Nações Unidas para os refugiados, contabilizou em 3.328.692 o número de ucranianos que foram forçados a abandonar o país desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
Comparativamente ao anterior relatório, divulgado na sexta-feira, há mais 58.030 ucranianos refugiados nos países vizinhos.
"As pessoas continuam a fugir porque têm medo de bombas, ataques aéreos e destruição indiscriminada", disse o Alto-comissário Filippo Grandi, que acrescentou: "A ajuda é vital, mas não pode acabar com o medo. Só o fim da guerra pode fazer isso".
Cerca de 90% dos que fugiram são mulheres e crianças. Os homens ucranianos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos não podem sair do país porque podem ser mobilizados.
A agência da ONU para as migrações (OIM) também anunciou que, na quarta-feira, 162.000 cidadãos de países terceiros haviam fugido da Ucrânia.
Além daqueles que deixaram o país, cerca de 6,48 milhões de pessoas foram consideradas deslocadas internamente na Ucrânia na quarta-feira, de acordo com a ONU e agências relacionadas, com base numa pesquisa da OIM.
O ACNUR estimou inicialmente que um máximo de quatro milhões de pessoas poderiam deixar a Ucrânia, mas a organização admitiu na semana passada que esse número poderia ser revisto em alta.
Antes do conflito, a Ucrânia tinha uma população de 37 milhões em áreas controladas pelo governo, excluindo a Crimeia anexada pela Rússia e as áreas separatistas pró-Rússia no leste.
Rússia usa míssil hipersónico
O Ministério da Defesa russo afirmou este sábado ter usado mísseis ar-terra hipersónicos Kinjal para destruir um depósito de armas subterrâneo na região de Ivano-Frankivsk, adiantando que foram também atingidos centros de reconhecimento e de comunicações ucraniano perto da cidade de Odessa.
Já morreram 112 crianças na guerra
As autoridades ucranianas revelaram que, até esta sexta-feira, 112 crianças já morreram na guerra na Ucrânia, mais três face ao balanço do dia anterior, acrescentando que 140 crianças ficaram feridas no conflito.
Esta sexta-feira, mais de uma centena de carrinhos de bebé foram expostos no centro da cidade ucraniana de Leópolis, para recordar as crianças que já morreram desde o início da invasão russa. A instalação intitula-se "O Preço da Guerra".
Zelensky pede negociações “sem demora” com Moscovo
Na madrugada deste sábado, numa declaração em vídeo, realizado numa ria deserta de Kiev, Volodymyr Zelensky declarou que "as negociações sobre paz e segurança para a Ucrânia são a única hipótese para a Rússia de minimizar os danos causados pelos próprios erros".
"É hora de nos reunirmos. É hora de falar. É hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia. Caso contrário, as perdas da Rússia serão tais que não terá gerações suficientes para se reerguer", afirmou o presidente ucraniano, apelando a negociações sobre a paz com Moscovo "concretas, justas e sem demoras".
Guerra na Ucrânia agita mercados do petróleo e gás
As sanções dos países ocidentais à Rússia, no seguimento da invasão militar da Ucrânia em fevereiro, fizeram disparar os preços da energia.
A Rússia é um dos maiores produtores mundiais de petróleo e o principal fornecedor de gás da União Europeia. Bruxelas está já à procura de outros países exportadores – tanto de gás, como de petróleo – e a tentar acelerar o investimento em renováveis.