Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

EUA acusam Rússia de usar inverno como arma de guerra contra civis

Blinken sublinhou que devido ao facto de a Rússia "não ter sido capaz de ganhar no campo de batalha", o governo de Putin está agora a atacar os civis ucranianos "indo contra a sua infraestrutura energética, tentando deixá-los sem luz e sem aquecimento".

Dumitru Doru/Reuters
04 de Dezembro de 2022 às 21:39
  • ...
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, acusou este domingo o governo russo de estar a usar o inverno como arma de guerra na Ucrânia e condenou os ataques de Moscovo à infraestrutura e fontes de energia dos cidadãos ucranianos.

Numa entrevista ao canal CBS, citada pela EFE, Blinken considerou que o presidente russo, Vladimir Putin, recusou as tentativas de diálogo para sair do conflito e, em contrapartida, intensificou a sua ofensiva.

"Dobrou as apostas em tudo: mobilizando mais forças, anexando território na Ucrânia e agora usando o inverno como uma arma", disse o secretário de Estado norte-americano.

Blinken sublinhou que devido ao facto de a Rússia "não ter sido capaz de ganhar no campo de batalha", o governo de Putin está agora a atacar os civis ucranianos "indo contra a sua infraestrutura energética, tentando deixá-los sem luz e sem aquecimento".

Os comentários do chefe da diplomacia dos EUA acontecem um dia depois de a diretora dos Serviços Secretos, Avril Haines, ter garantido que o conflito na Ucrânia vai perder intensidade nos meses de inverno, com as partes a tirarem tempo para recuperar e rearmar-se para uma nova ofensiva na primavera.

"Honestamente, vemos que há já um ritmos mais reduzido no conflito", disse Haines num fórum de defesa nacional na Califórnia.

A responsável disse também que a Rússia está a usar as suas munições muito mais rápido do que as consegue substituir, pelo que Moscovo procura apoio militar noutros países, incluindo a Coreia do Norte.

"Acreditamos que não são capazes de produzir internamente o que estão a gastar neste momento, então vai ser um desafio", acrescentou Haines.

O governo russo recebeu na sexta-feira um golpe financeiro, depois de os países do G7, a União Europeia e a Austrália acordarem um teto de 60 dólares por barril de petróleo russo transportado por via marítima, esperando limitar as receitas que estão a ser usadas para financiar a guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Ver comentários
Saber mais Antony Blinken EUA Ucrânia Rússia Moscovo Vladimir Putin Avril Haines ONU relações internacionais energia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio