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Bruxelas pede à China para não interferir nas sanções à Rússia
A Comissão Europeia espera que a China assuma a “responsabilidade” de contribuir para o fim da guerra na Ucrânia. Na cimeira entre União Europeia e a China, que decorreu esta sexta-feira, Bruxelas pede também o gigante asiático não interfira no tema das sanções.
A Comissão Europeia pede à China que não leve a cabo esforços para interferir com as sanções que estão a ser aplicadas à Rússia, como forma de condenação pela invasão à Ucrânia. "Esperamos que a China faça de tudo para não intervir de forma alguma com estas sanções", sublinha Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, na conferência de imprensa a propósito do diálogo entre o bloco europeu e a China.
Os representantes europeus estiveram reunidos com os responsáveis chineses na cimeira UE-China, que decorreu esta sexta-feira, 1 de abril. Se Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, indica que foi um diálogo "franco e sincero com a China", von der Leyen complementa que a conversa foi "franca e sincera" mas "sobre as visões opostas" do bloco europeu e da China relativamente ao conflito na Ucrânia.
Com a Rússia cada vez mais isolada, a China tem optado por não condenar abertamente a invasão iniciada a 24 de fevereiro. Do lado europeu, von der Leyen destaca que "não se tomam atitudes militares agressivas", criticando a conduta da Rússia.
Nessa troca de ideias, o bloco dos 27 pede à China que compreenda a sua "responsabilidade especial" enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Esperamos que a China assuma a sua responsabilidade para acabar com esta guerra", frisa von der Leyen, destacando que há poucos países que tenham este tipo de assento. E, mais uma vez, a presidente da Comissão Europeia vinca que este conflito em território europeu representa uma alteração significativa não só para a Europa mas também para toda a ordem estratégica mundial.
Charles Michel destaca também que, do lado europeu, foi "abordado ao longo da conversa" os objetivos "a favor da paz e da estabilidade". O governante mostra também esperança de que "os argumentos repetidos pela UE tenham efeito" junto da China.