Notícia
Benfica e Sporting defrontam Dínamo Kiev em jogos solidários. Bolsas sobem e petróleo afunda
Acompanhe aqui minuto a minuto a evolução do conflito na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Observatório EDMO alerta para amplificação da desinformação russa e 'russofobia'
O Observatório Europeu de Media Digital (EDMO, na sigla inglesa) alerta para uma amplificação da desinformação da Rússia, no âmbito da guerra com a Ucrânia, e para a 'russofobia", que leva a "infundadas ações discriminatórias contra cidadãos russos".
Esta informação consta do terceiro relatório semanal "Narrativas de desinformação sobre a guerra na Ucrânia" do European Digital Media Observatory (EDMO), relativo ao período de 24 a 31 de março.
O relatório aponta que é de esperar uma "amplificação da desinformação russa", já que foi criada uma rede de contas falsas nas redes sociais desde o início da guerra para "ampliar a disseminação da desinformação do governo russo e autoridades diplomáticas".
O peso deste fenómeno "está a crescer" e está a ser monitorizado pela comunidade de investigadores, adianta.
Outro dos alertas é relativo à desinformação sobre as consequências económicas da guerra.
"As consequências económicas do atual conflito, incluindo no setor de energia e na produção de trigo, estão a afetar fortemente a oferta global da cadeia de fornecimento" e isso "está a tornar-se um alvo fácil de campanhas de desinformação para criar descontentamento na Europa e no ocidente", alerta o EDMO.
Outro dos avisos tem a ver com a desinformação sobre práticas discriminatórias contra cidadãos russos na União Europeia e 'russofobia'.
"A 'russofobia' representa um problema real, especialmente na Europa oriental" e "este sentimento está a ser exagerado em infundadas ações discriminatórias contra cidadãos russos", refere o Observatório Europeu.
"Estamos atualmente a investigar estas tendências e forneceremos análises o mais rápido possível", afirma a entidade, no seu relatório semanal que analisa as últimas tendências sobre a desinformação sobre a guerra na Ucrânia.
O relatório destaca ainda cinco narrativas falsas ('fake news') que circulavam na semana em análise.
Uma delas tem a ver com o questionar a guerra, da sua realidade aos seus motivos, em que foram detetadas desinformações que apontavam que os media estavam a relatar falsamente sobre o conflito ou o foco no laboratório de armas biológicas na Ucrânia.
Outra das narrativas falsas tem a ver com informações não comprovadas sobre luta e rendição, com manobras militares fora do contexto.
Foi ainda detetada desinformação sobre a crise humanitária, onde se referia refugiados ucranianos violentos e exploradores dos países que os acolhem ou de forças armadas que impedem ajuda aos civis ou até sobre menores desacompanhados.
Regista-se também outras duas tendências de desinformação: representação distorcida quer sobre os ucranianos, quer sobre os russos.
No total, 738 análises foram fornecidas pelos parceiros de 'fact-checkning' [verificadores de factos] do EDMO desde 24 de fevereiro e 57 durante a semana desde relatório (de 24 a 31 de março).
Em termos de meios utilizados para transmitir desinformação, 37% eram vídeos, 35% imagens e 28% texto.
O observatório EDMO salienta que "para ter uma compreensão completa da desinformação, o acesso a conjuntos de dados relevantes das plataformas 'online' é fundamental", pois permitirá identificar atores, vetores, ferramentas, tendências e padrões.
Por essa razão, e tendo como foco a guerra na Ucrânia, a 'taskforce' do EDMO para a desinformação na guerra da Ucrânia enviou um pedido às empresas Alphabet, Meta, Pinterest, Snapchat, Telegram, TikTok e Twitter para obter dados, mediante determinados parâmetros, e discriminados por Estado-membro.
"Esperamos receber essas informações" em tempo útil "e considerá-las um processo de 'benchmarking' que esperamos que seja replicado regularmente", afirma o Observatório Europeu.
Benfica e Sporting vão defrontar Dínamo Kiev em jogos solidários
Os clubes portugueses Benfica e Sporting integram um lote de vários clubes europeus de topo que vão defrontar o Dínamo Kiev em partidas solidárias para recolha de fundos para ajudar a Ucrânia, anunciou hoje o clube de futebol ucraniano.
"Graças ao apoio dos líderes do nosso país, o Dínamo Kiev vai realizar uma missão internacional de solidariedade, jogando uma série de jogos particulares com os melhores clubes da Europa", assinalou o emblema da capital ucraniana no seu sítio de internet.
Os encontros vão decorrer entre abril e junho e, segundo o Dínamo Kiev, já estão assegurados os embates com Benfica e Sporting, em Lisboa, Borussia Dortmund (Alemanha), Paris Saint-Germain (França), Steua Bucareste (Roménia), Legia Varsóvia (Polónia), Barcelona (Espanha), AC Milan (Itália), Ajax (Holanda) e Basileia (Suíça).
A Liga de futebol ucraniana não foi retomada após a pausa de inverno devido à invasão russa do país.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Sberbank no Reino Unido vai encerrar devido às sanções aplicadas à Rússia
A presença do banco russo Sberbank no mercado do Reino Unido vai sofrer as consequências das sanções crescentes aplicadas às empresas russas. De acordo com a informação avançada pela Reuters, esta decisão acontece depois de a instituição financeira ter avaliado o potencial deste unidade no mercado britânico.
"O Sberbank está a encerrar a operação no seu escritório em Londres, o Sberbank CIB (UK) Limited. Estamos em contacto com o regulador local, a FCA, e de acordo com a legislação vamos fechar as nossas atividades, cumprindo todas as obrigações com os nossos clientes", indicou em comunicado.
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Bolsas europeias entram no trimestre com o "pé direito", à exceção de Lisboa
As bolsas europeias fecharam a primeira sessão do segundo trimestre com ganhos, à exceção do português PSI, que tombou 0,81%.
Os índices europeus apreciaram, num dia em que foram conhecidos os números da inflação na Zona Euro, que disparou para 7,5% em março.
O índice que agrupa as maiores cotadas, o Stoxx 600, avançou 0,54% para 458,32 pontos. A maioria dos setores fechou em terreno positivo, com destaque para os ganhos de 2,23% dos recursos básicos, seguido pela valorização de 1,95% do retalho.
Já do lado das perdas, destaque para a depreciação de 0,53% das viagens e de 0,34% da tecnologia.
Destacaram-se cotadas como a S4 Capital, que apreciou 11,1% ou a Just Eat Takeaway, das empresas de refeições, que apreciou 7,5%. Nota também para os ganhos de 4,9% da multinacional alemã Delivery Hero.
Do lado dos tombos nota para a desvalorização de 9,5% da Sodexo, que apresentou contas esta sexta-feira.
O índice espanhol IBEX avançou 0,73% e liderou os ganhos na Europa, enquanto o alemão DAX valorizou 0,31% e o francês CAC 40 0,37%. Em Londres, o FTSE avançou 0,35%, em Amesterdão registou-se uma subida de 0,52% e Milão apreciou 0,68%.
Juros mantêm agravamento na Zona Euro
As "yields" da dívida soberana na Europa prosseguem em alta, numa altura em que os receios em torno da escalada da inflação a nível global se intensificam e os investidores procuram outros ativos-refúgio.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a somar 4,5 pontos base para 1,389%. Desde o dia 7 de fevereiro que estão acima de 1% e negoceiam agora próximos de níveis de março de 2020.
Por seu lado, em França os juros no mesmo vencimento avançam 5,6 pontos base para se fixarem em 1,032%.
Já as "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, acompanham o movimento de subida, a ganharem 2,4 pontos base para 0,567. Desde o dia 31 de Janeiro que os juros da dívida alemã estão em território positivo.
Em Itália e Espanha, também no vencimento a 10 anos, as "yields" sobem 7,5 e 5,6 pontos base, para 2,110% e 1,488%, respetivamente.
Petróleo cede e está a caminho da maior perda semanal em dois anos
Os preços do "ouro negro" têm estado hoje a negociar entre ganhos e perdas e seguem agora a ceder terreno. Isto num dia em que os países membros da Agência Internacional da Energia (AIE) se reúnem para debater a questão do recurso às reservas de emergência, a par com o anúncio feito ontem pelos EUA de uma vasta libertação das reservas estratégicas do país.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a perder 0,10% para 104,61 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,48% para 99,80 dólares por barril.
Esta foi uma semana de forte queda dos preços do petróleo, que seguem a caminho das maiores perdas semanais dos últimos dois anos. O Brent regista uma desvalorização semanal de 13% e o WTI de 12%.
Na quinta-feira, o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que os Estados Unidos vão recorrer uma vez mais às suas reservas estratégicas de petróleo e libertar um milhão de barris por dia durante seis meses, num novo esforço para conter a subida dos preços do "ouro negro".
Os preços dos combustíveis têm estado sob forte pressão também do outro lado do Atlântico, com impacto material na inflação, e este recurso às reservas estratégicas permitirá algum alívio – os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris por dia, o que representa um quinto da procura mundial.
Os EUA vão assim libertar um total de 180 milhões de barris em seis meses, mantendo também a ideia de uma cooperação com outros países para que façam o mesmo com o crude que têm armazenado nas suas reservas de emergência.
Dólar ganha fôlego com dados do emprego nos EUA. Euro em queda
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais – segue a somar 0,43% para 98,73 pontos, depois de terem sido divulgados os dados do emprego nos EUA.
As empresas norte-americanas criaram quase meio milhão de empregos em março, com a taxa de desemprego a cair para 3,7%, ligeiramente abaixo das estimativas dos economistas. Os dados mostram, mesmo assim, um mercado de trabalho robusto, importante para a saúde da economia dos EUA que enfrenta uma política monetária "falcão", por parte da Reserva Federal do país (Fed) para combater a inflação.
Já o euro segue a perder face à força do dólar 0,365% para 1,1032 dólares muito perto de constituir uma nova linha de suporte abaixo a fasquia psicológica dos 1,10 dólares. Relativamente ao franco suíço, a moeda única reverteu os ganhos semanais caindo 0,9% para 1,0226 francos.
Por sua vez, o rublo segue a cair 2,91% para 84,125 por dólar, depois de ontem ter alcançado o nível mais próximo do pré-guerra ao tocar nos 81,7 face ao dólar, de acordo com os dados disponibilizados pelo Google Finance.
Ouro tomba mais de 0,6% com retomar de negociações sobre a guerra
O ouro está a desvalorizar esta sexta-feira, depois de duas sessões consecutivas em alta e de um trimestre com o maior ganho desde 2020. Na atual sessão, este metal precioso está a recuar 0,6% para 1.925,61 dólares por onça.
A pesar no preço do ouro estão não só o retomar das negociações sobre entre Kiev e Moscovo, desta feita por videoconferência, mas também a subida dos juros norte-americanos, num dia em que os números do emprego nos EUA ficaram aquém do antecipado.
Foram criados 431 mil empregos em março. A taxa de desemprego também caiu, ainda que tenha ficado ligeiramente abaixo das estimativas dos economistas.
Enquanto a prata acompanha este recuo do ouro, a ceder 0,11% para 24,74 dólares por onça, a platina está em contraciclo e valoriza 0,95% para 992,74 dólares por onça.
Bruxelas pede à China para não interferir "de forma alguma" nas sanções à Rússia
A Comissão Europeia pede à China que não leve a cabo esforços para interferir com as sanções que estão a ser aplicadas à Rússia, como forma de condenação pela invasão à Ucrânia. "Esperamos que a China faça de tudo para não intervir de forma alguma com estas sanções", sublinha Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, na conferência de impresa a propósito do diálogo entre o bloco europeu e a China.
Os representantes europeus estiveram reunidos com os responsáveis chineses na cimeira UE-China, que decorreu esta sexta-feira, 1 de abril. Se Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, indica que foi um diálogo "franco e sincero com a China", von der Leyen complementa que a conversa foi "franca e sincera", nomeadamente "sobre as visões opostas" do bloco europeu e da China relativamente ao conflito na Ucrânia.
Kremlin: Corte de gás russo para a Europa não está iminente
O fornecimento de gás natural russo aos países europeus não está ameaçado no imediato, garantiu esta sexta-feira o Kremlin.
Falando aos jornalistas, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, assegurou que o decreto assinado ontem por Vladimir Putin, impondo o pagamento em rublos do gás russo por parte dos países considerados "hostis" por Moscovo, não terá um efeito imediato.
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Wall Street ganha fôlego com números do emprego
Os principais índices bolsistas norte-americanos abriram em alta, animados pela retoma do mercado laboral.
O índice industrial Dow Jones segue a somar 0,31% para 35.786,90 pontos e o Standard & Poor’s 500 avança 0,37% para 4.547,15 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,52% para se fixar nos 14.294,15 pontos.
Hoje foi divulgado o relatório do mercado laboral de março nos EUA, que indica que as contratações se mantiveram robustas, que o desemprego diminuiu e que os salários subiram.
O aumento de 431.000 empregos ficou aquém das expectativas mas a taxa de desemprego ficou acima, ao fixar-se em 3,6% (um novo mínimo pandémico) quando se esperava que fosse de 3,7% (contra 3,8% em fevereiro).
Preços do gás natural recuam mais de 5%. Receios de escassez acalmam
Os preços do gás natural na Europa estão a aliviar esta sexta-feira, devido a alguns receios em torno de escassez no fornecimento já mais calmos.
Assim, o gás natural está a recuar 5,52% em Amesterdão para 118,95 euros por MWh (megawatt hora). Ao longo do dia a desvalorização está a crescer, já que durante a manhã era verificada uma queda de 2,9% para 122,21 euros por MWh.
Na sessão anterior, o gás natural voltou a subir a partir do momento em que Vladimir Putin anunciou que as compras de gás russo terão de ser pagas em rublos. Os compradores de países vistos como "hostis" precisam de, a partir desta sexta-feira, ter uma conta aberta num banco russo para poder fazer estes pagamentos. Estas declarações motivaram receios sobre dificuldades no fornecimento de gás à Europa, fazendo mexer os preços.
Kremlin acusa Ucrânia de atacar depósito de petróleo na Rússia
O governador da região russa de Belgorod, a norte da Ucrânia, indicou que um depósito de petróleo estava em chamas após um ataque de dois helicópteros militares ucranianos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela Interfax, já veio dizer que estes relatos "não criam condições propícias para a continuação das negociações de paz".
O responsável remeteu as restantes questões sobre o alegado ataque para as forças de defesa russas.
Peskov acrescentou que as autoridades estavam a trabalhar para reorganizar a cadeia de abastecimento de combustível para evitar falhas no abastecimento na região de Belgorod.
MNE russo diz que Kremlin está a preparar resposta às propostas da Ucrânia
Com as negociações entre a Rússia e a Ucrânia a decorrer através de videoconferência, Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, disse que o país está a preparar uma resposta às propostas da Ucrânia.
Em declarações feitas em Nova Deli, na Índia, onde está a decorrer uma visita da comitiva russa, Lavrov especificou que as propostas das Ucrânia estão ligadas às garantias de segurança.
E, mais uma vez, a Rússia garantiu estar pronta a discutir as propostas de Kiev sobre um estatuto de neutralidade. Com esta posição, a Ucrânia ficaria impedida de se associar a organizações militares, como a NATO - organização a quem o país tem demonstrado uma aproximação gradual ao longo dos últimos anos.
A NATO tem apoiado o exército ucraniano ao longo dos últimos anos, frisou esta quinta-feira o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. A Rússia tem criticado fortemente a proximidade da Ucrânia à NATO.
De acordo com Lavrov, em declarações citadas pela Reuters, a Ucrânia terá demonstrado "uma maior compreensão" sobre a realidade na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e pela região do Donbass. Esta última já foi classificada pelo Kremlin como o principal objetivo a atingir nesta invasão.
Portuguesa Laskasas fecha no centro de Moscovo
A fabricante de artigos de mobiliário e decoração de Rebordosa, que emprega 450 trabalhadores, encerrou a sua loja na capital da Rússia, um mercado que contribuiu com 1,2 milhões dos 26 milhões de euros que a empresa faturou no ano passado.
"Só reabro a loja da Rússia quando a guerra com a Ucrânia acabar", garantiu ao Negócios o dono do grupo Laskasas, que se viu obrigado a fechar o seu "showroom" no centro de Moscovo, que tinha inaugurado há apenas cerca de um ano meio.
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Invasão da Ucrânia não ameaça estabilidade financeira. EBA avisa para efeitos secundários
A estabilidade financeira nos bancos da União Europeia (UE) não está em risco devido à invasão da Rússia à Ucrânia. A conclusão é da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) após analisar a exposição do setor ao conflito. Apesar das implicações imediatas não preocuparem, o supervisor avisa para eventuais efeitos secundários.
"A primeira fase de riscos decorrentes da invasão da Rússia à Ucrânia não é uma ameaça fundamental à estabilidade financeira do sistema bancário da UE, mas um segundo ciclo de efeitos pode ser mais material", refere a EBA, num relatório divulgado esta sexta-feira. Indica que há "impactos diretos limitados" para a banca europeia, mas "aponta claros riscos de médio prazo".
A exposição acontece primeiramente através das subsidiárias. Há, contudo, vários bancos que têm exposição direta com escritórios ou, do lado do negócio, ligações mais profundas através da gestão de ativos, banca de investimento ou banca privada. "A exposição direta de ativos da banca à Rússia e Ucrânia está concentrada em apenas alguns países e num número limitado de bancos", revela.
No final de 2021, os ativos com ligações à Rússia totalizaram 76 mil milhões de euros e à Ucrânia 11 mil milhões. "Os bancos na Áustria, França e Itália reportaram maior volume de exposição a contrapartes russos. Bancos austríacos, franceses e húngaros eram os que tinham maior exposição à Ucrânia".
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Rublo apaga quase todas as perdas desde o início da guerra
O rublo conseguiu recuperar de quase todas as perdas ocorridas desde que começou a invasão russa à Ucrânia, tendo sido salvo pelos "remédios" de Moscovo.
No início de março, o rublo caiu para cerca de 150 dólares - perdendo quase metade do valor em menos de quinze dias - depois que os EUA e a Europa terem banido a Rússia do SWIFT e congelado parte do chamado "cofre de guerra", constituído por reservas de cerca de 600 mil milhões de dólares.
Esta queda da moeda oficial russa mereceu inclusivamente destaque no discurso de Joe Biden, que ao visitar a Polónia na semana passada, chegou mesmo a afirmar que "face às sanções sem precedentes, o rublo foi quase imediatamente reduzido a escombros".
Porém, desde então, o rublo tem recuperado consideravelmente, tendo esta quinta-feira sido negociado em 81,7 dólares, muito próximo do nível registado a 23 de Fevereiro, um dia antes de a Rússia invadir Ucrânia. Esta sexta-feira, a moeda oficial russa segue a ser negociada em 83,00 dólares, de acordo com os dados disponibilizados pelo Google Finance.
Segundo o vice-governador do banco central russo, Oleg Vyugin, citado pelo Financial Times, as receitas de petróleo e gás assim como as medidas impostas ao mercado monetário foram as que ajudaram a estabilizar o rublo.
"No início [da guerra] houve um momento em que o rublo caiu bruscamente, quando vários cidadãos estava a enviar dinheiro para o estrangeiro, no entanto ao ser decretada a proibição desse envio tornou-se praticamente impossível utilizar dólares no país ou no estrangeiro [por russos]", explicou Vyugin.
Os russos foram proibidos de transferir dinheiro para as contas bancárias detidas no estrangeiro, assim como os bancos e corretoras russas foram proibidos de operar em bolsas estrangeiras denominadas em dólares e euros, de acordo com o diário britânico.
Além disso, o banco central disparou as taxas de juros para 20%, incentivando as pessoas a economizar os rublos em vez de os trocar por moedas estrangeiras. Paralelamente, os investidores estrangeiros foram impedidos de vender as ações nacionais negociadas na bolsa de Moscovo.
Europa arranca no verde. Só Lisboa negoceia no vermelho
A Europa abriu predominantemente no verde, à medida que os investidores analisam os últimos dados sobre crescimento económico e os mais recentes desenvolvimentos sobre a invasão russa à Ucrânia.
O Stoxx 600 começou o dia a valorizar 0,14% para 456, 48 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, apenas três negoceiam no vermelho: imobiliário (-0,49%), "utilities" (-0,26%) e "media" (-0,15%). "Oil & gás" (-0,04%) e produtos químicos (-0,07%) seguem na linha de água, estando os restantes setores no verde. Banca (0,90%), retalho (0,76%) e recursos básicos (0,64%) lideram os ganhos.
O "benchmark" europeu por excelência terminou a sessão de ontem a registar o pior trimestre desde há quase dois anos, com uma queda de 6,7%, provocada pela incerteza dos investidores diante da inflação e perante a guerra na Ucrânia.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX soma 0,43% e o francês CAC 40 valoriza 0,14%. Amesterdão sobe 0,22%, Milão cresce 0,12%, enquanto Londres (0,04%) e Frankfurt (-0,01%) negoceiam na linha de água. O português PSI é o único a negociar no vermelho, estando a perder 0,45%.
Juros agravam de forma expressiva na zona euro
Os juros estão a agravar de forma expressiva na zona euro, depois de a sessão de a ontem ter sido marcada por uma tendência de alívio.
A "yield" das bunds alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – está a subir 5,3 pontos base para 0,596%. Desde o dia 31 de Janeiro que os juros da dívida alemã estão em território positivo.
Os juros da dívida italiana com a mesma maturidade são os que registam o agravamento mais expressivo da zona euro, estando a aumentar 8,3 pontos base para 2,118%, enquanto a "yield" das obrigações francesas a dez anos sobe 6,5 pontos base para 1,040%.
Na Península Ibérica, a "yield" da dívida portuguesa a dez anos agrava 5 pontos base para 1,394%. Desde o dia 7 de fevereiro que os juros da dívida nacional com esta maturidade estão acima de 1%. Já em Espanha, os juros das obrigações com a mesma maturidade sobem 6,3 pontos base para 1,496%.
Ouro sai do melhor trimestre em pandemia para semana de perdas
O ouro segue a desvalorizar ligeiramente, depois de registar o maior avanço trimestral em quase dois anos, motivado pela guerra na Ucrânia e pelo medo dos investidores perante o galopar da inflação, fatores que levaram o mercado a virar-se para este ativo refúgio.
O metal amarelo está a cair 0,31% para 1.931,50 dólares a onça, depois de valorizar 5,9% nos primeiros três meses deste ano, o maior aumento desde o segundo trimestre de 2020. Prata, platina e paládio seguem a ser negociados em terreno positivo.
O novo trimestre começa com a retoma das negociações entre Kiev e o Kremlin e pelo encontro paralelo entre Bruxelas e Pequim, assim como com a publicação dos números do desemprego nos EUA, três fatores importantes que podem determinar o desempenho do ouro no arranque dos próximos três meses.
De olhos postos na semana que agora finda, o metal amarelo está a caminho de uma perda a sete dias, à medida que os bancos centrais ponderam uma política monetária "falcão" mais agressiva para conter o galopar da inflação.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais – está a valorizar 0,28% para 98,58 pontos, enquanto o euro está a ser negociado na linha de água (0,05%) para 1,1072 euros.
Petróleo caminha para maior queda semanal em quase dois anos
O petróleo caminha para a pior queda semanal em quase dois anos, depois de o Governo de Joe Biden ter ordenado a libertação de reservas estratégicas.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado norte-americano, segue a cair 0,93% para 99,35 dólares o barril caindo assim abaixo da fasquia dos 100 dólares e caminhando para a pior queda semanal em quase dois anos, depois de o Governo de Joe Biden ter ordenado a libertação de reservas de ouro negro armazenadas pelos EUA, para fazer frente à escalada de preços.
Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – desvaloriza 0,68% para 104 dólares o barril.
Os Estados Unidos vão recorrer uma vez mais às suas reservas estratégicas de petróleo e libertar um milhão de barris por dia durante seis meses, num novo esforço para conter a subida dos preços do "ouro negro", referiu ontem a Casa Branca, citada pelo Financial Times.
Os preços dos combustíveis têm estado sob forte pressão deste e do outro lado do Atlântico, com impacto material na inflação. Para a Casa Branca, este recurso às reservas estratégicas permitirá algum alívio – os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris por dia, o que representa um quinto da procura mundial.
Esta notícia afetou também o Brent, que para além de acompanhar o homólogo norte-americano na queda, viu o Goldman Sachs a cortar 10 dólares por barril nas projeções para o segundo semestre, prevendo que o ouro negro, que serve de referência às importações europeias, chegue aos 125 dólares por barril. O banco alerta ainda que esta decisão dos EUA "não vai resolver o défice estrutural do petróleo".
Também Jeffrey Halley, analista da Oanda Aia Pacific, citado pela Bloomberg partilha desta opinião, tendo defendido que esta medida não terá um impacto material no desequilíbrio que existe entre oferta e procura de ouro negro. Para o analista o barril de petróleo Brent vai rondar entre os 100 dólares e os 120 dólares por barril nas próximas semanas.
Europa aponta para o vermelho
A negociação de futuros está a apontar para um arranque de sessão na Europa no vermelho. Os futuros sobre o índice de referência europeu Stoxx 600 e do alemão DAX estão a cair cada um 0,1%.
O índice global de ações da MSCI e o Stoxx 600 registaram ontem o pior trimestre desde o arranque da pandemia, à medida que os investidores temem que o aumento da pressão nos preços possa forçar os bancos centrais globais a aumentar agressivamente as taxas de juro, desencadeando potencialmente uma recessão.
Na Ásia, a sessão terminou predominantemente no encarnado, com o Topix a afundar 2,13% e o Nikkei a cair 0,56%. Em Hong Kong, o Hang Seng desvalorizou 0,34% e Xangai subiu 0,82%.
França acusa Moscovo de bloquear saltélites
O regulador para a segurança aeronáutica francês acusa Moscovo de estar a bloquear os sistemas de navegação por satélite utilizados por aeronaves comerciais, o que existe o recurso a sistemas alternativos com uma segurança mais robusta.
Vários pilotos de companhias aéreas comerciais reportaram falhas no sistema em redor da região do Mar Negro, no Leste na Finlândia e no enclave de a antiga central nuclear de Chernobyl.
Segundo as autoridades francesas, as interferências estão a ser provocadas por veículos russos, providos de uma tecnologia para desviar mísseis conduzidos por GPS.
Kremlin e Kiev regressam às negociações
Kremlin e Kiev regressam esta sexta-feira às negociações por videoconferência. As autoridades ucranianas anunciaram que os militares russos abandonaram a antiga central nuclear de Chernobyl, assim como a cidade ao lado onde moram os trabalhadores.
Durante o dia vai ainda realizar-se uma cimeira entre Bruxelas e Pequim. Segundo a Bloomberg, a UE irá pressionar a China a não ajudar financeiramente a Rússia, sob pena de prejudicar a sua própria imagem internacional.
Esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi emitiu um comunicado, onde voltou a sublinhar que ninguém pode dividir o G20, uma crítica direta à proposta dos EUA de excluir a Rússia do grupo das 20 potências mundiais.