Notícia
UE quer ouvir propostas "realistas e aceitáveis" de Johnson sobre o Brexit
O presidente do Conselho Europeu mostrou-se "disposto a ouvir" as propostas do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para um acordo acerca do Brexit, desde que sejam "realistas e aceitáveis para todos os Estados membros, incluindo a Irlanda".
"Espero que Johnson não queira passar à história como o Sr. Não Acordo", disse o presidente do Conselho Europeu à imprensa, um dia antes de se reunir pela primeira vez com o líder britânico, à margem da cimeira do grupo dos sete países mais industrializados (G7), que começa este sábado, 24 de agosto, em Biarritz, no sudoeste de França.
Donald Tusk, que deixará o cargo no final de outubro, no qual será substituído pelo belga Charles Michel, reiterou que escutará as propostas de Johnson "se e quando o Governo do Reino Unido estiver pronto para colocá-las na mesa".
Tusk recordou que Johnson será o terceiro primeiro-ministro britânico com o qual aborda o Brexit salientando que não está disponível para colaborar numa saída sem acordo do Reino Unido da união Europeia, prevista para 31 de outubro.
Johnson, que se estreia numa reunião do G7, será um dos grandes protagonistas do fim de semana em Biarritz, com uma agenda carregada que inclui encontros com o presidente norte-americano, Donald Trump, além da reunião com Tusk.
As divergências em relação ao Irão, ao Brexit, aos fogos na Amazónia e ao comércio mundial deverão marcar a cimeira.
O Presidente de França, Emmanuel Macron, recebe naquela estância balnear do sudoeste do país, os dirigentes dos Estados Unidos, Donald Trump, Reino Unido, Boris Johnson, Alemanha, Angela Merkel, Itália, Giuseppe Conte, Canadá, Justin Trudeau, e Japão, Shinzo Abe.
Em Biarritz vão também estar o presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, e vários chefes de Estado e de Governo convidados pela Presidência francesa, entre os quais o indiano Narendra Modi, o egípcio Abdel Fattah al-Sisi, o chileno Sebastian Piñera, o ruandês Paul Kagame ou o senegalês Macky Sall.
Os fogos florestais que estão a devastar a Amazónia impuseram-se à última hora na agenda, já de si ampla, com Macron a evocar uma "crise internacional" e a pedir aos países industrializados do G7 "para falarem desta emergência" na cimeira.