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Ucrânia vai gastar até 5 mil milhões para estabilizar a moeda
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que Kiev terá de gastar entre quatro e cinco mil milhões de dólares da reserva nacional para estabilizar a moeda nacional, a grívnia, devido à ameaça de um ataque russo.
De acordo com o Presidente ucraniano, o pânico criado a nível internacional face à possibilidade de uma guerra com a Rússia afetou a economia do país, e até “líderes de países respeitados” lançaram mensagens alarmistas sobre a possibilidade de uma guerra, que “gera pânico no mercado e no setor financeiro”.
No ano passado, a Ucrânia teve um recorde no Produto Interno Bruto (PIB), segundo a agência espanhola de notícias, a Efe, que lembra que os investimentos estrangeiros aumentaram 6,5 mil milhões de dólares, mas agora há uma retirada de 2,5 mil milhões de dólares em investimentos. “É o preço que pagamos por uma política informativa desequilibrada”, lamentou o Chefe de Estado.
De acordo com o assessor do Presidente ucraniano, Oleg Ustenko, só em janeiro o Banco Nacional da Ucrânia já injetou na economia cerca de 1.500 milhões de dólares das suas reservas, estimadas em mais de 30 mil milhões, o equivalente a quatro meses de importações.
A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo. Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019.
Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.
Marcelo apela ao diálogo
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou no domingo que Portugal defende a via diplomática, no quadro da União Europeia, na abordagem ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
“A posição portuguesa é muito clara, que é tentar, tentar, tentar a via diplomática, não a deixar esgotar, porque é preferível a democracia a qualquer tipo de solução”, disse aos jornalistas, depois de ter votado para as legislativas, em Celorico de Basto, no distrito de Braga.
O Chefe do Estado reforçou a importância de “prosseguir esse esforço, no caso português, no quadro da União Europeia, também no quadro da NATO, mas mantendo sempre o diálogo com todas as realidades envolvidas e sabendo quais são as questões que estão em jogo”.