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Rivera e Iglesias vencem debates que deixaram direita mais dividida

A consequência principal dos dois debates televisivos entre os líderes dos quatro principais partidos, em que Rivera saiu vencedor do primeiro e Iglesias do segundo, consiste no aprofundamento da divisão da direita.

EPA
24 de Abril de 2019 às 11:51
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Os debates televisivos desta segunda e terça-feira assinalaram uma espécie de fim oficioso da campanha eleitoral, sendo que já pouco se espera de novo nos dias que faltam até às eleições gerais do próximo domingo.

Albert Rivera, presidente do Cidadãos, e Pablo Iglesias, líder da aliança de esquerda Unidos Podemos, foram de uma forma geral apontados respetivamente como os vencedores do primeiro (RTVE) e segundo (Atresmedia) debates.

Se no primeiro confronto foi Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE e primeiro-ministro em funções, o alvo principal dos ataques, com Rivera a assumir o papel de destaque nas críticas ao líder socialista e a tentar incorporar a liderança do bloco de direita, neste segundo debate de ontem os ataques foram mais repartidos numa lógica de todos contra todos.

Além da natural confrontação entre os blocos de esquerda (PSOE e Unidos Podemos) e direita (PP e Cidadãos, sendo que o VOX, de extrema-direita voltou a ser o ausente mais presente do debate), assistiu-se também a duras trocas de galhardetes no seio de cada um dos campos políticos, entre Sánchez e Iglesias e entre Pablo Casado, líder do PP, e Rivera.  

Comparativamente à contenda de segunda-feira, o debate da última noite permitiu ver um Pablo Casado mais combativo tanto no ataque a Sánchez como a Rivera, ou mesmo a Iglesias.

Já o líder do Podemos intensificou a moderação já demonstrada no primeiro debate, beneficiando do facto de não ser o alvo principal dos restantes candidatos.

Pablo Iglesias manteve um tom construtivo e foi eficaz ao apresentar propostas em temas que marcam a agenda mediática como os problemas da habitação para rematar notando que um governo de esquerda em Espanha não se pode fazer sem o Unidos Podemos. A ideia de Iglesias passa por capitalizar votos à esquerda e evitar a todo o custo o voto útil no PSOE como mostra a disponibilidade demonstrada para governar.

Por sua vez, também Pedro Sánchez esteve melhor neste segundo debate. Primeiro por conseguir evitar que a questão da Catalunha e dos independentismos fosse novamente tema central – arrancou o debate a assegurar não se aliar com forças nacionalistas e que não aceitaria realizar referendos independentistas.

Sánchez foi ainda desafiado a dizer se vai ou não conceder indultos aos políticos catalães presos e saiu-se bem ao notar que não pode sequer fazê-lo porque aqueles não foram nem condenados nem absolvidos.

E em segundo lugar por beneficiar da guerra "interna" no bloco de direita, o que permitiu dar gás à estratégia socialista que consiste em afirmar o PSOE como o partido da moderação e da estabilidade em contraste com os radicalismos do PP e do Cidadãos que se aliaram para governar na Andaluzia. Para Sánchez, votar no PSOE é a melhor forma de evitar um governo das direitas em Espanha que inclua a extrema-direita (Vox).

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