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Rajoy repete bloqueio constitucional se novo governo catalão mantiver desafio independentista
A dez dias da ida às urnas, o governo de Madrid mantém a pressão sobre o eleitorado da Catalunha e traz os temas da economia para a campanha. Nova sondagem dá maioria absoluta aos movimentos secessionistas.
Mariano Rajoy considera que a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, decidida no final de Outubro e que teve como efeito o derrube do governo regional da Catalunha, "demonstrou que a democracia funciona" e a "solidez das instituições", foi capaz de restituir a legalidade "numa questão de horas" e serviu ainda para atestar a "profundidade do sentimento nacional" no país vizinho.
E se das eleições antecipadas, agendadas para 21 de Dezembro, voltar a sair um Executivo que mantenha o desafio independentista e avance para a solução unilateral tentada por Carles Puigdemnont? "Seja qual for o resultado dessas eleições, há algo sobre o qual já não restam dúvidas: em Espanha a lei cumpre-se e é assim que vai continuar a ser", respondeu o primeiro-ministro, eleito pelo PP.
Durante um encontro organizado pela Europa Press, Mariano Rajoy sustentou ainda, citado pelo El País, que "o Estado de direito demonstrou que tem mecanismos democráticos e eficazes para se defender dos que o pretendem liquidar". E aproveitou para puxar novamente o tema económico para o debate eleitoral.
O líder conservador mostrou-se confiante de que a ida às urnas da próxima semana poderá interromper a deterioração do ambiente económico, que no segundo semestre do ano se alastrou da região mais rica para o resto do país. Algo que acontecerá, sustentou Rajoy, se a Catalunha abrir "uma nova etapa que supere definitivamente a política de desafio constante e de desobediência que marcou os últimos tempos".
Uma sondagem divulgada esta manhã pelo jornal "El Español", a dez dias das eleições, mostra que, apesar da ascensão do Cidadãos (Cs) de Inés Arrimadas – nascido na Catalunha com uma matriz anti-independência –, os partidos favoráveis à secessão devem mesmo alcançar a maioria absoluta: Esquerra Republicana de Catalunya, Junts per Cataluña e CUP recolhem entre 68 e 70 lugares, mais do que os 60 somados pelos "constitucionalistas" do Cs, da ala conservadora (PP) e dos socialistas (PSC).