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Paulo Portas: Com Trump, "o grau de incerteza tornou-se dominante"

Em entrevista à Renascença e ao Público, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros diz que, com Donald Trump, a política externa se tornou imprevisível. A Europa deve promover a aproximação à Rússia.

José Sena Goulão/Lusa
Negócios 19 de Janeiro de 2017 às 09:20
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Com Donald Trump, "o improvável pode acontecer e o inesperado prevalecer". Não é fácil antecipar aquilo que será a política externa norte-americana, mas o traço do proteccionismo no discurso do futuro presidente norte-americano leva Paulo Portas a antecipar que um dos maiores riscos estará no comércio.

 

Em entrevista à Rádio Renascença e ao Público, onde só fala sobre os Estados Unidos, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros português e actual consultor de negócios de empresas multinacionais, antevê que Donald Trump abra uma guerra comercial com a China em primeira linha, e com a Europa depois.

 

Os planos do futuro presidente de impor elevadas taxas às importações e auxiliar as exportações causará danos nos dois blocos económicos, já que, recorda, "OS EUA importam da China três vezes mais do que exportam e importam duas vezes mais do que exportam da Europa". China e Europa, se confrontadas com restrições ao seu comércio, acabarão inevitavelmente por retaliar.

 

"As retaliações provocarão danos mas o que o sr. Trump está a tentar fazer é um proteccionismo económico que, num primeiro momento beneficia a economia americana, num segundo momento prejudica todos", considera o consultor de negócios.

 

Num foco sobre a Europa, Paulo Portas considera que Angela Merkel é, neste momento, a única líder confiável do velho continente, o que a levará provavelmente a um quarto mandato. Falta é saber se o SPD, até aqui parceiro de coligação, se manterá no barco. O desgaste interno provocado pelos refugiados, a antipatia dos alemães em relação às políticas mais recentes do Banco Central Europeu e as feridas mal saradas da crise, bem visíveis nas crises bancárias que estão por resolver, são factores de fragilização da Alemanha e do projecto europeu. 

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