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Nacionalistas bascos apoiam PSOE e abrem caminho à queda do Governo de Rajoy

O PNV e o PDeCAT já confirmaram o voto a favor da moção de censura do PSOE. O Governo espanhol deverá cair amanhã.

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O PNV já oficializou no parlamento espanhol que vai votar a favor da moção de censura apresentada pelo PSOE, dando assim aos socialistas os votos suficientes para derrubar o actual governo de Mariano Rajoy.

A imprensa espanhola já tinha avançado qual seria a intenção de voto e o porta-voz nos nacionalistas bascos, Aitor Esteban, já o confirmou no parlamento, numa sessão onde Rajoy não marca presença.

Somando os cinco deputados do PNV, ao também já confirmado apoio do PDeCAT (partido nacionalista da Catalunha), o PSOE excede os 176 votos necessários para ver a moção aprovada. Sánchez já tinha garantido o apoio dos deputados do PSOE, Podemos, o Compromís da comunidade valenciana, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e ainda um deputado da coligação canária. Tal como se esperava, o PDeCAT também confirmou que irá votar a favor da moção de censura.

Ironicamente, é o partido que há poucas semanas permitiu a aprovação do Orçamento de Rajoy para 2018, que agora vai viabilizar a moção de censura que derruba o governo popular. Decisão tomada depois de Sánchez garantir que irá manter o Orçamento de  Rajoy, que aumenta em 500 milhões de euros o financiamento ao País Basco.

"Acreditamos que estamos a responder ao que a maioria dos bascos pretende e a cumprir a nossa responsabilidade ao votar sim" na moção de censura, explicou Esteban, o porta-voz do PNV que no Parlamento anunciou como o partido vai votar na sexta-feira.


Sánchez pode ser primeiro-ministro na sexta-feira


Está assim à vista o fim do governo de Rajoy, que assumiu o cargo de primeiro-ministro de Espanha há seis anos. Caso a moção seja aprovada (a cotação só decorrerá na sexta-feira), Sánchez assumirá de imediato as funções de primeiro-ministro.

A Reuters salienta que, tendo a derrota como certa, será provável que Rajoy opte por apresentar a demissão antes da votação, escapando assim à "humilhação" de ser o primeiro chefe de governo espanhol a ser derrubado por uma moção de censura.

Caso se demita, a moção de censura já não será votada na sexta-feira e o PP continuará a liderar um Governo (de gestão), sendo que a nomeação de um novo Governo poderá semanas ou meses.  
  

"Demita-se, o seu tempo acabou", atirou esta manhã o secretário-geral socialista Pedro Sánchez dirigindo-se ao primeiro-ministro Rajoy. "Demita-se e esta moção de censura termina aqui e agora", acrescentou Sánchez explicando que assim Mariano Rajoy "poderá sair da presidência do Governo por decisão própria".


O líder do PSOE comprometeu-se perante os deputados a respeitar e cumprir o Orçamento do Estado recentemente aprovado pelo executivo popular com o apoio do Cidadãos. Sánchez também garantiu que rapidamente irá agendar eleições uma vez destituído o actual chefe do Governo.

Depois da polémica em torno do caso Cifuentes e após a sentença de quinta-feira passada no caso Gürtel (dois casos de corrupção que envolvem membros do PP), o PSOE apresentou uma moção com vários significados. Colocar em causa a continuidade de Rajoy e também pôr em xeque o Cidadãos de Albert Rivera que surge na dianteira das sondagens.

Foi o Cidadãos quem viabilizou o Governo e o Orçamento e, assim, Sánchez obriga Rivera a escolher apoiar Rajoy e correr o risco de ser associado à protecção de um partido muito manchado pela corrupção, ou apoiar a moção e viabilizar um governo provisório do PSOE.

Apesar das negociações dos últimos dias, PSOE e Cidadãos não chegaram a um entendimento porque Rivera queria que os socialistas retirassem a actual moção de forma a que outra censura, que previsse a convocação de eleições antecipadas, fosse apresentada. Sánchez não aceitou retirar esta moção, impedindo um acordo, o que permite antecipar que o Cidadãos não deverá votar a favor do expediente dos socialistas.  

(notícia actualizada às 16:29 com confirmação do voto a favor do PNV)

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